Renzo Santoro
— Já marcou a reunião para discutirmos o projeto? — pergunto ao meu assistente administrativo, Vinicius.
— Sim, senhor. A reunião acontecerá amanhã — ele diz, anotando alguma coisa na tablet.
Esse projeto arquitetônico é muito importante para a empresa e eu não posso falhar em nada. O cliente é bem meticuloso e eu tenho que prestar muita atenção aos detalhes. Tem sido assim desde sempre e é por isso que a nossa empresa é a melhor na arquitetura. Não posso falhar ou permitir que qualquer um dos meus funcionários o faça.
— Ótimo, tudo tem que sair impecável, sem erros.
— Sim, senhor.
— Pode sair e começar a fazer os preparativos — ele assente e sai da minha sala.
Toco o interfone para chamar minha secretária, que logo aparece.
— Chame a Natalie, por favor.
— Sim, senhor, mas primeiro tem uma mulher que quer falar com você. Ela não tem hora marcada, mas é muito insistente.
Meus pensamentos inconscientemente vão para Amélia. Seria ela aqui na empresa? Não temos tido nenhum tipo de conversa em casa, na verdade, mal a vejo. Só às vezes quando janto em casa, e isso não é com muita frequência. Desde que tivemos aquela pequena discussão sobre deixar minha mãe entrar no apartamento, ela tem me evitado. Odeio dividir meu espaço com alguém que mal conheço e que foi apenas um caso de uma noite que se transformou em um casamento. O apartamento tem sido meio sufocante e eu não sei como lidar com a Amélia ou com essa situação bizarra que estamos vivendo. Me pergunto se vai ser assim por muito tempo, afinal, já tem quase um mês que estamos "casados".
— Deixe-a entrar — digo a ela.
— Tem certeza? — ela indaga, mexendo com as mãos.
— Sim, tenho — respondo um tanto irritado.
— Ok — ela finalmente sai.
Logo entra uma mulher que conheço muito bem, até demais. Giulia, com sua certa elegância, entra quase desfilando com seus saltos altos, a pele morena reluzente e sua beleza deslumbrante.
Não entendo o que ela está fazendo aqui no meu trabalho.
— O que faz aqui? — questiono sério, sem as formalidades de bom dia.
Ela sorri e senta na cadeira à minha frente, sem a minha permissão, o que eu odeio.
— Amor, soube que se casou e achei tão estranho isso, vim aqui saber se é verdade — diz ela, com a voz sedutora que já chamou meu nome tantas noites.
Giulia é apenas mais uma das mulheres com quem durmo, mas com ela é com mais frequência, porque tenho um certo encanto por essa mulher. Não é amor ou paixão, é apenas desejo.
Mas desde o meu casamento, confesso que não tenho ficado com nenhuma mulher, e logo enchem minha paciência, porque toda vez que estou com alguém, a maldita Amélia invade meus pensamentos, me lembrando que sou um homem casado, mesmo já sabendo que o casamento não vale nada para nenhum dos dois.
— Sim, casei, e você veio aqui para falar isso? Olha, tenho muito trabalho e não posso perder meu tempo precioso com você. Quando eu quiser te ver, eu ligo, ok? — digo friamente.
— Entendo, o grande Renzo Santoro nunca tem tempo para nada — ironiza. Suspiro impaciente — mas terá que ter tempo.
Ela finaliza. Eu estreito os olhos, esperando uma explicação.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...