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-Posso levar esta? -Louis perguntou segurando minha mala vermelha.

-Sim, e será a última, só vou fechar a casa e te encontro lá em baixo. -Falei e ele assentiu deixando o apartamento.

   Tudo estava fora do lugar, mas ao mesmo tempo, na mais perfeita ordem. Tudo em caixas para não pegar poeira, não havia vestigios do que já havia acontecido naquele apartamento. As roupas que Zayn tinham lá eu já havia entregue para Louis devolver assim que possível e dentro de horas eu estaria em um avião esperando a decolagem.

Estranho como a vida pode mudar tão rápido não? Senti uma lágirma descer meu rosto e tão logo a enxuguei, eu não iria chorar, não mesmo. Então dei as costas para meu apartamento e desci as escadas, suspirando ao bater a porta do carro de Louis.

Heathrow estava, como sempre, cheio. O trânsito de pessoas era constante e eu já deveria até estar acostumada com isso.

-Bom, então é isso. -Falei para Louis depois de um longo suspiro.

-Tem certeza que não quer que eu espere mais um pouco eu-

-Louis, -O silenciei. -Eu vou ficar bem.

-Eu sei, mas eu me sinto culpado por Zayn e feliz por você....ahh que merda!- Exclamoi e eu quase ri pela confusão de meu amigo.

-Ei ei, essa foi uma escolha inteiramente minha.-Assegurei e então deixei um beijo em sua face. -Obrigada por tudo Louis, e mande um beijo a Harry.

-Cuide-se Pezz. -Foi tudo o que ele disse antes que eu começasse a ir para o embarque.

○●○●○●○●○●○●○●○●○

  Louis não atendia o telefone.

  Eu já havia ligado mais de 10 vezes e ele ainda não havia me respondido, nem uma mensagem sequer. Resolvi ir até o apartamento dele então.

   Chegando lá bati varias vezes na porta sem resposta, até que Harry com um cabelo todo desgrenhado a abriu.

-Zayn? O quê você-

-Cadê o Tomlinson? -O cortei emtrando no apartamento.

-Bem ele saiu cedo, eu não sei. Mas o que houve? -O cacheado preguntava confuso totalmente fora das eixos.

-Ah, ele não te contou né?! -Perguntei, o filho da mãe não havia contado nem ao próprio noivo.

-Contou o quê? -Agora ele parecia mais alerta.

-Que ele despachou minha namorada para África! E não se deu ao trabalho de conversar comigo. -Falei visivelmente puto.

-Mas ele não comentou nada comigo, deve haver algum engano. -Harry falou e eu estava prestes a responder quando fui interrompido por um latido, e logo em seguida Boo apareceu no cômodo e veio para minha volta.

-O quê ele está fazendo aqui?!

-Ah isso, Louis disse que depois explicaria tudo e...ah meu deus! -Harry pareceu simplesmente tomar juízo do que acontecia.

-Esqueça, eu preciso ir. -Falei vendo que Harry sabia tanto quanto eu. -Me dê a colheira que eu vou levar o Boo. -Disse e Harry parecia incerto de que atitude tomar. -Vamos Harry! O cão e meu afinal. -Falei num tom apressado, porém não de forma grosseira.

Estacionei meu carro na rua de Perrie e desci depressa, deixando Boo no carro. Subi as escadas chegando ao apartamento 221B, no qual eu havia passado tantos bons momentos.

Bati uma vez.

Bati novamente.

-Escute Pezz, eu sei que disse que não voltaria aqui , mas... -Parei por um momento para recupêrar o fôlego. -MAS CARAMBA! Você realmente acreditou que eu conseguiria me afastar de você?

Nada. Nenhum ruído.

Bati novamente.

E de novo.

-Perrie... eu te amo não importa o que aconteça. - Falei me rescostando na porta e sentindo meus joelhos começarem a ceder. - Por isso vá para África, ou para o lugar que você quiser,  pois eu vou estar aqui quando você voltar, nesta porta.

  Continuei sendo respondido pelo silêncio ensurdecedor, a raiva e a frustação tomando conta de mim.

-Deus Perrie diga alguma coisa! -Gritei a ponto de incomodar os vizinhos e logo batendo com minha mão na porta. -Qualquer coisa. -Sussurrei.

   Fiquei o que pareceram anos sentado na porta de Perrie até que meu celular tocou. Era Louis.

"Hey Zayn! Por que me ligou tantas vezes?" Perguntou quase ingênuo.

   Eu estava cansado demais para chorar e magoado demais para xingar, então simplesmente falei:

-Escute Louis, você despachou o amor da minha vida em uma avião para África e agora eu estou aqui esperando ela abrir a porta da casa dela, mas ela não abrir. Então por favor  me deixe ser miseravel só por hoje.

  E tão logo dito isso, desliguei o telefone.

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    Eu assistia às instruções que a aeromoça dava, mas eu não prestava atenção, apenas observava. Quando as luzes da aeronave se apagaram eu suspirei e me recostei na janela e quando o avião deixou o solo, e somente aí, comecei a chorar.




Fix MeOnde histórias criam vida. Descubra agora