• Capítulo Setenta-Três - Para de drama

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Fui o cliente regular da Ariana essa noite naquele bar, porque depois do chefe dela ter vindo chamar a sua atenção, comprar inúmeras bebidas era o que eu podia fazer para ficar aqui com ela sem prejudica-la.

Eu não podia fazer ela perder mais um emprego, ainda mais quando eu fui o responsável por ela perder o bom que ela tinha antes. E por mais que eu tenha resolvido a situação do apartamento onde a Ariana mora — o que ela nunca vai saber que fui eu — eu ainda me sinto em divida com ela depois do que o meu pai fez ela passar.

Achei que apresentar a Ariana como minha namorada, a levar como a minha acompanhante na festa da empresa em comemoração a minha promoção iria ajudar a melhorar as coisas, mas ela não aceitou e eu não podia negar que eu entendia os seus motivos.

Ariana era extremamente inteligente, habilidosa, sociável, educada e linda, ela não tinha preguiça de trabalhar e de lutar por tudo aquilo o que ela acredita, ela quer ser a dona da sua própria vida, ela quer ser livre e não depender e nem prejudicar ninguém. Ela é incrível e tudo isso, deveria bastar para que ela fosse respeitada, mas infelizmente no meu mundo não é.

Mas eu queria que fosse, porque eu sei que no meu mundo, com todas as coisas que ele pode proporcionar, ela poderia finalmente ter a vida que merece.

— Um dólar por seus pensamentos. — Ela me estende uma nota de um enquanto está deitada no meu colo na sua cama.

Eu não quis ir para casa depois que o expediente da Ariana terminou, eu só queria ficar com ela.

— Meus pensamentos valem mais que isso, baby. — Eu brinco. — Eu sou um homem misterioso.

— Meu cliente da noite não me deu gorjetas boas. — Ela faz careta.

— Ei, você que não aceitou! — Eu a olho, chocado.

— Não ia aceitar duzentos dólares de gorjetas por ter te servido algumas bebidas, Bieber. — Ela revira os olhos, rindo.

— Exagerei?

— Muito. — Ela ri. — Geralmente os clientes são dão dez por cento.

— Você gostou mesmo de trabalhar naquele lugar? — Eu suspiro.

Fiquei a noite toda sentado naquele balcão, deixando a Ariana me servir bebidas e vi todo o tipo de coisa. Caras bêbados tentando passar uma cantada nela — as quais ela fingia não ouvir — e me repreendia se eu ameaçasse levantar do meu lugar para ir tirar satisfação, vi outros caras olhando ela com olhares maliciosos e até um que deu o telefone a ela, o qual jogamos no lixo antes de vir para casa.

Eu não queria a Ariana lá, porque eu ficaria maluco de estar na minha casa sabendo que ela está passando por tudo isso e eu não estou lá para a defender se algum daqueles otarios passar realmente dos limites com ela. E a única solução se ela continuar será vir até aqui encher a minha cara enquanto cuido dela de longe.

— Não. — Ela dá os ombros. — Mas é o que apareceu e eu não estou muito em posição de escolher.

— Podíamos tentar algo diferente. — Eu falo devagar. — Tenho certeza que alguém na festa da empresa tem uma oportunidade melhor do que aquele bar e a empresa da minha família.

— Eu não quero ir nessa festa e nós já conversamos disso. — Ela suspira. — E eu não quero que você insista nisso.

Eu sabia que não adiantava insistir, Ariana sabia ser difícil quando ela queria e ficar batendo na mesma tecla quando ela já deixou claro que não quer só nos causaria uma briga.

— Tudo bem.

— Mas, eu estou feliz por você. — Ela abre um sorriso. — Pela promoção que você ganhou, você definitivamente merece.

— Obrigado, baby. — Acaricio o seu rosto. — É só uma pena que você não vai estar lá para me ver sendo homenageado.

— Não tem problema. — Ela sorri de canto. — Depois eu posso prestar as minhas próprias homenagens a você.

— Eu vou cobrar. — Sorri do mesmo modo que ela.

— Pode cobrar.

Eu sabia que deveria contar a Ariana que já que ela não quer ser a minha acompanhante, que eu terei uma escolhida pelo meu pai, como forma de deixar de lado a minha reputação de irresponsável e festeiro.

Mas as coisas estavam finalmente tranquilas entre nós depois de tanta turbulência, que eu simplesmente não queria colocar lenha em uma fogueira que estava se apagando.

Mas o que eu posso fazer?

Eu definitivamente queria que a Ariana me acompanhasse essa noite, não queria ter que passar horas estando ao lado de alguém que não me importo e sequer conheço, mas fingindo que somos íntimos.

Só há uma solução para isso já que a Ariana não quer ir a essa festa e eu queria a companhia dela mais do que ser homenageado por uma promoção que eu ganhei apenas por ser filho do dono da empresa.

Eu não sou um mal trabalhador, mas não sou idiota e sei que existe pessoas mais capacitadas do que eu. Contudo, elas não possuem o nome que fica estampado na entrada da empresa e os privilégios sempre ganham.

— E se a gente fizer algo? — Eu ofereço. — Eu não preciso ir a essa festa.

— O que? — Ariana ri nervosamente. — Você está falando sobre deixar de ir?

— Sim.

— Por que? — Ela me olha, surpresa. — É uma promoção, é algo que merece ser comemorado e você homenageado.

— Mas não sem você.

— Por favor, não me coloque nessa situação. — Ela me pede.

— Não estou colocando em situação nenhuma. — Sou sincero. — Eu posso abrir mão disso por você.

— Justin, tudo bem você ir aos eventos da sua família, da sua empresa sem mim, você não precisa deixar de fazer isso por minha causa. — Ela me encara. — E agora, essa festa é praticamente sobre você, sobre a promoção que você recebeu e sobre homenagear você, não pode não estar lá.

— Mas eu queria ficar com você.

— E eu não vou a lugar nenhum. — Ela sorri. — Eu estou aqui agora com você e vou estar depois, uma noite longe de mim não vai te matar.

— Você não sabe. — Faço drama.

— Eu te amo, estou orgulhosa de você pela sua promoção e quero que você tenha uma noite especial porque você merece, quero que seja homenageado. — Ela ri. — Então para de drama, não seja um bebê e vá a essa festa, e comemore a sua conquista por nós dois, você sabe que no seu coração, eu estou com você.

CONSEQUENCESOnde histórias criam vida. Descubra agora