43 | radiente

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As flores no jardim nunca estiveram tão radiantes, refletindo a alegria de ter você de volta.

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Jungkook se apresentava no teatro da Black Swan ao som de "Black Swan", como se estivesse agradecendo por tudo que a academia fez em sua vida.

Se passasse naquele teste com notas extremamente altas, ele iria finalizar o curso com quase dois meses adiantado. Jungkook queria aquilo, pois poderia voltar antes para casa, e aquilo era tudo que ele mais queria naquele momento. Por isso, dançou como se sua vida dependesse daquilo, pois não queria ficar ali nem por um minuto mais. Agradecia tudo que viveu ali, tudo que estudou e as pessoas que conheceu, mas não queria pisar o pé naquela academia nunca mais em sua vida.

Queria apenas terminar de se apresentar e embarcar no avião que já tinha comprado a passagem e não planejava nem por um segundo remarcar a data. Ele estava se segurando naquela pequena esperança de que em algumas horas estaria em casa, e mesmo que aquela esperança fosse tão pouca que poderia cair a qualquer momento, ele tinha força de vontade, o que o fez dançar como nunca tinha dançado antes. Sua volta adiantada dependia apenas dele e de mais ninguém. Dependia apenas do que iria fazer com seu corpo, dos passos que iria apresentar e da sensação que passava para as pessoas que permaneciam em silêncio, apenas observando a obra de arte que era seu brilho único quando estava em cima de um palco.

Ele dançou, se expressou o máximo e melhor que podia fazer, executou seus passos com uma facilidade absurda e transmitiu tudo e mais um pouco daquilo que estava sentindo no peito. Quando a música parou, junto com ele que respirava pesado e quase sem ar, as palmas soaram como se fossem músicas para os seus ouvidos. Em todos aqueles 22 meses, suas apresentações nunca foram chatas e sempre foram bem apreciadas, por isso ele estava tão confiante de que iria passar sem grandes complicações, apesar dos pesares. Imprevistos acontecem quando mesmo se esperava, mas ele estava torcendo para que não acontecesse nada além do que queria.

Ele encarou a diretora enquanto tentava segurar o sorriso. A mulher estava em pé aplaudindo-o, e aquilo fez um nó se formar na sua garganta. Já tinha sido aplaudido milhões de vezes por aquela mulher tão inteligente e artística que chegava a ser um anjo na terra, mas ela nunca tinha ficado em pé para ele, ainda mais com aqueles olhos tão brilhosos, como se estivesse feliz pelo seu pequeno pupilo. Ele se curvou para ela antes de correr para fora do palco, onde encontrou Wonwoo com um pano limpando os olhos.

— Que foi? — perguntou, jogando água na cabeça e se sacudindo como se fosse um cachorro.

— Nada... — respondeu, encarando o amigo que começava a hidratar os pulmões com o oxigênio disponível para os dançarinos que iriam se apresentar naquele dia. — Cara, tu é foda — disse, ganhando um risadinha.

— Obrigado por dizer o óbvio — disse, todo se achando enquanto quase morria sem ar.

Wonwoo sentou ao lado dele, segurando o pequeno ventilador para secar a água que ele jogou na cabeça, o suor e esfriar o corpo.

— Como você tá se sentindo por poder ir pra casa?

Jungkook fechou os olhos, como se imaginasse sua casa e seu irmão fazendo um café da tarde para que eles pudessem fofocar enquanto olhava a vida dos outros, mas bastava apenas abrir os olhos para perceber que a fantasia estava longe, em todos os sentidos.

— Nem sabemos se vou conseguir a nota máxima...

— Cara, se você não conseguir a nota com o que fez ali, só se aprender a voar agora, porque nada mais pode impressionar os professores.

Jungkook riu silenciosamente, imaginando-se voando como uma galinha. Não sabia o que tinha de errado com seus pensamentos intrusivos, mas às vezes pensava em coisas que nunca pensou.

cores são sentimentos, tysOnde histórias criam vida. Descubra agora