O diabo

Capítulo 12

Pov Anastasia

Estou tremendo tanto que meus dentes batem enquanto caminhamos em direção à casa funerária. As coisas desagradáveis que a empregada sussurrava enquanto eu caminhava para o carro ecoavam pela minha cabeça, abafando o barulho dos meus calcanhares na calçada.

Não sei quem ela é, mas ela parece saber tudo sobre mim e meu passado.

Não há como escapar disso .Eu sempre serei conhecida como a puta da cidade que tentou arruinar um bom homem e um casamento feliz.

A bile sobe pela minha garganta quando passamos pelas portas da frente. Algumas pessoas estão reunidas no lobby conversando. Não demorará muito para que eles comecem a especular e sussurrar.

—Eu sinto muito, Jack. Eu não posso fazer isso.

Minha cabeça gira como um passeio de carnaval e minha garganta se contrai quando percebo que as pessoas estão começando a olhar em nossa direção.

Meu terapeuta estava certo. Normalidade não é algo que eu seja capaz de alcançar. Eu preciso me concentrar em pequenos objetivos: como caminhar até a caixa de correio.

Eu preciso parar tentando correr quando mal posso rastrear, porque só estou me preparando para o fracasso.

Minha respiração acelera enquanto eu a levo para a porta.

Um forte puxão no meu braço me puxa de volta.

—Anastasia.

Oh Deus. Jack está dizendo meu nome. Todo mundo vai saber quem eu sou .

Eu agarro meu estômago quando ele ronca. Jack está falando, mas parece que ele está a um milhão de quilômetros de distância.

Meu rosto está molhado e não sei se é de lágrimas ou suor, mas não importa. Há apenas uma coisa em minha mente.

Eu tenho que sair .

Um sentimento avassalador de destruição me envolve como uma névoa negra e viscosa, e eu agarro meu pescoço com a mão livre, desesperada por ar.

Estou me movendo rápido, mas na direção errada. A saída é o contrário.

Eu luto contra o aperto de Jack, mas é inútil porque ele me levanta do chão.

—Não.

Eu preciso sair daqui. Coisas ruins acontecem quando eu deixo os limites da minha casa.

Vidas se arruinam. Pessoas morrem.

—Maldição, - meu tormento rosna. —Eu lhe disse que não vou deixar ninguém te machucar.

Christian disse isso também. Pelo que sei, Jack fez um acordo com ele também .Isso explicaria porque ele é tão insistente em eu estar aqui.

Esta deve ser a queda.

Uma risada sardônica explode de mim. Uma funerária. Quão conveniente.

Então, novamente, Christian sempre teve um jeito para detalhes.

Minha risada maníaca sobre a minha morte se transforma em soluços quando Jack me coloca no chão.

—Pelo amor de Deus. Pare de chorar.

—Medicação, - eu resmungo enquanto pego a mesa exibindo cartões de massa e as poucas fileiras de cadeiras na sala desocupada. —Se estiver tudo bem com você, eu gostaria que algo saísse antes de conhecer meu criador.

— Anastasia, olhe para mim. - Quando eu faço, ele diz: —Ninguém nesta cidade vai foder com você uma vez que eles sabem que você é minha. - Ele inala profundamente. —Onde está essa sua medicação?