• Capítulo Vinte-Sete - Isso não incomoda você?

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

No dia seguinte, quando acordei, não era a bebedeira da noite passada que estava me incomodando até porque eu quase nem havia bebido, mas era o fato de agora saber dos sentimentos da Emma por mim e a pior parte foi ela tentando me beijar.

Peguei o meu celular e disquei o número da Ariana, eu definitivamente queria contar para ela o aconteceu na noite passada, não queria que tivesse segredos entre nós. Mas tocou várias vezes e ela não me atendeu.

Olhei no relógio e ainda era muito cedo, ela provavelmente ainda estaria dormindo e eu decidi aproveitar para ficar mais um pouco na cama também, assim talvez, eu conseguisse me livrar dos olhares julgadores do meu pai, das perguntas da minha mãe e das alfinetadas do meu irmão.

Realmente consegui ficar um tempo a mais na cama, mas infelizmente não o quanto eu gostaria porque não tardou para que eu ouvisse batidas na minha porta.

— Depois eu tomo café da manhã, mãe. — Eu aviso, ainda sem levantar da cama.

— Não é a sua mãe. — A voz da Emma atrás da porta me assusta. — Será que eu posso entrar?

Que merda ela está fazendo aqui?

— Pode entrar.

A porta é aberta, revelando a Emma, ela não está mais com aquele vestido chamativo da noite passada, agora ela veste uma calça jeans, uma blusa azul bebê e sua aparência está péssima, eu vejo os resquícios da noite passada.

— Você está bem? — Eu me sento na cama.

— Já estive melhor. — Ela assume enquanto fecha a porta.

— Eu não quero ser grosso, mas o que você está fazendo aqui? — Pergunto de uma vez.

— Minha mãe comentou com a sua que eu havia voltado para o Canadá e a tia Pattie me convidou para o café da manhã. — Ela explica. — É claro que quando aceitei, não achei que estaria nesse estado hoje.

— E ainda sim veio.

— Eu não ia desmarcar em cima da hora quando a sua mãe é sempre tão gentil comigo. — Emma suspira. — E eu achei que tínhamos que conversar.

— Senta. — Eu indico a beirada da cama, um pouco distante de mim.

Ela se senta na cama e por um momento fica em silêncio, parecendo criar coragem para tocar no assunto.

— Eu sinto muito por noite passada. — É a primeira coisa que ela diz. — Eu sinto muito pelo modo como tratei a sua namorada, como falei dela e principalmente por ter tentado te beijar.

— Eu sinceramente não entendo.

— Eu sou apaixonada por você desde sempre, desde que nós nos conhecemos e isso só se intensificou quando nós viramos amigos. — Ela suspira, derrotada. — Eu não ligava para as garotas que você ficava porque sabia que elas não significavam nada para você, e eu acabei me predendo na ideia de que eu significava.

Agora eu fico em silêncio, esperando que ela me conte tudo.

— Nós sempre fomos muito próximos, sempre fizemos tudo juntos e você sempre cuidou de mim, sempre foi diferente comigo e acho que só ontem eu percebi que isso não era a sua forma de me dizer que sentia o mesmo por mim, era sua forma de dizer que eu era como sua irmã. — Ela abaixa a cabeça. — Sair do Canadá foi a decisão mais difícil que já tomei porque sabia que isso poderia nos afastar, mas nunca pensei que você se apaixonaria por alguém que não fosse eu.

— E por quê voltou? — Eu quis saber.

— A gente se afastou como eu temia que aconteceria, a faculdade de moda não era o que eu pensava e eu decidi voltar, queria resgatar o que tínhamos e quem sabe tonar a nossa amizade em algo a mais. — Ela engole seco. — Mas agora você tem alguém e eu pude perceber noite passada o quanto você gosta dela e eu sinto muito por toda aquela situação.

— Eu me importo com você, Emma. — Eu sou sincero. — E sinto muito por ter te magoado, sinto muito por não corresponder os seus sentimentos.

— Você não tem culpa de nada. — Ela me dá um meio sorriso. — Acho que a gente não manda no coração.

— É, você tem razão.

— E você me perdoa por tudo o que aconteceu ontem? — Ela me olha com esperanças.

— Sim.

— Eu sei que os sentimentos que eu tenho por você não vão desaparecer assim do nada, mas eu quero te dizer que eu quero que você seja feliz. — Ela volta a olhar nos meus olhos.

— Eu estou. — Sorrio abertamente.

— Agora que está tudo resolvido. — Ela ri, ainda meio sem graça. — Me conte tudo dessa sua história de amor.

— Ela é incrível. — Digo, sem conseguir parar de sorrir. — E eu sou apaixonado por ela desde sempre, desde o tempo do colégio e quando finalmente tive a minha chance, eu não desperdicei.

— Eu me lembro dela no colégio. — Ela murmura. — É a garota que ficou com o Ryan, não é?

A conversa estava indo bem, por que ela tinha que tocar nesse assunto?

— Sim, mas isso não significou nada para ela. — Digo, não deixando esse assunto me abalar. — Assim como as outras garotas não significaram nada para mim, acho que até nisso somos iguais.

— E você já conheceu a família dela e ela a sua? — Emma pergunta.

— Não, ainda é muito recente. — Eu conto a ela. — E eu agradeceria se não tocasse nesse assunto durante o café da manhã.

— Tudo bem. — Ela ri. — Eu só estava curiosa, é a sua primeira namorada.

— E honestamente, eu pretendo que seja a última. — Sorri.

— Você parece bem apaixonado. — Ela comenta, tentando ser casual. — E quando vai finalmente fazer o pedido?

— Tem sido muito corrido para mim ultimamente, mas eu pretendo fazer o pedido com tudo o que tem direito. — Conto, alegre.

— E ela já veio aqui?

— Sim, mas minha família estava viajando. — Explico.

— E você já conheceu a casa dela?

— Nossa, isso está parecendo um interrogatório. — Eu ri, meio sem graça.

— Eu só estou tentando conhecer ela melhor, agora ela faz parte do nosso grupo. — Emma se defende.

— Não, eu ainda não fui na casa dela. — Dou os ombros. — Na verdade, a Ariana ainda é quase um mistério para mim também.

— Como assim?

— Eu só sei que ela mora com a melhor amiga dela e tem um trabalho.

— Você só sabe isso sobre ela e estão namorando? — Emma ergue a sobrancelha. — Isso não incomoda você?

Com certeza incomoda, mas não vou dizer a ela os motivos que deixaram a Ariana ainda mais fechada em relação a mim.

CONSEQUENCESOnde histórias criam vida. Descubra agora