• Capítulo Trinta-Sete - Você me vê e vê o Michael

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

No domingo cedo, Ariana me mandou uma mensagem confirmando o nosso dia juntos e me enviando o endereço de seu apartamento, assim como o bloco localizado e o número. Novamente o nosso combinado havia mudado, eu almoçaria com ela e a Baskin, passaria o dia com elas e durante a noite, nós finalmente seriamos apenas nós dois.

Mas eu não reclamaria, eu havia gostado da ideia de passar mais tempo com a minha namorada — mesmo que a sua melhor amiga também estivesse junto — mas eu também usaria essa oportunidade para tentar fazer ainda mais parte da vida da Ariana, o que eu penso que também seja sua intenção.

Não demorei para chegar ao endereço, eu conhecia esse bairro, ele não era nobre como o meu, mas também não chegava a ser um dos mais perigosos aqui do Canadá. Mas devo admitir que o fato de ter estacionamento lá dentro para o meu carro me deixou mais confiante em não ser roubado.

O bloco da Ariana era afastado, quase no final do terreno, a pintura do prédio era azul e meio gasta — típico de uma tintura barata — mas eu não me deixei abalar, era onde a minha namorada morava e principalmente, onde eu insisti diversas vezes para vir.

Não havia elevador, então tive que subir pelas escadas que não eram poucas, três lances. Nunca fui o tipo de quem precisava andar, sempre tive carro e muito menos subir escadas, todos os prédios que frequento tem elevador e ar condicionado.

Ariana realmente tem uma realidade bem diferente da minha e agora eu me pergunto, isso me incomoda?

A resposta era não, claro. Bom, pelo menos eu acho que não.

Bato na porta algumas vezes quando chego no número que foi enviado por mensagem e ela finalmente se abre, Ariana praticamente se joga em meus braços e eu sinto o seu perfume invadir o meu nariz.

Aquela sensação de sempre volta a tona, a sensação que eu só tenho quando eu estou com ela, de que ela é minha e o meu lugar é ao seu lado. E isso é o suficiente para que eu não me importe mais com esse bairro de pobre, com o prédio velho com tinta gasta e nem com toda a escada que tive que subir, ela vale a pena.

— Oi, baby. — Eu sorri, abertamente.

— Estava com saudades. — Ela beija os meus lábios, rapidamente. — Você teve dificuldade para achar?

— Na verdade não.

— Baskin está fazendo o almoço. — Ela morde o lábio apreensiva. — Por favor, seja gentil.

— Só me diga que é comivel. — Eu faço careta.

— Eu prometo. — Ela sorri.

Eu definitivamente não estava muito contente, sempre fui acostumado a comer nos melhores lugar e ter as melhores cozinheiras na minha casa. E quanto a comer a comida da Ariana, eu saberia que ganharia pontos por isso mais tarde e ela não tem cara de quem seria muito desastrosa na cozinha.

Mas agora, terei que comer o que sua amiga preparar e além do mais, terei que ser gentil, não apenas para não magoar os sentimentos da melhor amiga da Ariana, mas também para ganhar pontos com ela mais tarde.

Que saco.

— Então tudo bem. — Tento sorri.

— Vamos entrar. — Ariana finalmente me dá espaço para entrar. — Essa é a minha casa, é bem modesta eu sei.

Eu não estou olhando para ela, estou tentando captar o máximo de detalhes em sua casa, mas eu consigo sentir o quão envergonha ela está por me trazer até aqui. Isso foi um grande passo para ela e é por isso que eu estou feliz, porque ele foi dado apenas comigo.

Havia um sofá, ele parecia aqueles móveis que foram comprados usados, mas definitivamente estava em muito bom estado o que significava que elas cuidavam bem. Havia uma televisão na parede, uma bem pequena, que estava ligada e eu conseguia notar uma espécie de fita colorida na tela que anunciava o quão velha ela estava, prestes a estragar.

Tinha um tapete na sala, um colorido redondo e grande e uma abertura no fundo da sala que dava início a um corredor.

— É ótima, baby. — Eu digo, para tranquiliza-la. — Garanto que se sente melhor aqui do que eu me sinto na minha casa.

— Vou te mostrar o resto da casa. — Ela sorri, parecendo estar mais relaxada.

E eu sei que ela estava preocupada com a minha reação a conhecer a sua casa.

Ariana fecha a porta atrás de si, segura a minha mão e me guia até o final da pequena sala, onde da origem a um corredor.

— Aqui, fica a cozinha. — Arian aponta para o lado direito do corredor. — E depois eu te mostro certinho como é, a Baskin odeia que fiquem assistindo ela cozinhar.

— Tudo bem. — Eu ri.

Ariana puxa a minha mão, me guiando para o lado esquerdo onde há três portas, uma a direita, outra a esquerda e uma no centro.

— Esse aqui é o banheiro e tenho certeza que não há nada demais para mostrar nele. — Ariana faz careta, rindo enquanto indica a porta a direita.

— E qual é o seu quarto? — Eu quis saber.

— A porta do meio. — Ela murmura e abre a mesma.

Ariana acende a luz e me deixa entrar, o quarto é maior do que a sala, há uma cama de casal, um guarda roupa de solteiro e um grande espelho. Mas não são bem os móveis que chamam a minha atenção, mas sim alguns pôsteres na parede.

— Colei isso no tempo do colégio. — Ela se explica quando nota no que eu estou prestando atenção. — Sempre digo que vou tirar, mas sempre acabo desistindo.

— Não acha meio estranho transar com o Michael Jackson te olhando? — Eu brinco.

— Não. — Ela me mostra a língua. — Até porque nunca transei no meu quarto.

É claro, ela nunca trouxe ninguém aqui.

— Então me diga como vamos fazer hoje. — Eu ri.

— Está confiante assim, Bieber. — Ela sorri de canto.

— Não me diga que não vai mesmo me recompensar por comer a comida da Baskin. — Continuo rindo.

— Fala baixo, ela tem um ouvido muito bom. — Ela bate a porta do quarto. — E quanto a isso, acho que podemos resolver esse problema, é só apagar a luz.

— Eu gosto de ver você. — Sorrio.

— Então deixa aceso e você me vê e vê o Michael. — Ela gargalha.

Existe um som melhor do que o da risada dela?

CONSEQUENCESOnde histórias criam vida. Descubra agora