Como as rochas da praia, desejo não ter sentimentos estranhos.
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Tinha apenas 17 anos quando descobriu que ficaria órfã.
Foi um choque.Era seu aniversário, um dia que deveria ser repleto de felicidades. Seu pai preparava uma pequena festa para comemorar mais um ano de vida da pessoa mais preciosa para ele. No entanto, ele ultrapassou os limites e acabou no hospital após desmaiar devido ao cansaço. Foi então que Jinnie descobriu que seu pai estava fadado a se encontrar com a morte mais cedo do que esperava.
Ele estava com câncer, e os médicos lhe deram apenas três anos de vida.
Naquele dia, Jinnie realmente soube que seu destino era ser solitária, e não sabia se sua tristeza era pela notícia da morte antecipada ou porque estaria sozinha quando ele não estivesse mais lá.
O relacionamento dos seus pais nunca foi bem aceito por nenhum dos dois lados da família, ainda assim, eles permaneceram juntos e construíram uma vida linda que acabou cedo demais. Sua mãe morreu quando ela tinha 10 anos, em um acidente de carro que levou todos os envolvidos para o além, e sua mãe era uma delas. Desde muito nova, Jinnie se acostumou com a perda e solidão; não tinha nenhum familiar próximo, não sabia o que era ter primos, irmãos ou tios, não sabia qual era o sentimento de brigar pelo controle da TV e nem como seria o Natal na casa dos seus avós. Sua vida era apenas com seus pais, depois seu pai, e antecipadamente, com ninguém.
Jinnie, desde muito cedo, aceitou seu destino cheio de solidão. Simplesmente aceitou que, naquela vida, ela foi feita para ser solitária. Talvez isso mudasse na sua próxima vida, mas o pior era que ela nem acreditava em reencarnação.
Ainda assim, mesmo com tudo acontecendo e deixando sua vida mais solitária do que já era, Jinnie não deixava de sorrir com o coração sempre puro. Se achava alguém gentil, carinhosa, amorosa e empática. Claro, também tinha seus dias de tristeza e ignorância, mas fazia de tudo para sempre ser sensível a tudo e a todos ao seu redor, pois essa era sua personalidade, e não queria perder sua pureza mesmo vivendo naquele inferno.
Não poderia perder aquilo, pelo menos não aquilo.
— Jinnie, você veio bem cedo hoje. — Sua chefe comentou, sorrindo pequeno e apertando os olhos inchados, sonolentos.
— Acordei bem cedo hoje. Não queria ficar sozinha em casa... — respondeu com um sorriso grande, sem nenhum pingo de sono no seu corpo.
Às vezes tinha aqueles picos de energia e acabava acordando mais cedo do que o normal. Usava toda aquela energia para manter seu pequeno apartamento sempre bem limpo, já que trabalhava no turno da tarde e não fazia nada pela manhã. Esse foi um daqueles dias, acordou cedo, arrumou a casa e não tinha mais nada para fazer, então resolveu chegar mais cedo no trabalho, ao menos sempre teria alguém para conversar.
— Veio só conversar ou já vai começar a trabalhar? A menina do turno da manhã já tá se preparando pra ir embora. — A mulher disse, sentando no banco atrás do balcão.
Jinnie trabalhava em uma cafeteria e não tinha medo de dizer que era a mais famosa da cidade, com cafés deliciosos. Eram divinos. Apenas três garotas trabalhavam ali, uma em cada turno diferente; o seu era o turno da tarde. Sua chefe disse que fez aquilo para não sobrecarregar os funcionários e para que sempre tivessem tempo para estudar, cuidar dos seus filhos ou descansar. Aquela mulher era um anjo na terra; tinha certeza de que nunca encontraria uma chefe melhor que ela.
Resolveu conversar enquanto seu turno não começava, então também sentou em um dos bancos do balcão e ficou em frente à mulher, que sorriu entendendo o que ela queria.
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cores são sentimentos, tys
Fiksi Penggemar"O sonho de Taehyung sempre foi tirar o irmão daquele cenário abusivo onde cresceram, e ele sabia que só conseguiria isso se tivesse condições financeiras para cuidar de uma criança. Por isso, fugiu de casa para cursar a faculdade, determinado a mud...