CAP - 4

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O filme estava rolando e era nojento, pavoroso e tinha muitos gritos...volta e meia eu dava um pulo na cadeira, isso quando eu olhava pra tela, mas ainda faltava quase uma hora de filme.

--Caraca você tem medo mesmo hein...--Tom diz baixo próximo ao meu rosto, levo um susto com o que aparece na tela e me viro para o lado fechando os olhos, quando abro nossos rostos estão próximos, teria um palmo entre nós basicamente.

Meus olhos fixam nos dele, não sei explicar o que aconteceu, foi uma sensação diferente. Ele limpa a garganta e se concentra no filme novamente, parece que ele também ficou sem jeito ou constrangido. Depois de uns minutos ele tirou o casaco dele e me entregou.

--Coloca isso, se encolhendo toda é frio ou medo? --ele diz rindo.

--Os dois, eu odeio filmes de terror...odeio! --Digo vestindo o moletom, tinha um cheiro forte de perfume, mas era bom.

--me sua mão. --Ele diz esticando a mão em minha direção, eu estranhei no começo, mas mesmo assim segurei a mão dele. O filme ia passando e eu não conseguia mais prestar atenção, só conseguia olhar pra nossas mãos juntas e seu movimento de carinho nela.

--Eu vou ao banheiro. --Digo me levantando e saindo da sala, chegando lá me avisto no espelho, o moletom batia um pouco acima do meu joelho, e cheirava tão bem...talvez eu esteja criando um possível interesse no tom.

--Vou buscar uns refrigerantes, querem? --Tom pergunta se levantando, os meninos concordam e ele sai.

Abro a porta do banheiro e caminho em direção a sala de cinema de novo, mas Tom me dá um susto saindo de trás da parede.

--Merda Tom! Merda...não faz isso. --Digo com a mão no peito, incrédula.

--Foi engraçado, foi mal gatinha. --Ele diz rindo se sentando em uns sofás que tinham no fundo do cinema, esperando a senha que estava na mão dele.

--panaca! O que veio fazer? --Digo cruzando os braços.

--Ver se você estava bem. --Ele responde com aquele olhar de conquistador em ação.

--preciso tirar uma senha pra isso? --Digo rindo.

--me pegou...me ajuda a levar os refrigerante? Peguei um chocolate pra você. --Ele diz se levantando. Fico em silêncio e vou com ele até o balcão de retirada. Pegamos as coisas e voltamos para a sala.

Quando me sento de volta ao meu lugar, Tom estava com a mao estendida me olhando, reviro os olhos e seguro sua mão...da forma que ele me tratou todas vezes que nos vimos, nitidamente ele estava dando em cima de mim, mas eu não posso negar que estava gostando.

Acabou o filme finalmente e fomos pra casa, os meninos ficaram na sala conversando e eu subi para o quarto, me deitando na cama e mexendo no celular, já era quase dez da noite...

--ow, vamos chamar um pessoal aqui pra casa, se importa? --Georg diz abrindo a porta do meu quarto.

--Não, de boa. --Respondo.

--Vai ficar no quarto? --Ele pergunta.

--Não afim de ficar no meio de adolescentes bêbados...obrigado. --Respondo sorrindo, como se eu fosse adulta...

Me levanto e começo a pintar na tela um fundo cinza, como cimento queimado, vários tons...pensando o que eu colocaria no destaque. Estava uma gritaria e risadas lá embaixo, música alta e tudo que se tem em uma festa adolescente...ainda estava usando o casaco do tom e não sei se eu queria tirar.

--Eai gatinha...é adulta demais pra uma festa na sua própria casa? --Tom diz invadindo meu quarto e fechando a porta novamente.

--A festa é do geo...--Digo continuando meu trabalho na tela.

--saquei...o que fazendo? --Ele diz se sentando na minha cama, acho que sua intimidade com o georg de alguma forma, faz ele pensar que tem comigo.

--Decidindo o que eu vou colocar na minha tela...e você? --Digo olhando para ele.

--Deu saudade. --Ele responde, sinto um frio na barriga.

--De mim? --Pergunto.

--Meu moletom...--Ele responde rindo.

--Ah claro... --Digo tirando o moletom no mesmo instante.

--Era brincadeira S/n...você tem um estilo tão Hard e é tão sensível e delicada...como pode? --Ele diz me encarando, enquanto eu me sentava novamente em frente a tela, fico encarando ele após essa pergunta que nem eu sabia responder...

--Pretende ficar aqui? --Pergunto mudando o assunto.

-- se você quiser. --ele responde.

--Pode ficar, mas parado por favor, até eu pegar seus traços. --Digo virando a tela para ficar de frente pra ele.

--Vai me colocar na sua tela? --Ele questiona surpreso, eu apenas concordo animada. --, espera ...deixa eu pegar isso aqui pra me distrair também. --Ele diz pegando minha guitarra e tocando umas notas.

Começo a desenhar ele, seus traços, olhos marcantes...sorriso apaixonante, o nariz incrivelmente perfeito e suas mãos grandes e perfeitas. Percebo que ele para de tocar e apenas fica me encarando, me deixando um pouco nervosa, mas eu ainda prendia minha atenção no desenho que estava criando dele.

--conseguiu? --Ele pergunta suavemente, seus olhos ainda estavam grudados em mim, sua expressão era de como ele tivesse se dado conta de algo imprecionante.

--Sim...quer ver? --Digo finalizando a arte com um ponto de luz no seu piercing da boca. Ele se levanta e caminha até mim, fiquei umas duas horas o desenhando e ele ficou duas horas sem reclamar...como se tivesse gostando de estar ali.

--Caraca...você é incrível nisso sabia? --Ele diz me olhando, eu fico sem saber o que responder...apenas ficamos em silêncio nos olhando, seus olhos revesavam entre os meus e minha boca, então ele morde o canto do lábio interior.

--Tom...--digo sentindo um nó na garganta. Parecia idiotice falar isso em voz alta, mas eu falei. --É muita loucura eu pedir pra você me beijar agora? --pergunto e vejo suas sobrancelhas levantarem sutilmente, junto de um sorriso nasal.

--talvez eu seja mais louco por aceitar...--Ele responde se inclinando na minha direção, beijando meus lábios lentamente, sentia um buraco no estômago, foi a primeira vez que tomei coragem de pedir que alguem me beijasse.

Suas mãos se apoiam nas minhas bochechas, era um beijo tão delicado e carinhoso...como se ele me visse assim, frágil e delicada. Ele se afasta me dando um selinho e depois um beijo na testa.

--Se seu irmão me ver aqui...ele me mata! Boa noite artista. --Ele diz saindo do quarto, eu fechei a porta e me joguei na cama dando gritinhos de felicidade, com uma almofada na boca.

Parecia ser algo totalmente inexistente...mas aconteceu. Georg mataria nos dois provavelmente...mas, o que eu posso fazer...foi so um beijo, nao posso apressar o que não existe!

A irmã do meu melhor amigo -Tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora