• Capítulo Oitenta-Um - Nada foi real

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Não demorou para que um simples nome que no início eu pensei que se tratasse de uma coincidência gerasse uma série de comparações, na qual todas deram 100% certas. James namorava a Ariana, a que morava num apartamento barato no bairro perigoso do outro lado da cidade, a mesma que trabalhava em um restaurante durante a manhã e num durante a noite, a que tinha uma melhor amiga chamada Baskin que também era sua colega de quarto.

James e eu namoravamos a mesma garota.

Meu irmão parecia desolado com a descoberta e eu não sabia ao certo como eu me sentia, era simplesmente um misto de mágoa, raiva e dor.

Como ela pode nos enganar dessa forma?

— Eu a conheci quando ela tinha acabado de terminar com um namorado. — James falava devagar enquanto me olha. — Você era ele, não era?

— Sim. — Abaixo a cabeça. — E você era o cara com quem ela estava no camarote, aquele que foi embora naquele dia na boate e a deixou para trás sem uma transa, não era?

— Sim. — Ele nem hesita. — Você estava lá naquele dia?

— Eu fui atrás dela, eu a vi com você, mas obviamente não o reconheci e nós reatamos logo em seguida.

Eu sempre me orgulhei por conseguir reconhecer a silhueta da Ariana em qualquer lugar, mas como pude não reconhecer a do meu próprio irmão?

Se eu fosse realmente bom nisso, nós dois não estaríamos nessa situação, na merda por causa de mesma garota que passou tanto tempo enganando nós dois.

— Eu não entendo. — Ele parece estar em negação. — Ela sempre pareceu tão verdadeira, tão íntegra.

— A pior parte é que ela sempre cobrou isso de mim, me julgou tanto pelas minhas mentiras, pelos meus erros enquanto estava fazendo isso com nós dois. — Eu murmuro, amargamente.

Eu honestamente não sabia o que fazer.

Mas pensar na Ariana doía, pensar em tudo o que havíamos vivido, tudo o que eu havia feito por ela, tudo o que eu havia dito pra ela.

— Eu não fui a festa da empresa ontem porque sabia que ela não iria comigo e eu preferi ficar com ela. — Ele me conta abruptamente. — Nós passamos a noite juntos.

— Eu fui a festa porque ela pediu que eu fosse. — Eu suspiro. — Acho que ela só queria se livrar de mim para ficar com você.

— Agora talvez faça sentido o quanto ela sumia. — Ele comenta. — Ela sempre era evasiva sobre o que fazia, era sempre o emprego ou a Baskin, acho que era só a forma dela de conseguir conciliar nós dois.

— Ela me disse que brigou com a Baskin ontem por causa do dinheiro que eu emprestei para pagar o que elas deviam do apartamento. — Conto a ele. — Isso também foi mentira?

— A Baskin teve um encontro ontem, ela não estava em casa. — Ele me olha confuso. — E como assim você deu dinheiro a ela?

— Ela precisava pagar o apartamento.

— Eu também dei dinheiro a ela para que ela pagasse a tal dívida. — Ele me encara, sério.

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