• Capítulo Vinte-Seis - O meu primeiro

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• JUSTIN BIEBER •
— Toronto, Canadá.

Ariana havia me dado um beijo de despedida e ido embora, deixando em mim a sensação que só ela conseguia me trazer, a de falta. Era incrível o quanto eu era apaixonado por essa garota e o quanto eu ficava mais feliz quando ela estava por perto de mim.

— A Ariana já foi? — Chaz se aproxima de mim.

— A Baskin precisou de ajuda. — Eu conto a ele. — Ela terminou um namoro e está passando por um momento bem difícil.

— Que bela amiga. — Chaz ri. — Aposto que você não deixaria ela por nós.

— Está fazendo drama uma hora dessa, Somers? — Eu balanço a cabeça, rindo. — Você está aprendendo isso onde?

— Talvez tenha acabado de aprender com a Emma. — Ele faz careta. — Eu tinha me esquecido do quão grudenta e sentimental ela fica quando bebe.

Eu não fazia a menor ideia de que a Emma possuía sentimentos por mim, porque no tempo da escola, ela nunca se incomodou com as garotas com quem eu ficava e nunca demonstrou nada do tipo.

E quanto a mim, eu não entendia de onde ela poderia ter tirado essa ideia de que no fim acabariamos juntos, eu sempre a tratei bem, mas porque ela era como uma irmã para mim e não porque sentia algo diferente, até porque eu sempre fui apaixonado pela Ariana, mesmo que em segredo para os meus amigos.

Mas agora, ela estava bêbada no meio da pista de dança, enquanto tentava balançar o seu corpo no ritmo da música.

Ela estava vulnerável e chegava a me dar pena.

— Honestamente, eu também não me lembrava. — Suspiro. — Acho que vou lá falar com ela.

— Eu vim te pedir isso agora. — Chaz da os ombros. — Ela não parou de falar de você nem por um segundo, é meio irritante.

— É difícil ser tão amado. — Eu brinco.

— Vai se foder, Bieber. — Chaz ri.

Eu me afasto do Somers e caminho até a pista de dança, os olhos claros da Emma encaram os meus e ela abre um sorriso.

— Você veio dançar comigo! — Ela exclama animadamente.

— Na verdade, vim te buscar para sentar e beber um pouco de água. — A encaro, sério. — Você já bebeu mais do que o suficiente, não acha?

— É o que se faz quando a noite não sai como esperamos. — Ela me encara, profundamente.

— Do que está falando?

— Eu te disse que seria apenas a noite dos amigos, como nos velhos tempos e você trouxe a sua namorada. — Ela fala como se estivesse com algo amargo na boca. — Eu não estava esperando por isso.

— Me diga como eu não traria a minha namorada para conhecer a menina que ligou no meu celular tão cedo me chamando para um role? — Eu arqueio a sobrancelha. — Eu tinha que traze-la ou ela poderia achar que acontece algo entre nós, o que não é o caso.

— Mas eu queria que acontecesse, sabia? — Ela ri, sem humor. — Eu gosto de você desde o tempo da escola.

— Isso não é verdade. — Balanço a cabeça em tom de negação. — Você está bêbada e está com ciúmes porque não é mais a única garota que está no nosso grupo.

— É claro que é verdade, a bebida só me ajudou a confessar. — Ela bufa. — É uma pena que eu tenha falado isso tarde demais, porque você já está namorando outra garota.

— Não faria diferença mesmo se eu não namorasse. — Digo, sem hesitar. — Eu nunca olhei para você dessa forma, você sempre foi como uma irmã para mim.

— Essa é a pior coisa que eu poderia ouvir depois de me declarar para você e foi justamente o que você me disse. — Os olhos dela se enchem de lágrimas. — Nós sempre nos demos bem no colégio, sempre fomos parceiros em tudo, os meninos me adoram e você sempre me tratou diferente, eu achei que isso poderia significar algo.

Eu definitivamente estou odiando ter essa conversa.

— Mas não significa nada além de que somos amigos e eu vejo você como uma irmã mais nova.

— Me diga por que você não pode tentar comigo? — As lágrimas escorrem pelos seus olhos. — Por que escolheu justamente a Ariana, a garota mais rodada do colégio ao invés de mim que durante todo esse tempo me guardei pra você.

— Eu já disse para você não falar assim da Ariana e eu espero não ter que repetir isso novamente. — A encaro, sériamente.

— Me desculpa, talvez eu só haja como uma completa filha do puta com ela ou em relação a ela porque eu queria estar no lugar dela. — Ela continua chorando.

— E o que você quis dizer quando disse que se guardou pra mim? — Indago, sem entender.

— Eu queria ficar com você, queria que você fosse o meu primeiro. — Ela limpa suas lágrimas, ela parece cada vez mais humilhada.

— Emma pelo amor de Deus, não acredito que está me dizendo que nunca transou com ninguém porque estava apegada nessa ideia de termos algo. — Eu definitivamente estou chocado com a sua revelação. — Você precisa deixar essa ideia no passado, precisa seguir a sua vida, arrumar uma pessoa que goste de você do mesmo jeito, porque essa pessoa não sou eu e nunca serei.

— Você nunca tentou para saber.

— As minhas formas de tentar te explicar estão se esgotando. — Suspiro, sem paciência. — Eu não quero nada com você, eu namoro e principalmente, mesmo que eu não namorasse, você é como uma irmã para mim.

— Mas eu quero você.

Essa é a última coisa que ela disse antes de se inclinar em minha direção, seus olhos se fecharam na medida que ela se aproximou mais de mim, eu sabia qual era o seu alvo e eu segurei o seu corpo e desviei. O rosto da Emma acertou o meu ombro, ela abriu os olhos e eu a afastei de mim.

— Não faça isso novamente. — Eu a alerto. — Eu amo a minha namorada e nada entre nós dois passará de uma amizade.

— Está tudo bem aqui? — Ryan se aproximou de mim acompanhado dos meninos.

É claro que todos eles viram toda essa cena e por isso vieram até aqui para me ajudar.

— Está sim. — Me limito a responder isso. — Emma só está bêbada demais e precisa ir pra casa, será que algum de vocês pode leva-la para casa?

— Pode deixar que eu a levo. — Chris se oferece.

Emma nem protesta, apenas deixa Chris a tirar dali.

Essa foi uma longe noite.

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