CONSEQUENCES

• Capítulo Sessenta-Sete - Tudo estava bem

• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Nos despedimos dos meninos que pareciam estar aproveitando aquela noite mais do que nós. O caminho até a casa da Ariana foi silencioso e eu senti quase como se tivesse sido uma morte lenta para mim, porque ela só fitava as ruas e eu não tinha a menor ideia do que se passava na cabeça dela.

— Chegamos. — Eu aviso, assim que estaciono em sua casa.

Emma havia conseguido estragar a nossa noite e agora, eu não sabia ao certo se deveria subir ou não para passar a noite com a Ariana, como havia sido o nosso combinado antes de tudo ter dado errado.

— Você não vai subir? — Os olhos dela encaram os meus pela primeira vez desde que entramos no carro.

— Você ainda quer que eu suba? — Pergunto, receioso.

— Emma estava naquela boate, pensei que talvez ela voltasse a nos incomodar novamente. — Ariana suspira, derrotada. — Essa foi a única razão pela qual, eu quis vir embora.

— E você não está chateada comigo? — A olho, surpreso.

— Tenho motivos para estar? — Ela ergue a sobrancelha.

— Me diga você. — Eu peço.

— Eu sei que a Emma só queria se vingar de você. — Ela engole seco. — Você me contou o que fez com ela, então é natural que ela não iria deixar barato e qual a melhor forma de se vingar de você se não for sabotando o nosso relacionamento?

— E por quê está tão calada? — Eu perguntei, sem entender. — Fiquei com medo que estivesse com raiva de mim.

— Acho que só estou com raiva de mim por deixar essa garota me afetar tanto. — Ariana abaixa a cabeça. — É difícil para mim, engolir o que vocês dois fizeram quando nós estávamos juntos.

— Ariana, isso ficou no passado. — Eu garanto a ela. — E eu me arrependo muito.

— Alguns dias são mais difíceis do que outros. — Ela funga. — É só que cada vez que eu olho para a cara dela, eu vejo o que vocês fizeram e isso acaba comigo.

— Ariana, eu...

Deixo as palavras morrerem em meus lábios porque não sei o que dizer. Não há muito o que eu justificar, eu trai a Ariana e é natural que isso ainda machuque ela.

— Eu sei que você se arrepende, eu posso ver isso cada vez que olho nos seus olhos, mas isso ainda não muda o fato de que você fez e ela joga isso na minha cara em cada oportunidade que tem. — Ela me encara com os olhos cheios de lágrimas. — Sem contar toda essa história de eu ser apenas uma distração, algo de momento, algo que é passageiro, algo que você trata apenas como um prêmio na sua estante.

— Ariana, escuta bem o que eu vou te falar. — Eu seguro a sua mão. — Eu te amo, como nunca fui capaz de amar alguém, você nunca será uma distração, um passatempo ou um prêmio na minha estante, porque você é tudo o que eu quero pra mim.

— Eu juro que eu escuto tudo o que você está me dizendo e entendo. — Ela balança a cabeça em tom de negação. — Mas não posso deixar de concordar com ela em certas coisas, afinal, você só me pediu em namoro porque tinha me traído e queria o meu perdão.

— Eu fui um idiota em não ter feito o pedido de namoro oficial antes, mas eu juro pela a minha vida que eu sempre pretendi o fazer. — Eu prometo. — Isso não foi por causa das circunstâncias, não foi só para te fazer me perdoar, foi porque eu te amo, quero ficar com você para sempre e me arrependo de não ter feito antes, porque se eu tivesse feito, você não teria dúvidas.

— Eu acredito em você. — Ela aperta a minha mão e entrelaça os nossos dedos. — Eu acho que só estou insegura.

— Com que? — Eu quis saber. — Por favor, fala comigo.

— Eu te amo, Justin. — As lágrimas escorrem pelos seus olhos. — E acho que no fundo só tenha medo que um dia você acorde e veja que eu não sirvo mesmo para você, que você tem que estar com alguém do mundo, alguém que você possa apresentar a sociedade como sua e principalmente, a sua família.

— Se você quiser conhecer a minha família, eu te apresento amanhã. — Eu digo, determinado. — Se você quiser, te levo a todas as revistas para tirarmos fotos e contarmos sobre o nosso amor para que o mundo inteiro saiba que eu te amo e que eu sou seu.

— Isso não é necessário. — Ela garante. — Eu não quero ser matéria de revista nenhuma, eu quero viver a minha vida privada com você.

— E quanto a minha família? — Eu indago. — Você acha que está na hora de conhece-los?

— Honestamente, tenho medo de conhecer a sua família. — Ela suspira. — Se a Emma é assim, quem dirá os seus pais que estão nesse mundo chique a mais tempo do que ela, bem provavel que vão achar que você merece bem mais do que uma garçonete.

— Eu não me importo com o que eles vão achar de você, o que importa é o que eu acho e tudo o que eu sei é que eu te amo e quero você. — Sou sincero.

— Eu só estava insegura com tudo isso. — Ela sorri, com os olhos ainda cheios de lágrimas. — Mas você conseguiu deixar o meu coração em paz.

— Graças a Deus. — Digo aliviado. — Você estava me deixando preocupado.

— Obrigada por me dizer tudo isso. — Ela beija os meus lábios devagar. — Eu te amo.

— Tudo o que você precisa fazer é me dizer o que quer e eu farei. — Eu garanto a ela. — Eu te amo, não há nada que eu não faria por você.

— Eu não preciso conhecer a sua família agora e nem que você grite pro mundo inteiro que está comigo, eu só quero que você diga isso para mim, enquanto vivemos as nossas vidas juntos. — Ela sorri. — Eu não quero ser o centro das atenções de todas as pessoas que conhecem você e a sua família, eu só quero estar no centro da sua atenção, só quero me sentir segura, só quero saber que você me ama e que isso basta.

— Isso basta para mim também. — Eu sorrio, abertamente. — Mas um dia vou te apresentar para a minha família.

— Tudo bem. — Ariana ri.

— E agora, quero te pedir que nunca duvide do que eu sinto por você. — Eu a olho, profundamente. — Você é mais do que o suficiente, você é tudo o que eu precisava mas nunca soube onde poderia encontrar, até conhecer você de verdade e agora tudo o que eu mais quero é poder ficar com você pra sempre.

Ariana não diz nada, ela apenas me beija.

Tudo estava bem.