• Capítulo Catorze - Eu não vou sair daqui

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

A cena dela sentada no colo daquele cara enquanto o beijava não saia da minha mente e não importava quantos copos eu havia tomado. As vezes eu dividia a minha atenção dos copos e voltava a encarar a direção que eu sabia que eu a encontraria, mas eu me arrependia disso logo em seguida.

Depois de tanta bebida, a minha visão nessa altura do campeonato já estava um pouco turva, mas eu conseguia a ver dançando com aquele cara, o beijando e o quanto ela parecia animada com ele e honestamente, isso só me deixava ainda pior.

— A minha vontade é subir naquele camarote e socar a cara dele. — Eu digo, com raiva.

— Eu disse que era melhor a gente não ficar aqui. — Chaz suspira.

— Vai subir lá e bater nele para que? — Christian me questiona. — Capaz de deixar a Ariana ainda mais brava com você e dela ir embora para cuidar dele enquanto você fica aqui chupando dedo.

— Você sabe que eu odeio concordar com o Christian, mas dessa vez ele está certo. — Há humor na voz do Chaz, mas eu não ri.

— Vai se foder, Somers. — Christian mostra o dedo do meio ao amigo.

— Ela deveria estar aqui comigo. — Eu ignoro a brincadeira deles. — E não com aquele cara.

— Mas você não pode cobrar nada dela. — Christian diz, óbvio. — Ela está no direito dela de fazer o que bem entender, ela te deu o beneficio da dúvida e você pisou na bola.

Já era uma merda estar aqui passando por essa situação, vendo a garota que sou apaixonado se divertindo e ficando com outro cara e era ainda pior saber que tudo isso estava acontecendo por minha causa, porque eu trai a confiança dela.

E ouvir tudo isso do Christian me deixava ainda pior, mas eu sabia que dentre todas as pessoas que já foram os meus amigos, ele não passaria pano para as minhas atitudes, ele me diria o que eu precisava ouvir, independente se eu gostaria ou não.

— Você é irritante, sabia? — Eu bufo.

— Justin. — Chaz chama a minha atenção e eu o olho. — A Ariana está saindo.

Eu me viro para trás com agilidade, ela está de mãos dadas com aquele cara, de costas para nós e os dois passam juntos pela porta.

— Eu vou atrás dela. — Eu me levanto no impulso.

— Não vai mesmo. — Christian me empurra de volta na cadeira.

— O que foi porra?

— Vai atrás dela para fazer o que se ela está acompanhada, Justin? — Chaz para na minha frente. — Você não vai fazer nada.

Se ela está saindo da festa com ele é porque encontrou o candidato dessa noite para uma transa que não significa nada e agora eu não sei o que pode ser pior para mim, saber que ela vai transar com alguém quando eu queria ser o último cara com quem ela transou ou ter medo de que ela encontre alguém em que veja potencial como um dia ela viu em mim e eu fodi com tudo.

— Acho melhor a gente ir embora, o propósito de ficar nesse lugar acabou de ir embora e todos nós sabemos o que ela foi fazer. — Eu tiro algumas notas de cem dólares do meu bolso e as coloco no balcão.

Eu me levanto e os meninos me ajudam a permanecer de pé, o que me parece uma tarefa difícil agora depois de todo o álcool consumido por mim.

— Justin?

A voz dela faz o meu corpo inteiro arrepiar, eu ergo o meu olhar do chão para encara-la.

— Ariana. — Há um sorriso no meu rosto que eu sequer consegui conter.

Ela não foi embora com aquele cara e isso só pode significar que ela não viu potencial nele, ele não era a exceção dela e acima de tudo, ela não transou com ele, eu ainda sou o último.

— O que você está fazendo aqui? — Ela franze a testa. — E principalmente, nesse estado.

— Eu vim te procurar. — Sou sincero. — Você não me atende e nem responde as minhas mensagens.

— Eu não acredito em nada disso. — Ela me olha, séria. — Você não estaria se esforçando tanto por uma transa que não significou nada.

E tínhamos chegado naquele ponto, o momento em que eu deveria colocar todas as cartas na mesa e ser sincero, independentemente do resultado que isso me traria.

— Eu disse isso ao meus amigos porque não queria parecer fraco na frente deles, isso parece uma desculpa ou até mesmo um motivo idiota, mas eu juro que não é. — Começo falando, tentando organizar as minhas palavras na minha cabeça. — Eu ser o único cara que você atendeu tem o mesmo peso de você ser a única garota que eu procurei, e quando você não me atendeu, eu me senti rejeitado por você, exatamente como você sempre fazia com os outros caras e eu quis mostrar a todos que eu não me importei com você como você também não se importou comigo.

Ela fica em silêncio e os meninos não me abandonam, preciso deles para me manter de pé, mas é até bom, o Chaz precisa ouvir isso também.

— Sou apaixonado por você desde que estávamos no colégio, tive que assistir o Ryan contar de quando vocês ficaram sem demonstrar nenhum sentimento porque eu sempre achei que sentir algo me tornava fraco, me deixava vulnerável e isso não era um problema, porque eu nunca estava fraco porque eu nunca estava com alguém que eu gostasse. — Sou sincero. — E com você foi diferente, você sabe disso, eu te falei que era, eu te liguei, eu insisti, eu abaixei a guarda, eu me permiti ser vulnerável e deixar o que eu sinto por você desde sempre crescer ainda mais pela primeira vez sem tentar reprimir e agora, eu sei que eu errei com você, porque você me pediu para ser sincero e eu não quis ser, porque sabia que o que eu havia dito aos meninos não era verdade e acima de tudo, sabia que ser sincero com você significaria que eu tinha a possibilidade de poderia te perder e como arriscar isso sendo que acabei de te conquistar?

— Eu preciso de uma bebida. — Ela passa por mim parecendo um pouco desnorteada e se inclina sobre o balcão pedindo uma dose de uma bebida qualquer.

— É só isso que tem a me dizer? — Eu insisto. — Me perdoa pelo o que eu fiz, Ariana, isso não vai voltar a acontecer.

— Eu preciso de um tempo. — Ela murmura, sem olhar para mim. — Vai embora, Justin.

— Eu não vou sair daqui sem uma resposta! — Argumento. — Estou a noite toda esperando por isso e tive que assistir você se divertir e ficar com aquele cara para isso!

— Me ligue amanhã e eu lhe darei uma.

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