CAP - 29

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TOM KAULITZ

02 de setembro, 2018.

Fecho a porta do quarto sentindo a maior angústia que já havia sentido antes. Deixar a S/n deitada sozinha, após chorar sem parar por mais de uma hora me fazia sentir raiva de mim mesmo, por não conseguir conter suas lágrimas.

Tenho sido frio demais esses anos e ela tem me aquecido, não é algo que iria contar para ela. Mas...desde que ela voltou e se fez presente na minha vida, sinto uma felicidade em mim que jamais preencheram depois que ela partiu.

Georg tem os motivos óbvios dele...me conhece desde pequeno e nunca tratei uma mulher como única, eram sempre descartáveis...até que ela chegou e mudou tudo.

Mas, eu não aguento mais ficar entre os listing! Decidir entre escutar meu melhor amigo e ignorar o amor ou escutar o amor e ignorar o melhor amigo...

Me sinto um desgraçado cada vez que toco nela, por saber que georg odiaria isso.

Mas...por outro lado me sinto o homem mais feliz do mundo. Sou completo com ela, mas ela parece cada vez mais vazia. Sempre conseguem arrancar lágrimas dela quando está feliz...isso está me deixando puto.

——Ae Bill, manda esses caras embora agora! Já tá tarde. —Digo colocando a mao nos bolsos da minha calça.

——Ahh qual é maninho...só tem umas quinze pessoas ainda. Vamos curtir! —Bill responde apoiando a mao em meu ombro, seu hálito exalava álcool.

Vou até a caixa de som e desligo, depois acendo as luzes da sala.

——A festa acabou! Podem parar de fingir que se importam com a gente e ir embora. Agora. —Digo abrindo a porta, recebo alguns olhares carrancudos e murmuros...mas estou pouco me fodendo.

——Tom! —Lanis diz se levantando do sofá com dificuldade.

——Nem começa Lanis, vai pra casa! —Respondo assim que vejo seus lábios prontos para destilar palavras de ódio.

——babaca! —ela murmura esbarrando em meu ombro.

——Alguém viu o georg? —pergunto, olhando Bill e gustav conversarem entre si.

——Acho que tá no quarto dele...—gustav responde.

——Você me paga Gustav! Sua boca é grande demais e se quiser vou fechá-la. —Digo antes de dar as costas e subir as escadas novamente.

Sem bater na porta dele, entro.

——Uou...que foi? —ele diz se levantando da cadeira perto da janela.

——Você não precisa esconder um baseado quando entro...não sou seu pai! —Digo com um sorriso sarcástico, ele parecia não saber ainda sobre a mãe.

——Que foi irmão? Quer? —ele responde com sarcasmo também.

——Vim falar com você sobre sua irmã. —Digo me sentando na cama, não quero mais ficar longe dela, já chega com essa merda de ciúmes de irmãos ou proteção exagerada, eu não vou machucá-la e provavelmente mataria quem tentasse.

——O que ela fez agora? Ainda no seu pé? —georg diz se sentando novamente.

——Eu to com ela georg. Ela precisa de mim. E eu sempre precisei dela. Sei que acha que sou uma criança sem caráter...mas independente do que você diga ou ache...não vou me afastar dela. —Digo vendo o brilho em seus olhos sumirem.

——É sério? Vai jogar toda nossa amizade fora por uma mulher? —georg diz me fazendo franzir a sobrancelha.

——Não é qualquer mulher, talvez seja por isso que fica tão recuado...eu amo você, é meu irmão! Meu melhor amigo...mas, você não pode escolher quem eu devo amar. Achei que teria seu apoio, é o único que sabe sobre minha vida. Mas, sua visão some cada vez que se trata de ser sua irmã minha metade. Isso já me encheu. É você de um lado dizendo pra eu ficar longe pra nao machucá-la e ela do outro dizendo que quebrei o coração dela por estar me afastando.

——Faz o que quiser irmão. Quer ser um filho da puta e comer minha irmã...que seja. —ele diz irritado, sinto uma raiva dentro de mim.

——Fala como se ela fosse uma qualquer georg, pelo visto quem precisa crescer é você! Abre seus olhos...ela não precisa que você decida quem ela deve namorar.

——e você é o dono dela? Responde por ela agora? —ele provoca. Me tirando totalmente do sério.

Nos dois viramos a cabeça para o celular dele tocando. Quando li o nome já sabia do que se tratava. Então me levanto para sair do quarto.

——Eu sinto muito por você Geo...pode me procurar depois de receber a noticia do seu pai. Mesmo você sendo um cuzao, ainda é meu melhor amigo! —Digo saindo do quarto dele, recebo apenas um olhar confuso antes de ver o mesmo atender o telefone.

Abro a porta do meu quarto lentamente, estava apenas com a luz do banheiro ligada, para não deixar o quarto totalmente escuro. Olho para a cama e vejo a S/n deitada agarrada no cobertor, seus olhos ainda estavam molhados e o travesseiro também. Alguns soluços eram soltos inconscientemente.

Paro em sua frente, olhando seu rosto. Passo meu dedo levemente em sua bochecha, colocando uma mecha do seu cabelo para trás da orelha. Apenas adimirando o rosto perfeito e delicado que ela possui.

——Porque me fez decidir entre você e seu irmão amor. —susurro perto do seu ouvido, dando um beijo no rosto dela e indo para o banheiro tomar um banho.

Eu estava cada dia mais quebrado...achei que sempre teria os dois. Desde que conheci a S/n sabia que ela seria minha mulher e pensava que teria o Georg ao meu lado...

Mas, aparentemente eu não posso ter os dois. Pode ser arrogante demais escolher a S/n...mas estou perdendo um melhor amigo por birra.

Não sei como vou fazer pela manhã. O que dizer pra ela. Não consigo ver suas lágrimas, parece que ouço seu coração desmoronar.

É horrível!

Deixo a água bater em minha nuca e descer por meu corpo. Fecho meu punho na parede. Pensando em o que devo fazer. Georg vai estar triste e a sn também.

Não posso virar as costas para eles, não agora!

Termino o banho e me deito na cama ao lado da S/n, a mesma se mexe na cama, se virando pra mim.

Seu braço cai sobre meu abdômen, sua perna entra entre as minhas. Eu fico parado esperando ela se aconchegar em mim, então a envolvo com meus braços. Acariciando seus cabelos.

——Tom...—ouço a voz meiga e sonolenta dela.

——Sim. —Respondo.

——Você não vai me deixar também né? —ela diz com a voz trêmula, partindo o meu coração

——Eu não vou pra lugar nenhum S/n. Nunca mais. —Respondo apertando mais meus braços nela. Ouço seu suspiro de alívio.

——Eu te amo Tom. Me desculpa ter ido embora. —ela diz deixando uma lagrima escapar. Eu só queria destruir esses pensamentos que ela tem que deixa ela sofrendo.

——Eu fui primeiro. Estamos kits, dorme um pouco. —Respondo. A mesma balança a cabeça concordando. O silêncio se instala novamente no quarto e eu preciso proteger ela mais que qualquer coisa.

Mais que qualquer um!

A irmã do meu melhor amigo -Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora