cores são sentimentos, tys

19 | preto elegância

Na elegância do escuro, destaca-se uma noite de confusão, como um farol de sofisticação em meio ao caos.

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Quando teve sua primeira experiência sexual, foi como descobrir um novo mundo. O mundo do prazer, do esquecimento, dos desejos, do cansaço corporal e do alívio mental.

Taehyung não conseguia explicar exatamente o que tinha sentido, mas sabia que queria sentir aquilo para sempre. Esquecer tudo o que tinha passado, deixar para trás as preocupações com seus pais e com Jungkook foi o impulso que precisava para se entregar totalmente àquele novo mundo, mesmo sem compreender plenamente as consequências. Ele não se importou e nem estava ciente dos riscos que corria ao tomar a decisão de esquecer. No entanto, as consequências logo se manifestaram, e ele teve que enfrentar uma jornada dolorosa até conseguir lidar com elas.

Sentia que estava prestes a perder o controle novamente.

Encontrar sua mãe não estava em seus planos, muito menos falar com ela, ainda mais de maneira tão agressiva. Aquilo doía, doía ainda mais não saber o que fazer em uma situação tão delicada. Tudo o que tinha dito a ela era verdade e estava preso em sua garganta por muito tempo. Sonhou com o dia em que teria a oportunidade de desabafar tudo aquilo, mas nunca imaginou que Jungkook estaria presente naquele momento, ouvindo seu ódio sendo despejado contra a mulher que os trouxe ao mundo.

Sentiu-se culpado, perdido.

A única alternativa viável que encontrou para aliviar toda a tensão e o desespero constante que estava sentindo foi procurar os homens. Sabia que eles poderiam cansar seu corpo e, consequentemente, proporcionar algum alívio à sua mente.

Parado em frente à porta desconhecida do apartamento onde se encontrariam a partir dali, Taehyung não hesitou e nem pensou duas vezes antes de abrir a porta e entrar no novo mundo desconhecido. Foi recebido por um cheiro de coisa nova que o fez suspirar com força para aliviar os pulmões, fechando rapidamente os olhos para ouvir o coração bater nos ouvidos. Quando os abriu, Yoongi saía de algum cômodo, se aproximava com o rosto um tanto nervoso, mesmo que se esforçasse para não transparecer.

— Eu sei que você não gosta disso, mas aqui é melhor pra gente se encontrar. — Se aproximou enquanto se explicava. — Compramos o apartamento com a melhor vis...-

— Yoongi...

Taehyung interrompeu o homem com um chamado sério, porém doloroso e dengoso, o que fez Yoongi parar de andar como se estivesse preso em algo. Atrás dele, Hoseok também saiu pela mesma porta. Estava com o olhar um tanto preocupado, as sobrancelhas franzidas como se apenas o tom dele fosse um gatilho para entender o que estava acontecendo.

— Quero que vocês me fodam.

•••

Nunca tinha discutido com a mãe, nunca nem tinha levantado a voz para ela. Tudo que ela mandava fazer, fazia sem dizer nada, pois ela era sua mãe, e sendo assim, merecia respeito.

Ouvir Taehyung falar daquele jeito com ela fez Jungkook se sentir magoado, não com ele, pois nunca, infinitamente nunca, mas por saber exatamente o que aconteceu com ele e o quão machucado estava. Seu irmão tinha sofrido muito, e mesmo que nunca tenha visto muita coisa, sabia que o que viu não era nem mesmo o começo. Não estava magoado com ele. Houve uma ação, e a sua reação foi aquela, dizer aquelas palavras feias com tanto ódio que seu peito doía apenas por lembrar.

Não estava magoado com ele, mas sim com a situação toda. Com a sua mãe por nunca ter feito nada, com o seu pai por ter feito demais e sempre magoar os filhos, com o seu irmão que estava machucado ao extremo e ele não saber como ajudar, e magoado com a sua avó que morreu cedo demais e deixou os netos ao léu. Simplesmente estava magoado com todos, até consigo mesmo.