CAP-32

624 41 11
                                    

15 de setembro, 2018.

Duas semanas que perdi minha mãe, duas semanas que mal consigo comer, duas semanas sem sair do meu quarto...porque dói tanto se mal tinha contato com ela...

Talvez doa por que eu devia ter procurado mais por ela.

Ou...porque ela não teve a chance de ver os filhos adultos. A última imagem era uma garotinha de quinze anos querendo descobrir o que fazer da vida.

Agora eu realmente não sei...o que eu faço? Qual o meu próximo passo...devo apenas abandonar tudo, já que não terá mais você pra me aplaudir de longe...

(...)

——Oi...—Tom diz entrando no quarto, eu estava sentanda na cama abraçando meus joelhos. Assim que ele entra, tento mudar um pouco. Parecer menos triste e solitaria.

——O que tá fazendo com isso? —digo olhando ele carregar minha guitarra nas mãos.

——Achei jogada por aí, quero me distrair um pouco. Seu irmão está me evitando desde que voltamos. —Tom responde beijando minha testa e se sentando na minha cadeira da penteadeira. Arrumando as cordas da guitarra.

——Ele é um babaca...e eu não mexo nesse guitarra a anos. —Respondo me sentando na ponta da cama, talvez animada por ver uma guitarra e pensar em colocar as mãos nela para expressar todo meu sentimento.

——Ele tambem perdeu a mãe...não julgo os atos egoístas dele. —Tom diz tocando algumas notas na guitarra.

——Ele age assim muito antes dela morrer. —Digo cruzando os braços. Ontem e antes de ontem e todos outros dias, sem falta ele estava aqui, tentando me animar de alguma forma. Eu não sei onde pensava que eu o salvaria...sendo que ele que me puxa do fundo do poço.

——Não seja tão cruel boo. Você é a que entende as pessoas e é gentil, lembra? —ele diz com um sorriso sarcástico.

——Porque me chama assim? Parece que é pra provocar e me tirar a paciência. —Digo suspirando.

——Eu?...nunca! —ele responde incrédulo, cínico, cínico...

Ele começa a tocar as notas de uma música deles, a essa altura do campeonato já conhecia todas e essa não foi diferente, poderia reconhecer aquela melodia em qualquer lugar, uma música que sinceramente me arrepia...ela é linda e triste...mas é tão forte.

Don't jump...

Tom começa a cantar e sinceramente é a cena mais linda que já vi em minha vida, a voz dele...a forma que transformou a guitarra em uma orquestra com todos instrumentos.

"Em algum lugar fora, você se perdeu em sua dor"

Eu sinto meus olhos lacrimejar enquanto admirava ele tornar aquele momento único, ele estava tentando me falar...me implorar...tentando me ter de volta.
A garota meiga e sorridente, que sempre está com os pensamentos positivos.

"E se tudo isso não pode te segurar, então eu pulo com você"

Ele solta a guitarra e me encara no fundo dos meus olhos, eu sinto uma lagrima solitaria escorrer por minha bochecha.

——Acha mesmo que vamos pular? —pergunto limpando minha lagrima.

——Se mesmo eu tentando de todas as formas, mesmo se assim não der...eu pulo com você. Pulo por você! —ele diz largando a guitarra escorada na penteadeira.

A irmã do meu melhor amigo -Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora