• Capítulo Sessenta-Oito - Não está negociável

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Nas semanas que se seguiram, tudo parecia estar dando certo na minha vida e eu não poderia estar mais do que feliz por isso.

Meu pai havia proposto ao conselho que eu assumisse o controle do setor B da empresa e para infelicidade do meu irmão, sua proposta foi aceita e não demorou para que eu assumisse as minhas novas funções que se consistia em administrar uma área financeira ainda maior do que eu estava acostumado.

Era ótimo, agora eu estava trabalhando menos, ganhando mais e ainda como um bônus, eu conseguia irritar o meu irmão por termos cargos irritantemente parecidos, apenas em setores diferentes

Quanto ao meu relacionamento com a Ariana, havíamos conseguido superar a situação ruim que Emma deixou entre nós após aquele reencontro na boate e eu não poderia estar mais feliz por isso.

A única parte ruim agora, era que a Ariana não estava mesmo conseguindo um segundo emprego, o que a deixava extremamente preocupada por conta de suas dívidas e o risco de perder o apartamento em que mora. Ela estava feliz por mim, pelas minhas conquistas, mas sei que ao mesmo tempo, por mais que ela tentasse não demonstrar, sei que ela estava arrasada pela falta das dela.

— Você está bem? — Pergunto, deitado no sofá da sala de sua casa com ela.

— Só estou procurando por alguma vaga. — Ela comenta enquanto olha o jornal. — Será que consigo um emprego de secretária?

Por mim, eu já teria resolvido os problemas financeiros da Ariana há muito tempo, mas sei que combinei com ela que o meu dinheiro só seria aceito como último recurso. E agora, as coisas estão tão boas entre nós que eu me recuso a fazer isso escondido dela, porque sei que isso vai gerar uma briga enorme, por mais que as minhas intenções sejam as melhores.

Mas, se ela não pode aceitar o meu dinheiro, por que não aceitaria um emprego?

— O que você acha de trabalhar como secretária na empresa da minha família? — Ofereço.

— Muito engraçado. — Ela ri, sem me dar importância. — Será que tento uma vaga para levar os cachorros para passear?

— Estou falando sério. — Me sento no sofá e ela faz o mesmo, me encarando de uma forma confusa. — Por que não leva o seu currículo lá na empresa?

— Não há nada no meu currículo que pode ser atrativo para uma empresa como a da sua família. — Ela se encolhe.

— Garanto que faço você ser contratada e principalmente, como a minha secretária. — Eu sorrio. — Me diga como isso não pode ser uma ideia boa?

— Isso não é justo, não vai ser por mérito meu. — Ela cruza os braços. — Vai me dar um emprego porque namoramos.

— Será que você pode aceitar a minha ajuda pelo menos uma vez na vida? — Eu reviro os olhos.

— Será que você pode parar de tentar fazer as coisas no meu lugar pelo menos uma vez na vida? — Ela arqueia a sobrancelha.

— Como você é teimosa. — Eu bufo. — Eu só estou tentando te ajudar.

— Então faça do jeito certo.

— E qual seria o jeito certo? — Indago.

— Vou aceitar a sua sugestão, vou levar o meu currículo até a empresa da sua família. — Ela dá os ombros. — Mas, não quero que faça nada para me ajudar, porque se eu conseguir o emprego lá tem que ser sobre mim e não sobre você.

— Você é muito teimosa, sabia? — Eu suspiro, derrotado.

— Talvez tenha sido isso que fez você se apaixonar por mim. — Ela sorri de canto. — Você deveria estar feliz, estou te ouvindo, aceitei a sua ideia.

— Não, você distorceu a minha ideia. — Eu nego.

— Não quero que ninguém pense que você me deu um emprego porque estamos juntos. — Ela suspira.

— Ninguém sabe que estamos juntos. — Eu digo, óbvio. — E isso é uma escolha sua e não minha.

— Então digamos que não quero que ninguém ache que você me deu um emprego porque quer me comer. — Ela ri. — Uma candidata bonita, em uma sala isolada e precisando de um emprego mesmo com um currículo ruim, é óbvio que vão achar isso.

— Você se importa demais com o que os outros podem pensar. — Reclamo.

— É fácil para você falar quando não é a sua reputação que está em jogo e você tem dinheiro o suficiente para calar quem quiser. — Ela bufa.

Eu reconheço uma possível briga com a Ariana de longe e sei que estamos prestes a ultrapassar a linha segura e eu definitivamente não quero isso.

— Prometo que não vou me intrometer. — Eu me rendo.

— Obrigada por fazer isso. — Ela sorri abertamente. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Sorrio.

Eu não podia negar que o pensamento da Ariana era bem coerente, porque ela tinha princípios, mas seria bem melhor que as vezes ela pudesse deixar esses de lado para me deixar ajuda-la.

Sem contar, que a Ariana era muito bonita e isso era realmente admirável considerando que ela não tinha acesso aos melhores salões, aos melhores produtos e as melhores maquiagens. Mas mesmo assim, ela conseguia ser perfeita e tenho certeza que ela poderia arrumar empregos melhores se me deixasse apresenta-la a sociedade como minha.

Ela atrairia olhares de todos e de onde eu venho, a visibilidade atrai dinheiro e ela precisa muito.

— Eu acho que está na hora de te apresentar como minha namorada. — Eu digo de forma abrupta.

— O que? — Ela me olha, surpresa.

— Não só para a minha família, mas também para a sociedade.

— Está maluco? — Ela ri, nervosa. — Eu vou pedir um emprego na empresa da sua família e você quer me apresentar a todos como a namorada?

— Sim.

— Você não vê o quanto isso parece insano? — Ela suspira. — Não estou pronta para fazer parte desse mundo e nem sei se um dia eu estarei.

— Ariana, isso poderia te ajudar tanto. — Eu falo com cautela.

— Ter todos os olhares em mim enquanto todos tentam entender como alguém como eu pode estar com alguém como você? — Ela ri, sem humor. — Eu dispenso essa humilhação.

— Não estou falando de entrevistas sobre a sua vida pessoal ou até mesmo sobre o nosso relacionamento, estou falando de marcas querendo o seu rosto estampado nas revistas. — Eu digo. — Você é linda e sei que sabe disso.

— Gosto da minha vida privada. — Ela me encara, sériamente. — Eu dispenso.

Que mulher difícil senhor.

— Então conheça a minha família.

— Eu não acho que estou pronta para conhecer a sua família agora, Justin. — Ela fala, sem rodeios. — E isso não está negociável por enquanto, então não insista.

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