CONSEQUENCES

• Capítulo Quarenta-Quatro - Confia mesmo nela?

• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Já estava quase no final da semana e eu não poderia estar mais ansioso para o término dela, porque eu finalmente veria a minha a namorada e teria a casa livre para nós. Eu só precisava aguentar mais dois dias nessa empresa e a recompensa viria de ter a Ariana em meus braços.

Cheguei na empresa no meu horário habitual de quinta feira — um pouco mais tarde — e o James nem se deu ao trabalho de olhar na minha casa, o que eu agradeci mentalmente porque sabia que qualquer coisa vindo dele se tornaria uma briga rapidamente e já tínhamos feito isso essa semana.

Já era o suficiente.

— Bom dia. — Cumprimento a minha secretária.

— Bom dia, senhor. — A senhora de meia idade sorri para mim. — Devo avisa-lo que há uma moça a sua espera.

— Quem? — Eu franzo a testa assim que recebo a sua informação.

— Aquela moça que veio na segunda. — Ela me informa. — Ela não pediu para ser anunciada naquele dia porque disse que o senhor já a conhecia e que ela era quase de sua família.

— Da próxima vez que ela vier me procurar, anuncie ela, não importa o que ela te diga. — Suspiro. — Ela não é da minha família, nem mesmo quase.

— Como quiser, senhor. — A minha secretária sorri, constrangida.

— Obrigado.

Caminho até a porta da minha sala e suspiro pesado antes de abrir, porque sei que Emma me espera aqui dentro e a conhecendo como eu conheço sei que não virá coisa boa.

Mas puta que pariu, eu consigo me livrar do meu irmão que mora na mesma casa que eu, mas não consigo me livrar da Emma?

— Bom dia, Emma. — É a primeira coisa que eu digo quando adentro a minha sala.

— Bom dia, Justin. — Ela me lança um meio sorriso, sentada na cadeira.

Fecho a porta atrás de mim, caminho até a minha mesa, deixo as pastas com documentos da empresa em cima da mesa e me sento.

— O que te traz aqui novamente? — Eu pergunto, sem rodeios.

Quanto mais cedo ela falar, mais cedo irá embora.

— Queria começar te pedindo desculpas por vir novamente sem avisar. — Ela engole seco. — Mas eu precisava novamente falar com você.

— O que foi?

— Sei que naquele dia você não ficou nenhum pouco contente de saber que eu andei investigando a Ariana. — Ela me olha cautelosamente. — Sei que você disse que eu não havia trazido nada que fosse válido porque você sabia tudo o que eu vim te contar.

— Vai direto ao ponto, Emma. — Eu peço tentando não soar tão sem paciência quanto eu realmente estou.

Ela não desiste nunca?

— Eu não parei de investigar a Ariana, eu a segui algumas vezes.

— Você fez o que? — Eu me exalto. — Que merda você está fazendo, Emma?

— Mas agora eu te trouxe algo válido. — Ela se apressa para me garantir.

— O que você tem na cabeça de estar investigando e seguindo a Ariana? — Eu questiono totalmente nervoso, ignorando o que ela diz. — Ela é a minha namorada, esse é o meu namoro e eu mandei você ficar fora disso!

— Mas ela não é quem ela diz ser! — Emma se exalta também. — Eu sei disso e eu sei que eu só preciso de algo para te provar!

— Você está tornando a nossa convivência impossível, Emma. — Eu balanço a cabeça em tom de negação. — E olha que eu estou tentando pra caralho não tirar você da minha vida.

Ela se cala.

— Eu confio na Ariana, eu amo a minha namorada e não importa o que você diga ou o que você faça, eu vou continuar com ela! — Digo, alto e claro. — Eu sinto muito que eu não possa retribuir os seus sentimentos, mas você precisa parar de se intrometer no meu relacionamento, você precisa viver a sua vida, achar alguém que te ame e entender de uma vez por todas que essa pessoa não sou eu e nunca será.

— Acha mesmo que deveria confiar na Ariana quando ela não pode te ver durante a semana? — Emma quase cospe as palavras.

— Ela tem um trabalho mais fodido do que o meu se não percebeu, é uma sorte que ela seja liberada de suas funções durante o final de semana porque até onde eu sei os restaurantes não fecham. — Eu a defendo. — E só para você saber, ela ainda está dando apoio emocional e ajudando a melhor amiga a passar por um momento difícil.

Emma se cala.

— Me diga que pessoa horrível ela pode ser por estar ocupada trabalhando para colocar comida na mesa e ter um teto para morar? — Questiono. — Que eu saiba você não trabalha, você não precisa se sacrificar para ter nada porque sua familia te dá tudo e eu só o faço para manter as minhas regalias e luxos porque não importa que eu seja irresponsável ainda terei comida e um lugar para morar, mas a Ariana não.

— Justin...

Eu não deixo que ela fale.

— Não ouse me mostrar qualquer coisa que tente me provar que a Ariana só quer o meu dinheiro, porque ela nunca me pediu nada, nem mesmo um molho de tomate que a amiga dela usaria para fazer lasanha para nós comermos. — Eu a olho, seriamente. — Não ouse falar de onde a Ariana mora, de onde ela trabalha ou do quão ocupada ela é por estar batalhando sozinha por uma vida, é fácil para você julgar uma realidade que não vive.

— Só vim te mostrar que ela estava com outro. — Emma atira umas fotos que tirou de sua bolsa em cima ds minha mesa. — Me diga como esse tempo não poderia ser usado com você já que ela é tão ocupada assim?

Pego as fotos e analiso uma por uma, sem dúvidas é a Ariana, eu a reconheço pela silhueta, mas nem mesmo isso é necessário porque há fotos em que ela está de lado. Há um homem a acompanhando, um que só aparece de costas em todas as fotos, mas ela está sorrindo.

Que merda isso significa?

— Não há nada comprometedor nessas fotos, Emma. — A olho sério.

Mesmo sabendo que agora há um monstro dentro de mim crescendo, que mais tarde exigirá que a Ariana me conte exatamente o que aconteceu aqui.

— Confia mesmo nela? — Emma me encara, profundamente. — Porque eu definitivamente não confiaria.