Capítulo 18

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                    Amélia Ferrari

Aceitei a proposta de Renzo para trabalhar em sua empresa, embora não esteja muito à vontade com isso. Mas, enfim, é melhor do que correr risco de vida vindo para casa à noite. Saber que Renzo estava me seguindo não foi muito reconfortante, mas isso me ajudou a não acontecer nada comigo naquela noite. Na verdade, até agradeço por isso. Acho que até duas noites atrás não tinha me dado conta do quanto ele é poderoso e ameaçador quando quer.

— Já está pronta? — Renzo pergunta atrás da porta do meu quarto.

Dou uma última olhada no espelho, observando a minha roupa. Vesti algo mais formal para estar adequada, mas posso apostar que Renzo está com medo de que eu me vista igual da outra vez, no aniversário dele.

Saímos do apartamento a caminho da empresa. É difícil não sentir a tensão entre nós dois nesse carro pequeno.

Chegamos à empresa, que é enorme, com vários andares, muito maior do que a empresa do meu pai. Noto que os funcionários cumprimentam Renzo com receio, alguns mostram até medo no olhar. Ele, frio do seu jeito que é, mal dá um aceno de cabeça. Me pergunto que tipo de CEO ele é, mas já está claro que é alguém a quem você teme. Um homem nos cumprimenta e caminha ao lado de Renzo com um tablet na mão, entregando-o a Renzo e mostrando algum tipo de gráfico. Renzo suspira, encarando o tablet, e entrega novamente ao homem.

— Cuide disso o mais rápido possível — diz com voz autoritária. O homem assente e desvia o caminho do nosso.

Andamos e pegamos o elevador até, enfim, chegar a um escritório. Somos recebidos por aquela mulher do restaurante do aniversário de Renzo. Acho que o nome dela é Lara. Não sei o que pensar disso. Trabalhar com a mulher que aparentemente parece sentir algo por Renzo não me parece uma boa opção.

Lara nos dá um sorriso ao se aproximar.

— Bom dia — diz ela, me abraçando. Acho estranho e fico parada, esperando que ela tire os braços de mim.

Ela se afasta.

— Essa é a Lara, você deve se lembrar dela do restaurante — diz Renzo para mim.

E eu me lembro.

— Sim, me lembro.

— Enfim, ela é a diretora jurídica da empresa e você vai ficar no departamento dela como assistente da Lara.

Ainda terei que trabalhar tão perto dela... Isso não poderia ficar pior, a não ser que eu trabalhasse diretamente para o Renzo. Tenho certeza de que seria mil vezes pior.

— Será um prazer recebê-la, Amélia — declara ela.

Forço um sorriso, ainda sem acreditar muito em suas palavras. Para mim, essa mulher parece ser falsa.

— Já vou indo, tenho muitos problemas a resolver — diz Renzo, se virando para mim sem saber muito o que dizer, e então sai do escritório.

— Então vamos ao trabalho — fala Lara, chamando minha atenção para ela. — Você pode sentar naquela mesa e vou te passar algumas pastas de documentos que você tem que colocar tudo em ordem alfabética.

Ela aponta para uma mesa de escritório do outro lado da dela. Faço o que ela manda, enquanto ela traz um monte de documentos que dá para fazer uma torre.

— Essa é só uma pequena parte, ainda tem muito mais — noto um tom de divertimento em sua voz.

Começo a arrumar os documentos em ordem alfabética, como ela pediu. Posso sentir os olhos dela em mim a cada momento, como uma cobra. Assim que termino uma parte, ela me dá outra e depois mais outros documentos que não parecem ter fim. Tenho a impressão de que ela está fazendo isso de propósito.

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