• Capítulo Sessenta-Quatro - Pessoa certa

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

O clima que Baskin deixou naquela sala entre mim e a Ariana quando saiu para o seu encontro, não foi dos melhores. A minha namorada me deixou sozinho por longos minutos enquanto ficou trancada no seu quarto.

Eu já havia insistido tanto no assunto que sabia que agora a minha melhor opção era dar um tempo a ela, mesmo que isso significasse passar essa noite sozinha no sofá da casa dela.

Mas a sua reclusão em seu quarto, não durou tanto quanto eu havia pensado, por sorte a minha. A porta se abriu e Ariana saiu de lá vestindo um pijama da minnie.

Ela estava muito fofa.

— Agora eu estou pronta para conversar.

— Que bom, achei que passaria a noite sozinho aqui no seu sofá. — Faço graça. — E pior, sem janta.

— Eu não quero brigar com você. — Ela caminha até mim e se senta ao meu lado no sofá. — Mas, também não quero você tramando coisas pelas minhas costas com a Baskin.

— Eu não diria que estávamos tramando. — A olho nos olhos. — Ela só veio me pedir ajuda.

— Eu disse a ela desde o início que pedir ajuda a você não era uma opção. — Ariana balança a cabeça em tom de negação.

— Pois deveria, Ariana. — Eu seguro as mãos dela. — Eu te amo, não há nada que eu não faria por você.

— Mas...

— Eu não me importo com o que as pessoas pensam sobre nós e acho que você também não deveria. — Eu não deixo ela falar. — Tudo o que a Emma disse não era verdade, você não é uma distração ou um passatempo para mim, não tem que lutar para tentar provar que é boa o suficiente, você sempre foi e acho que só você não vê isso.

Ela fica parada me olhando, sem dizer nada.

— Eu errei com você, reconheço isso, então nada do que a Emma me disse foi novidade para mim. — Eu abaixo a cabeça. — Eu sei que você me perdoou, mas é como se eu não conseguisse me perdoar, entende?

— Justin, toda aquela história ficou no passado. — Ela segura a minha mão.

— Eu sei, mas isso ainda não muda o fato do quanto eu prejudiquei a sua vida. — Engulo seco. — Você perdeu o seu emprego e agora está correndo risco de perder a sua casa.

— Não escute a Baskin, nada disso é culpa sua. — Ariana garante. — E quanto ao dinheiro da casa, não se preocupe, eu vou dar um jeito.

— Ouvir tudo aquilo da Baskin foi pesado demais para mim, porque é a verdade, Ariana. — Suspiro. — A minha intenção nunca foi magoar você, mas eu magoei e acho que só vou conseguir me perdoar de verdade pelo o que fiz com você, que nunca mereceu nada disso, se eu ajudar a consertar o que eu estraguei.

— Eu posso fazer isso sozinha.

— Eu não disse que você não pode e muito menos que não consegue. — A encaro, profundamente. — Só quero que me prometa que se não conseguir, que irá pedir a minha ajuda.

— Justin...

— Prometa que se tiver que escolher entre perder o lugar onde você e a sua melhor amiga vivem e deixar o seu orgulho de lado para pedir a minha ajuda, você irá me procurar sem hesitar. — Eu continuo falando. — Eu só quero isso de você, que faça uma promessa, porque sei que o que você me prometer, você irá cumprir.

— Eu prometo. — Ela se rende. — Mas saiba que eu estou fazendo isso sob protesto e principalmente, que só usarei isso como último recuso.

— Que assim seja. — Sorrio.

Pelo menos agora sei que a casa da Ariana está garantida.

— O que acha daquela janta? — Ariana ri.

— Acho uma ótima ideia. — Beijo seus lábios. — Estou faminto.

— Vamos. — Ariana se levanta do sofá e me estende a mão. — Você será o meu ajudante, lembra?

— É claro que sim. — Me levanto do sofá. — Sempre as suas ordens.

Caminhamos juntos para a cozinha e fico decidido que queremos comer algo fácil, prático e de preferência rápido, porque nós dois estamos com fome.

Então optamos por fazer macarrão a bolonhesa que apesar de ser um dos meus preferidos, não é muito comum que minha mãe permita que a nossa cozinheira reproduza esse prato por considera-lo simples demais.

— O que vamos fazer amanhã? — Eu indago enquanto mexo o macarrão para não grudar, seguindo as ordens da Ariana.

— O que você quer fazer amanhã? — Ela me responde com outra pergunta enquanto joga alguns temperos na carne.

Era incrível como o clima entre nós dois havia voltado a ser excelente, nem parece que um tempinho atrás estávamos praticamente discutindo na sala.

— O que acha de saírmos? — Ofereço.

— Pode ser. — Ariana dá os ombros. — Faz tempo que não vejo os meninos, o que acha de chamarmos eles?

Obviamente os meninos sabiam que eu havia reatado o meu namoro com a Ariana, mas eles certamente não haviam nos vistos mais juntos desde um dia antes do término.

— Acho uma ótima ideia. — Sorrio.

— Acho que esse macarrão já está pronto. — Ariana comenta. — Pode desligar o fogo.

— Melhor tirar ele daqui quando for colocar no molho, assim eles cozinham juntos. — Eu digo após desligar o fogo.

— Parece que o meu ajudante não é tão leigo assim no mundo da culinária. — Ariana faz graça.

— Eu já assisti alguns programas de culinária. — A olho com superioridade, brincando. — E macarrão a bolonhesa é a minha comida favorita, então é óbvio que eu entendo do assunto.

— Macarrão a bolonhesa é a sua comida favorita? — Ela me olha, surpresa.

— Sim. — Eu ri. — Por que a surpresa?

— Sei lá, eu só pensei que seria uma coisa bem cara, ruim e com um nome bem estranho. — Ariana faz careta. — Não é esse tipo de coisa que vocês ricos costumam comer?

— Essas comidas são para o paladar dos frescos, que gostam de pagar caro por uma comida ruim e que vem em pouca quantidade só porque tem um nome chique. — Eu me defendo. — O que não é o meu caso, até porque, quem em sã consciência trocaria um macarrão a bolonhesa por um escargot?

— Eu definitivamente me apaixonei pela pessoa certa. — Ariana beija meus lábios, sem conseguir parar de sorrir.

Eu não poderia ter uma resposta diferente do que a dela.

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