cores são sentimentos, tys

31 | laranja escuro

No horizonte do meu destino, vejo o laranja do pôr do sol, mas também sinto o medo do desconhecido.

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Dezembro, 2021.

O pôr do sol estava laranja escuro, mostrando que a noite estava mais próxima do que esperava, trazendo medo do desconhecido para o coração já tão atormentado.

Taehyung estava preparando as malas para a breve viagem que iria fazer ao lado dos homens, mas não estava tão feliz com aquilo como provavelmente deveria estar. Não havia felicidade onde só existia dor; ele sabia disso. Ainda assim, iria abrir mão da pouca felicidade que teve em anos. Não dava mais para seguir com isso; aquilo que tinha com os homens, fosse lá o que fosse, precisava terminar o quanto antes.

Queria fazer a exposição, mas tinha Jungkook e os homens para tomar todo o seu tempo, e agora que não tinha mais o irmão, iria tentar ficar sem os homens também. Assim teria tempo para fazer o que queria. Sabia que os homens não iriam aceitar aquilo muito bem, mas precisava pôr um ponto final naquilo. Seria complicado, afinal, são três anos com um e dois anos com o outro, muito tempo em um envolvimento para acabar as coisas assim, mas era preciso se quisesse fazer alguma coisa com a própria vida que não envolvesse sexo.

Seria doloroso, mas era o certo.

Quando terminou de arrumar a mala, ele suspirou e sentou na cama, olhando para o nada como se esperasse a alma voltar para o corpo, assim como ficamos quando acordamos. Ele queria fumar, mas, desde a última vez, estava com medo de acabar tendo algum problema e ninguém estar por perto para socorrê-lo, assim como Jimin o socorreu. Sabia que maconha não dava overdose, mas causava alguns outros problemas de saúde, problemas esses que fariam seu coração parar se não tivesse ajuda rápida.

Tentou pensar em algo a mais para não pensar nos problemas, assim não ficaria com vontade de fazer algo que não tinha forças para controlar. Pensou em ligar para o irmão, já que aquela era a hora em que ele ligava, mas resolveu esperar ele ligar. Pensou em tomar banho de novo, mas já estava arrumado e seria apenas trabalho a mais. Jogou-se na cama e respirou fundo, percebendo que, quando queria e precisava, nada vinha à mente.

Como pensou, não demorou muito para o celular começar a vibrar com uma ligação do irmão.

— Bom dia, K — disse baixo, meio rouco.

Fazia três dias que Jungkook tinha viajado, e ele se recusou a ver os homens com a desculpa de que precisava agilizar o trabalho para poder viajar. Sendo assim, ele só usava a voz quando Jungkook ligava, o que era sempre no fim da tarde, já que era começo da manhã em Nova York. Nos últimos dias, passava o dia em casa sem fazer nada; no fim da tarde, conversava um pouco com Jungkook e depois voltava a fazer nada. Foi assim que passou os últimos três dias, apenas existindo em uma casa pequena que se tornou grande demais.

— Hyung! Bom dia! — Jungkook gritou do outro lado do celular, fazendo o irmão sorrir e sentir o coração em paz.

Foram apenas três dias, mas era óbvia a alegria daquele garoto, dava para sentir a emoção transbordando da sua voz.

— Como estão as coisas por aí?

— Hoje eu conheci alguns professores e o restante da academia. É tão grande, Hyung! Tem tantas salas de práticas aqui. E você não sabe da melhor: cada aluno tem a própria sala de prática! Eu vou ter uma sala só pra mim, Hyung! Bem grandona!

— Bem grandona? — Taehyung sorriu, deitando na cama como se sentisse paz.

— Sim! Vou poder decorar do jeitinho que eu quero, e o mais legal é que o quarto é junto à sala de prática, ou seja, nem vou precisar sair do quarto pra treinar, só nas aulas!