CAP - 19

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Chega a noite do desfile e foi esplêndido! Estávamos subindo para os assuntos mais comentados. Vários famosos estavam presentes e o show dos meninos foi incrível. Saber que sou irma de um integrante e nunca sequer ter ido num show me faz sentir ser a pior irmã do mundo.

—Vão fazer o que agora? Tava pensando em pedir uma pizza e ir lá pra casa. O que acham? —pergunto para eles.

—por mim de boa! —georg diz e gustav concorda.

—Vamos sim! Tom? Responde alguma coisa...—Bill diz dando uma cotovelada nele.

—Ok, tá. —Tom responde.

—vocês vieram como? —pergunto.

—a Van nos deixou aqui. —geo responde.

—Somos cinco, vamos no meu carro! —Digo sorrindo, me sentia mais leve com eles, podia ser mais eu.

Vamos para o carro e para o meu apartamento, eles entram e se sentam no sofá.

—Porra S/n...achei que morava num apezinho, isso é a cobertura de um prédio luxuoso! —Bill diz imprecionado.

—Não deixa de ser um apartamento...independente do tamanho. —Respondo tirando os sapatos, alongo meus braços e vou até a cozinha, sirvo uma taça de vinho e bebo.

—Tem vidro no tapete? Fica bêbada frequentemente? —Tom pergunta pegando um caco de vidro do chão.

—ah...deixei cair uma taça ontem, querem vinho? Desculpa, é só o que tem para tomar. Ou água. —Digo sorrindo.

Sirvo vinho e começamos a beber e conversar esperando a pizza, Bill AMA falar sobre moda, música e beleza...ele ama ser ouvido, ficamos a noite basicamente fazendo isso, ele é interessante demais, seus gostos também. Consegue prender todos em seus assuntos. Gustav prefere ouvir do que falar, mas sempre ajuda nas histórias que os meninos contam, ele lembra dos detalhes mínimos. Georg só faz palhaçada e interrompe as histórias do Bill, Tom...Bom, ele ficou calado a maior parte do tempo, só concordava com algo quando o Bill falava "não é Tom?" Ou "Lembra Tom?"...enfim, ele era tão frio quanto qualquer outro que eu já conheci. Seu humor ácido era raro.

Comemos e fui lavar os pratos, os meninos estavam meio alterados por causa do vinho. Então Tom chega na cozinha e começa a secar a louça.

—Não precisava...—Digo vendo ele limpando.

—terminou com o cara por causa daquela noite? —ele pergunta curto e direto.

—Também. —Respondo.

—o vidro no chão, foi ele? —ele pergunta.

—ele ficou meio chateado quando contei, quebrou a garrafa de vinho e as taças...mas eu comprei novas ontem a tarde. Já tinha enjoado daquelas. —Digo sorrindo.

—Porque sempre ve o lado bom de tudo? Sempre tá sendo gentil e ajudando todo mundo. Porque só não para de tentar. —ele diz se escorando no balcão.

—Não sou um personagem Tom...não faço essas coisas para agradar alguém, eu sou assim. Minhas escolhas fizeram mudar alguns caminhos...mas o final sempre é o mesmo. Perdi todos meus amigos e depois de anos eles aparecem novamente, quando talvez eu mais precisasse. —Digo secando as mãos.

—aquilo que disse no carro, era verdade? —ele pergunta.

—Possivelmente, dizem que quando bêbados, só falamos verdades né...—Digo sorrindo para quebra o clima.

—Falou de ser mãe, dos meus filhos S/n...você estava viajando. —ele diz rindo.

—Quando vocês voltaram da viagem e dos shows...eu estava tentando decidir entre ir para NY fazer intercâmbio e me tornar uma pintora ou...ficar e dizer o quanto eu estava incrivelmente apaixonada por você. Mas, eu já tinha colocado expectativa demais no meu pai e na lanis, já era o orgulho do meu pai. Então escolhi essa vida que você vê agora. —Digo olhando seus olhos confusos.

—eu tinha voltado pra namorar com você. Mas, vi seu notebook aberto no dormitório, não falei nada pra nao dividir você. E também fiquei chateado de saber que você estava indo embora. Então apenas esqueci você, foi a primeira garota que eu realmente gostei, isso fez eu não querer mais me apaixonar por ninguém. Porque foi uma merda querer alguém que não escolheu você. —ele diz me olhando nos olhos, estavamos nos abrindo após três garrafas de vinho? Ok...

—Acho que não devíamos estar sendo sinceros um com o outro hoje. —Digo me sentando na bancada da pia.

—eu sinto que tenho que ser sincero com você. —ele diz sério.

—Está prestes a me contar uma verdade sincera que vai doer em mim, não é? —pergunto olhando para o chão. O clima de repente ficou o pior de todos.

—Você precisa ouvir? —ele pergunta.

—aquela noite foi só porque eu fui até você...nunca teria acontecido. —Digo com o tom de voz baixo.

—Porque quer que eu fale, se sabe que vai machucar você? —ele pergunta se aproximando.

—Porque eu sei a resposta, já doeu de qualquer forma. —Digo olhando para ele. Segurando as lágrimas que tentavam sair.

—S/n...exclui você da minha mente, porque eu me frustrei sozinho. Fiz meu coração odiar você pra se sentir melhor. Ver você ir embora, me magoou porque eu gostava de você. Mas, agora somos adultos, aqueles joguinhos de brigar com você invés de dizer o que sente, é bobagem. —ele diz segurando minha mão.

—Suas verdades sinceras ficaram mais dolorosas do que antes. —Digo tirando a mão dele de cima da minha.

—Crescemos...aquela noite foi desejo carnal, você é linda. Mas, não é alguém que eu amo. Te vejo como a irmã do meu melhor amigo. Me perdoa se eu confundi você. —ele diz beijando minha testa e indo embora.

—Por isso se tornou tão distante...frio, quieto... Misterioso. —pergunto, olhando por cima do ombro.

—Talvez...acho que assim não me machuco mais, se ninguém se aproxima, ninguém vai embora e eu nao me machuco mais. —ele diz indo ate a sala.

Fico sentada no balcão, sentindo minhas lágrimas descerem. Nao é como se eu estivesse apaixonada por ele, tinha interesse no seu novo eu. Mas, ouvir do tom de vinte e dois anos que eu quebrei o tom de dezessete...isso me machuca mais do que saber que ele não tem mais interesse nenhum em mim.

Tom vai embora e então vou até a sala, gustav e georg dormiam no sofá, Bill me olha com um olhar piedoso e abre os braços, sorrio em meio às lágrimas e acho abrigo em seus braços.

—Ele é um idiota...—Bill diz acariciando minha cabeça.

—Não...ele só não mente pra mim. —Digo secando os olhos. Não estava mais chorando, mas foi frustrante.

Ver que amadurecer é isso dói, não posso ficar de joguinhos ou brigar por coisas bobas, apenas pra chamar a atenção dele igual era quando adolescente. Agora apenas tenho que seguir, entendendo que nos nunca existiu e nem vai existir...

A irmã do meu melhor amigo -Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora