Fred 2.0

41 - Aretha

Dias se passaram, Mau tá bem melhor, mas continua irredutível, quer que eu o leve a sério antes de rolar qualquer coisa. Os pais lhe levaram os pertences, não tem muita coisa, mas entre elas está uma foto da mamãe na rampa, o quadro é velho e feio, a imagem provavelmente recortada do jornal, mas ele tem tanto respeito pelo objeto que não achei ruim. 

O Levante foi muito importante para o Brasil que temos hoje, é legal saber que alguém entende a importância da minha mãe nessa história toda, aliás dos meus pais, já que Thomas também estava lá.

Ele tava de boxer, estirado no sofá e vendo desenho animado, tive de ver um cara gostoso, seminu, escondendo com as mãos um equipamento que me fez salivar, mas do que adianta ser tão sexy se está decidido a não me dar nenhuma chance a não ser que eu o leve a sério? 

A tensão somente cresce, fui trocar seus curativos e ele teve de colocar uma almofada no colo, meus mamilos ficaram duros e eu não tinha nada pra me cobrir, nada, nada profissional da minha parte.

Sai de lá para a residência e mesmo exausta decidi chamar as meninas aqui para casa, preciso delas para tomar uma decisão, meu corpo está disposto a qualquer negócio, então que bom que minha cabeça está na direção.

Nesse momento, no entanto, as garotas estão agarradas às suas respectivas taças de vinho falando do meu irmão, somos quase médicas, todas intelectuais, algumas de nós brilhantes, mas por causa de homens nós parecemos adolescentes hormonais. Vou ter de ouvir todo mundo babando no Fred o resto da minha vida.

- Melhor tarde da minha vida! - a Luh exclama de pé. - gente, o que ele é capaz de fazer em duas horas não é repetível!

- Eco! - cubro os ouvidos.

- Você viu ele ontem? - outra pergunta – camisa meio aberta, punhos dobrados e jeans azul deveria ser ilegal no Frederico.

- Eu vi! - a Janaína responde – fiquei tão desatenta que quase receitei um banho gelado para minha paciente que tava com infecção de urina.

As meninas gargalham enquanto cortam pedaços de pães e vão soltando na boca. Eu deveria arrumar amigas adultas, isso sim.

A razão da comoção é que como estou cheia de energia e frustração tenho treinado mais, mas não tenho parado para comer, então o papai manda o Fred levar almoço ou lanche para mim no hospital. Ontem as meninas da limpeza e duas enfermeiras me perguntaram a que horas meu irmão viria. É o cúmulo a comoção que o banguela provoca. O cúmulo.

- Gente! Vocês estão aqui por mim! - eu lembro.

- Olha o que eu tenho! - Luh canta tirando o celular do bolso, instantes depois mostra uma foto do Fred só de calção dando aula de defesa pessoal.

Os comentários vão ficando cada vez mais sexuais e eu cubro os ouvidos.

- Ecooo! É meu irmão! Será que vocês podem ser adultas!

- Eu acho que eu merecia uma segunda oportunidade porque quando eu fiquei com o Fred ele ainda não tava sarado assim. - Luh, noiva, NOIVA, diz e bebe mais um pouco de vinho.

Reviro os olhos, a razão dele estar sarado assim são os meses no tatame, treinando que nem louco, porque a Olívia tava fodendo com sua cabeça e ele precisava de um escape para não pirar. Eu vou ter de arrancar o pescoço daquele fulana.

- Olha o V que ele tem descendo para o...

- Já chega! Ele é meu irmão, a próxima que abrir a boca vai embora, bêbada ou não.

- Tá bom, tá bom, vai, fala qual é a emergência que nos impede de babar neste espécime perfeito de homem.

- Eu tô querendo alguém, mas o alguém em questão quer mais do que só esquentar minha cama.