CAP - 1

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Narrativa S/n:

Não sei explicar exatamente quando aconteceu o divórcio dos meus pais...acho que eu tinha uns quatro anos então não lembro. Sei que por algum motivo, decidiram separar os bens igualmente, junto com isso...Os filhos! Eu e georg não somos o tipo de gêmeos que tem conexões ou pensam igual, talvez por nunca ter morado juntos. Para compensar esse cronograma patético de divisões, nas férias georg vem pra casa da mamãe e eu vou para o papai. Como estou indo agora. Não que eu e ele não nos demos bem ou brigamos...é so que não somos próximos como realmente devíamos ser. Mas, agora somos mais maduros, pelo menos eu acho que ele amadureceu também.

📞ligação: mamãe🤍

Sn: Oi mãe...o que foi?

M: eu vacilei né...eu sabia que era hoje, mas filha eu só consegui sair agora do trabalho e bem você sabe...

Sn: Tá tudo bem mãe. Me despedi de você ontem a noite porque sabia que estaria ocupada com sua mudança...eu já tô embarcando. Avisou o papai né?

M: então...

Sn: argh não acredito. Tudo bem...eu ligo para ele agora, Georg está lá em casa, disse que adoraria passar as férias com você, como era pra ser. Esqueci de contar que vou morar lá com eles. Faz esse favor pra mim?

M: ah...ok ok! Eu te amo filha, vou sentir sua falta.

Sn: claro que vai...

*ligação off*

Nossa mãe trabalha com voluntariado, tipo aquele medico sem fronteiras...vai passar os próximos três anos na África...logo minha única opção foi morar com meu pai. estávamos conversando sobre isso a um tempo, mas esqueci de avisá-lo que chegou a dia do pra sempre.

Embarco no voo e coloco o celular em modo avião, não consegui avisá-lo. Foram longas horas de voo só queria me jogar em uma cama. Desci no aeroporto e olhei para os lados, mas nada do papai. Então lembrei que não liguei para ele.

"Aí ótimo..."

📞ligação: Geo🎭

Sn: eai, que foi?

G: já chegou?

Sn: acabei de desembarcar, o que foi? A mamãe não é mais a mesma?

G: bem por aí, ela era mais atenciosa ano passado.

Sn: trabalho vem primeiro Geo...parece que nao conhece seus pais...

G: ainda tô tentando processar que você vai morar aí...não sei se vejo você como alguém próximo.

Sn: é recíproco...mas, não se preocupa. Vai ser como se nunca tivéssemos morado juntos, vou ficar fora do seu caminho e você do meu, né?

G: tanto faz...o pai tá trabalhando ainda, vai ter que se virar pra ir pra casa, vou mandar o endereço certo no seu WhatsApp.

Sn: valeu! Tchau.

*ligação off*

Basicamente é isso...sabemos que somos irmãos, amo como um irmão, mas não sei conviver com um irmão. Não sei nada sobre ele na verdade, mas vou descobrir agora...ele so volta daqui a dez dias, posso mexer bastante no quarto dele.

>quebra de tempo<

Na manhã seguinte desci até a cozinha e preparei algo pra comer, e fiz um café. Me escoro na bancada e vejo meu pai descer meio sonolento, provável que seja sua folga ou nao trabalha aos fins de semana.

--Bom dia senhor Listing...eu cheguei bem ontem a noite, obrigada por perguntar. Ninguém me sequestrou no caminho, valeu. --Digo ironicamente enquanto servia uma xícara de café para ele, ele sorri de forma cansada.

--Bebe café? --Ele pergunta.

--Georg não? --Questiono de volta.

--Seu irmão deve ser uns quinze anos menos maduro que você Boo. --Ele responde sorrindo, faço uma careta de desgosto.

--Boo? Argh pai, ninguém me chama assim desde meus sete anos. Sei ...--Digo largando a xícara na pia e voltando para o meu quarto.

--Vou buscar suas coisas novas no deposito, quer ir? --Ele grita.

--Passo! --Grito de volta.

Meu pai usa uma transportadora particular, então minhas coisas devem chegar essa tarde...todas minhas roupas, coisas paritcular e minha querida guitarra...que sinto falta.

Ao meio dia almoço junto de meu pai e colocamos o papo em dia, conversamos sobre coisas aleatórias e comparado a minha mãe, ele parece não colocar o trabalho acima da gente..talvez do lado. Já tinha passado das três da tarde quando ele saiu para buscar minhas coisas...pego um papel e uma caneta que tinha na mesa e me sento no jardim da frente da casa, começo a rabiscar algumas coisas, a paisagem a minha frente.

De repente ouço alguém se aproximando, era um garoto, alto, drads loiros, roupas largas, tinha uma cara mais confusa ao me ver do que eu ao vê-lo...

--Posso ajudar? --pergunto confusa.

--Quem é você? --Ele pergunta, suspiro fundo e percebo que era um metido...

--você que parou no quintal da minha casa...acho que seria certo você se identificar. --Digo cruzando os braços.

--Sua casa? Georg se mudou? Quando? --Ele diz confuso.

--Que?...sou irmã do georg, me mudei ontem...quem é você? --Digo deixando o orgulho de lado e tentando ser simpática.

--Irmã? Desde quando o georg tem irmãos? --Ele diz franzindo as sobrancelhas.

-- começando a me irritar...tenho que responder todas suas perguntas e você não pode me responder o básico, seu nome. --Respondo.

--Se é tão básico, porque não respondeu o que eu perguntei...não queria saber de quem era irmã, perguntei "quem é você?" --Ele diz sorrindo discretamente, sua postura havia mudado, parecia mais debochado ou mal educado mesmo.

--Georg fora... volta semana que vem, ao menos que tenha algo para deixar pra ele...pode ir embora obrigado. --Digo voltando a desenhar as casas a minha frente.

--arisca...--Ele diz baixo dando as costas para ir embora, me levanto largando o caderno na cadeira, sentia meu sangue ferver.

--O que você disse? Idiota! Não sou um gato para ser chamada de arisca...--Digo serrando os punhos. Ele sorri se virando para mim, olhando meu corpo de cima a baixo.

--Na verdade, até que você é gatinha sim...adorei como deixou minha casa no papel. --Ele fala olhando o desenho atrás de mim, indo embora. Acompanho sua ida com meus olhos, ele entra na casa da frente...

"Ah...que ótimo!"

A irmã do meu melhor amigo -Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora