Junto com a memória emocional, o mistério de quem sou permanece.
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Aos 10 anos, Jimin se tornou órfão de mãe, e por quase nunca ver o pai, sentia que também estava órfão de pai.
Naquele tempo, as únicas pessoas que estavam ao seu lado eram Yoongi e seu avô, o homem que fez o papel de pai por muitos anos, mas que, devido à saúde debilitada e a incapacidade de sair da cama, percebeu que não poderia contar por muito tempo. A única pessoa que realmente estaria ao seu lado era o irmão, aquele que tinha certeza que nunca desapareceria, sempre estaria lá, fosse para abraçá-lo quando estava chateado, ou para repreendê-lo quando fizesse algo errado.
Yoongi era o melhor irmão que ele poderia ter, e se tivesse a chance de renascer, escolheria nascer naquela família, apenas para poder ser irmão dele mais uma vez.
Yoongi esteve ao seu lado quando o primeiro dente de leite caiu, quando foi à escola pela primeira vez, quando sua mãe morreu, e esteve ao seu lado quando seu pai se casou pela segunda vez. Aos quase 13 anos de idade, Jimin surtou quando descobriu que o lugar da sua mãe seria preenchido em menos de 3 anos de perda, teve febre alta e vomitou por dias, não querendo aceitar que outra mulher fosse dormir na mesma cama, no mesmo quarto, na mesma casa que sua mãe morou e morreu.
Ele não aceitava. Ele nunca aceitou.
As discussões tornaram-se constantes, e mesmo que Jimin morresse de medo do pai, desde que ele anunciou o casamento, o medo e o pouco respeito que ainda sentia por aquele homem foram parar no lixo. Começou a desafiar suas ordens e gritava mais alto que todos daquela casa, querendo que sua voz infantil e sentimentos confusos fossem ouvidos. Aquilo fez ele sair de casa e ir morar com Yoongi aos 14 anos, pois foi quando de fato seu pai se casou e Jimin gritou com raiva que não iria morar na mesma casa que uma mulher e um homem que nem mesmo esperaram o corpo da esposa esfriar — palavras dele.
Desde quando saiu de casa, novo demais para entender o que um casal realmente significava, Jimin nunca mais teve um contato íntimo com o pai. Só visitava aquela casa amaldiçoada duas vezes por ano; uma no aniversário de morte da mãe porque Yoongi sempre o arrastava, e outra no aniversário do avô porque ele não conseguia sair da cama. Se não fosse por causa daquilo, ele nunca mais pisava o pé lá. Sentia no ovo esquerdo que aqueles jantares eram apenas para manter a pose de família perfeita, ou para tirar o peso dos ombros pela morte da mulher que foi negligenciada até ser tarde demais.
Jimin desejava, de todo coração, que todos eles se fudessem até os ossos.
Parado em frente à mansão amaldiçoada dos Min, ele desejava que se um meteoro fosse cair na terra, que caísse ali, amém. Olhou para o lado quando sentiu a aproximação de Yoongi, ele encarava a casa com um olhar sério no rosto; ele também não gostava de ir àquela casa, mas se esforçava por sua mãe. E, apesar de tudo, seu pai não tinha culpa pela morte da esposa e merecia recomeçar a vida ao lado de outra pessoa, não merecia e nem tinha o porquê de ficar sozinho para sempre. Jimin sabia e entendia aquilo, mas não conseguia conter o ressentimento e o sentimento de traição sempre que via seu pai ao lado daquela mulher. Gostava dele, mas a única coisa que queria fazer era vomitar.
— É a nossa mãe — Yoongi disse, apertando o ombro do irmão.
Jimin respirou fundo e fechou as mãos em punhos, tentando se acalmar.
— É a nossa mãe.
Com a promessa silenciosa de que fariam aquilo pela mulher que há muito tempo não estava mais junto deles, os irmãos entraram naquela casa para mais uma noite torturante.
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cores são sentimentos, tys
Fanfiction"O sonho de Taehyung sempre foi tirar o irmão daquele cenário abusivo onde cresceram, e ele sabia que só conseguiria isso se tivesse condições financeiras para cuidar de uma criança. Por isso, fugiu de casa para cursar a faculdade, determinado a mud...