• Capítulo Vinte-Um - Gota d'água

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

O tempo pareceu começar a passar devagar assim que a pergunta saiu da minha boca, Ariana suspirou pesado, parecendo desconcertada enquanto tenta organizar as ideias em sua cabeça, ela não é a única que consegue ficar me analisando.

Antes não havia gostado da ausência dos meninos, o que havia gerado inúmeras perguntas por parte dela do motivo real por eu não ter perdoado o Butler quando ele parecia estar sendo tão sincero, mas agora eu agradeço o fato deles não estarem aqui, porque sei que isso está prestes a se tornar uma briga.

Tive uma semana merda na empresa, minha família não é nada fácil, essa é a primeira noite nessa semana que eu consegui vê-la e quando cheguei aqui, ela estava acompanhada do Ryan que declarou a todos que é apaixonado por ela e depois de tudo o que ele causou — que eu sei que também tenho um pouco de culpa — ela quase brigou comigo por não perdoa-lo e quando ofereço uma noite incrível, um café da manhã especial e uma carona até em casa, ela me nega?

Estamos juntos já faz semanas, e eu até agora não sei com o que e nem onde ela trabalha, onde mora, não sei o nome da sua família e nem por onde eles andam já que ela acabei de descobrir que ela mora com a Baskin, que sei que é sua melhor amiga.

Ela só pode estar brincando com a minha cara.

Eu não sei se juntou todos os motivos já citados por mim, mas eu estou de saco cheio e honestamente, agora já não me importo se irá se tornar uma briga.

— Por que você está reagindo assim? — Ela me olha confusa. — Eu topei passar a noite no motel com você.

— E por quê eu não posso te deixar em casa? — Eu questiono.

— Justin, eu não quero brigar com você. — Ela suspira. — Então não me pressione, você prometeu que não iria.

— Oh, que grande pressão estou fazendo por querer levar a minha namorada em casa. — Eu debocho.

— Está me pressionando para contar a minha vida a você, quando você quer e não quando eu estou pronta! — Ela argumenta. — Eu te disse que sou uma pessoa fechada, que eu não deixo qualquer um entrar na minha vida e você disse que ia ser paciente, sem pressão, então não me pressione!

— Olha quanto tempo já estamos juntos, não acha que já está na hora de eu conhecer a sua casa? — Retruco.

— Eu quem decido a hora que alguém deve ou não conhecer a minha casa! — Ela altera o seu tom de voz.

— Você não confia em mim? — Eu a olho nos olhos.

— Isso não se trata de confiança ou não. — Ela revira os olhos. — É a minha casa, o meu espaço, me deixe fazer as coisas no meu tempo e não no seu!

— Eu te levei na minha casa na nossa primeira noite juntos. — Eu jogo na cara dela. — E você não pode fazer o mesmo?

— Eu não te obriguei a fazer isso, você fez porque você quis!

— Eu fiz isso porque sabia que com você era diferente, mas parece que você não pensa o mesmo em relação a mim. — Faço chantagem emocional.

— Isso não é verdade! — Ela me olha com raiva. — Já te provei de muitas formas diferentes que eu gosto de você e que o que temos é diferente de tudo o que eu já tive na minha vida.

— Mas eu quero essa prova!

— E tudo isso é por que heim? — Ela quis saber. — Só para você tentar descobrir se eu levei alguém lá antes?

— E levou?

— Claro que não! — Ela nega de imediato. — Se não vou levar nem você, quem dirá um qualquer.

— Se não leva um qualquer lá e me diz eu não sou um, por que não posso ir? — Indago.

— Justin, você está me deixando com raiva. — Ela me diz em forma de alerta.

— Eu quem estou com raiva! — Bufo.

— Não me faça magoar você. — Seu tom de voz é baixo.

— Você já está! — Eu a olho, sério. — Me diga como posso confiar em você se não me diz nada sobre você?

— Me diga como posso confiar em você para contar tudo sobre mim quando na primeira oportunidade que teve, você me mostrou que não é confiável? — Ela me olha, profundamente. — Que eu saiba você não tem o direito de ficar me cobrando coisas, afinal, você está aqui se autodenominando como meu namorado mas sequer fez o pedido.

Suas palavras me pegam tão de surpresa que não sei nem o que devo responder a ela.

— Você me disse que faria um pedido com flores e um anel, me disse que seria sincero e não mentiria para mim, me disse que esperaria o meu tempo para eu me sentir pronta para me abrir porque é difícil para mim confiar, me disse que seria paciente e não haveria pressão. — Agora é ela quem joga coisas na minha cara. — Que eu saiba você já quebrou todas essas promessas que já me fez, será que sobrou mais alguma?

Sua fala me fez travar, ela tinha razão, eu quebrei todas as promessas que fiz a ela e agora, como posso estar aqui cobrando dela que confie em mim quando eu não me mostrei confiável?

— Me desculpa. — Eu suspiro. — Eu só estou chateado com o meu serviço, com o meu irmão, com o lance do Ryan e você me dizer que não posso ir até a sua casa foi só a gota d'água e eu acabei descontando em você a minha frustração.

Agora ela quem está parada, me olhando, sem dizer nada.

— Você tem razão, quebrei todas as promessas que te fiz e eu sinto muito. — Engulo seco. — Tudo bem não querer me contar as coisas ou me levar na sua casa ainda, eu sei que errei com você e que você está no seu direito de ainda estar pisando em ovos em relação a mim, mas quero que saiba que isso não vai mais acontecer, quero que sinta que pode mesmo confiar em mim e que me conte as coisas quando estiver pronta.

— Obrigada. — É a única coisa que ela diz.

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