cores são sentimentos, tys

34 | amaresol

O amarelo do sol aquece meu coração, mas não dissipa a dor que sinto.

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Fevereiro, 2023.

O sol dava indícios de que iria aparecer no horizonte a qualquer momento, tendo o direito de fazer todo aquele suspense por ser a coisa mais importante do céu.

Ambos estavam dormindo tranquilamente, enrolados até quase as cabeças pelo vento frio que entrava pela janela aberta. Yoongi estava deitado de costas, com o braço servindo de travesseiro. Já Hoseok estava de lado, com a perna sobre a cintura do namorado. Ainda assim, mesmo próximos, estavam distantes, cada um deitado em uma extremidade da cama, sem invadir muito o espaço pessoal do outro. O vento da primavera estava forte, quase como se fosse inverno, e era justamente por isso que a janela estava aberta.

O vento entrou mais forte, causando arrepios no corpo de Hoseok, que se virou enquanto mexia o nariz, como se fosse um cachorro fungando o ar ou estivesse se preparando para um espirro súbito. Ele abriu os olhos lentamente, como se ainda estivesse dormindo, e estava. Encarou o céu clareando devagar para a chegada de mais um dia, formando cores cinzentas que faziam parecer que o dia seria de chuva. Ele se espreguiçou, sentindo o braço quente embaixo do seu pescoço, como se Yoongi quisesse senti-lo mesmo enquanto dormia. Deu um sorriso preguiçoso e fungou a mão pálida e aberta, voltando a fechar os olhos e adormecendo rapidamente.

O celular em cima da mesa de cabeceira começou a vibrar e tocar baixo, mas alto o suficiente para acordar o homem novamente. Hoseok cerrou os olhos e encarou o nome que brilhava na tela, depois cutucou Yoongi com o cotovelo, sentindo-o abraçar suas costas no mesmo instante. Até sorriu ao perceber que ele procurava seu corpo mesmo quando era empurrado.

— Ele tá ligando de novo — disse, voltando a fechar os olhos e querendo dormir mais um pouco.

Yoongi abriu os olhos lentamente, encarando a nuca do homem em seus braços e vendo os cabelos desgrenhados. Depois, com muito esforço e suspiros, ele se sentou na cama e atendeu a ligação.

— O que foi dessa vez? — perguntou, esfregando a mão na testa.

— Foi pior dessa vez, bem pior. — O homem do outro lado da linha disse, fazendo Yoongi suspirar novamente.

— Já tô indo.

Encerrou a chamada e bagunçou o cabelo, sentindo-se mentalmente e fisicamente cansado. Deitou-se novamente, abraçando o namorado para sentir seu calor mais um pouco. Hoseok não era muito de toques, ainda mais desse jeito, mas Yoongi descobriu que, quando ele estava dormindo, ficava lento e não conseguia nem mesmo reclamar.

— Vou sair mais cedo hoje — murmurou, alisando a barriga nua de Hoseok e sentindo os gomos sob os dedos.

— De novo? — Hoseok resmungou, empinando a bunda quase imperceptivelmente para sentir mais um pouco.

— De novo. — Beijou a nuca dele. — Vamos jantar fora hoje?

— Tá bom. E vê se faz aquele menino superar isso — respondeu Hoseok, irritado por estar sendo acordado tão cedo.

Yoongi riu às suas costas e deu um aperto na bunda coberta apenas por uma cueca. Depois, contorceu-se até beijar a bochecha quente de Hoseok e levantou-se da cama.

— Tchau, brutus.

— Se eu sou o brutus, você é quem? — Hoseok se apoiou na cama e encarou Yoongi.

— A Olivia Palito? — perguntou, mexendo os quadris nus.

Hoseok revirou os olhos.

— Tá mais pra Bruxa do Mar.