Capítulo 48

20.4K 1K 58
                                    

Renzo Santoro

Tamborilando uma caneta entre os dedos, minha mente está em outro lugar enquanto agora mesmo tem uma reunião do conselho de diretores, nenhum satisfeito com como a empresa está. Ou simplesmente estão irritados com a nossa imagem para o mundo externo, como se eu pudesse controlar o que as pessoas falam a meu respeito. Não me importa quantas entrevistas a imprensa eu tenha dado, as pessoas acreditam no que querem acreditar. Para desmanchar essa imagem que estou carregando lá fora é só achar o culpado para limpar o meu nome. No mundo empresarial, isso tem que ser o quanto antes, mas uma falha minha e isso vai virar outra coisa; meu afastamento da empresa. Até meu digníssimo pai está aqui hoje, concordando com tudo que os outros dizem: que sou um incompetente e que outra pessoa deveria assumir o cargo de CEO. Meu próprio pai está jogando contra mim, eu poderia ficar irritado, mas estou cansado demais para sequer falar algo em meu favor.

— Todo mundo sabe que é mentira as acusações contra o Renzo, então não pode afastar ele por uma mentira que inventaram! — Natalie contesta irritada.

— Mentiras essas que estão afetando toda a empresa, os negócios estão caindo por causa dele! — retruca o meu tio.

Alguns acionistas murmuram concordando com ele, hipócritas.

— Não é culpa dele que a imprensa vem com tudo para cima dele! E de que lado você está? Ele é seu sobrinho, devia ficar do lado dele, não contra ele!

Meu tio dá um sorriso amargo.

— Eu escolho o lado da qual não vai nos afundar, querida Natalie.

— Chega! O Renzo não tem levado a sério a proposta de administrar a nossa empresa. A arquitetura Santoro sempre foi renomeda no mundo todo, mas agora, com todas essas notícias, nossa imagem está manchada e por isso, hoje iremos decidir se Renzo fica ou sai do cargo de CEO — meu pai diz, posso sentir minhas respiração se descontrolar de raiva e minha mandíbula se contrai. Como eu odeio esse homem, me fez ser frio e calculista somente para assumir essa maldita empresa e agora quer me tirar dela?

— Teremos os votos então — diz Ramiro, um acionista.

— Não deveríamos pensar sobre isso primeiro? — Diego fala tenso, me dando um olhar de cumplicidade. Deve ser um dos únicos, além de Natalie, que não está contra mim.

— Verdade, não podemos simplesmente voltar hoje com os nervos à flor da pele. Devemos pensar com calma e marcar um dia para votação — Lara argumenta.

Pelo menos até agora tenho três do meu lado, só falta 14 agora, perceba a ironia.

Meu pai fica pensativo, me encarando com cara de poucos amigos. Não ouso dizer uma palavra sequer.

— Tudo bem, marcamos a votação para semana que vem, quinta-feira, no mesmo horário, aqui. Então decidiremos o futuro da empresa.

— Mas, Ivan, isso tem que ser decidido logo! — meu tio, Alex, protesta.

— Já está decidido, Alex. Semana que vem decidiremos, reunião encerrada — dispensa a todos.

Me levanto da cadeira, pronto para sair desse lugar, mas meu querido pai me ordena a permanecer onde estou enquanto os outros saem. Natalie me dá um olhar triste antes de sair.

— Nada disso teria acontecido se você tivesse feito o que mandei! Se tivesse se livrado daquela maldita criança antes, nada disso teria acontecido, Renzo. Você provocou sua própria destruição! — diz irado.

Cerro os punhos, me segurando para não lançar um soco no rosto dele, que há anos imagino dando, mas nunca o fiz. Se fizesse, é capaz de eu ser morto.

Uma Aliança De ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora