Capítulo 47

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Amélia Ferrari

Renzo finalmente sai daquela cela horrível e está comprovado que ele não tem nada a ver com isso, mas os problemas começaram com Giulia, que ainda está se recuperando, e o bebê. Há um louco solto que quer ferrar Renzo, e a imprensa não nos deixa em paz. Tem uma semana que tudo aconteceu, mas toda vez que vamos sair do apartamento há dezenas de pessoas esperando a gente lá fora com câmeras, para nos tirar a paciência.

Recuperar a imagem dele será difícil, mas Natalie está tentando dar um jeito e limpar a imagem dele, apesar de o estrago já ter sido feito. A única capaz de fazer com que as coisas voltem ao normal será a Giulia, mas é necessário que ela esteja bem para dizer o que aconteceu. Porque os policiais parecem não estar fazendo o trabalho deles direito, já que até agora não encontraram o culpado.

— Parece que o nosso Renzo amoleceu um pouco — comenta Natalie com um sorrisinho no rosto, enquanto observa o bebê segurar o dedo de Renzo através do vidro da neonatal. Abro um meio sorriso também, é uma cena fofa que vem acontecendo desde que ele saiu da delegacia. Ele vem todos os dias ver se ele está bem. Parece que a ideia de ser pai o deixou menos rígido, posso assim dizer.

Ele disse que só vai fazer o DNA quando ele se recuperar completamente, mas em outras palavras, eu acho que ele está com medo de que o bebê não possa ser dele. Em tão pouco tempo percebo que se apegou, mesmo que antes nem quisesse ouvir nada relacionado a essa criança. Mas se me perguntassem o que sinto em relação a tudo isso, não saberia responder. É claro que estou feliz que o Renzo está cuidando desse bebê como um verdadeiro pai preocupado com ele. Sei que isso não vai mudar nada entre nós, mas realmente não sei o que devo sentir.

— Parece que sim — respondo. Ela se vira para mim com um sorriso triste.

— Sei que deve ser difícil para você, essa situação.

— É um pouco estranho, mas o Renzo parece bem, então está tudo bem.

Natalie passa a mão no meu braço, me confortando.

— Logo vocês terão seus próprios filhos. Talvez sejam gêmeos como nós dois.

Rio com a ideia.

— Não quero filhos agora. Por mais que seu pai tenha literalmente me intimidado a dar um neto a ele, eu quero focar no meu futuro e, futuramente, imagino sim ter um filho nosso. Eu amaria, na verdade. E se esse bebe da Giulia for do Renzo também vou ama-lo como se fosse meu filho.

— Eu admiro isso em você. Continue assim e terá um futuro brilhante — ela diz, gentil. Eu esboço um sorriso para ela.

Depois que Renzo viu o bebê e conversou com o médico, se já podia ver Giulia, e ele autorizou, já que ela está melhor para receber visitas, nós entramos para vê-la. Parece estar melhor mesmo. Cumprimentamos ela e Renzo já começa a perguntar a ela o que aconteceu.

— Eu não me lembro com detalhes. Só sei que ele estava todo encapuzado — diz ela, parecendo um pouco nervosa.

— Tente se lembrar, você sabe quem é o homem que te atacou? A voz ou sei lá, alguma coisa que ele tivesse que pudesse chamar a atenção? — indaga Renzo.

— Não me lembro!

Não sei se Giulia pode estar escondendo o que sabe ou se realmente não lembra, mas sei dizer que está muito nervosa.

— O mundo todo acha que eu fiz isso com você. Seria de bom tamanho se colaborasse uma vez! — Renzo exclama.

— Renzo vai com calma — Peço a ele. Giulia não está em condições de passar raiva no estado dela.

Ela olha para as próprias mãos, cheias de fios de aparelho.

— Eu quase morri e o meu filho também. Se acha mesmo que eu não quero lembrar de algum detalhe do desgraçado que fez isso?

Renzo suspira, colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Mais minutos antes você me mandou mensagem dizendo que precisava de ajuda... — Renzo diz, Giulia olha surpresa para ele.

— Eu não te mandei mensagem, Renzo. Lembro que tentei pegar o meu celular, então ele me chutou e eu caí no chão. Vi ele pegar o celular e, depois disso, não me lembro de mais nada.

Mais uma prova de que a pessoa que fez isso realmente teve a intenção de prejudicar o Renzo, mas quem?

Ele passa a mão no rosto, tenso.

— Agora sabemos que de fato isso não é coincidência — Natalie comenta.

— Agora a pergunta é quem é e por que está fazendo isso?

— Renzo, por favor, não deixe o nosso filho sozinho. Tenho medo de que venha acontecer alguma coisa com ele — implora Giulia.

Renzo a olha.

— Não se preocupe, contratei alguns seguranças para ficar com vocês.

— E como ele está? Eu nem o vi ainda. Como ele se parece? Parece com você? — pergunta ela com os olhos brilhando de expectativas.

— Ele está melhorando — diz, secamente —Tenho que ir agora.

— Ok, tchau...

Saímos do quarto de Giulia.

— Ela sabe de alguma coisa — comenta Renzo.

— Parece que sim, mas parece estar com medo — Natalie diz.

— Não sei o que vamos fazer.

— Vamos esperar ela melhorar por completo, Renzo. E você tem que se acalmar o mais rápido possível — conclui Natalie com um olhar severo para ele, Renzo suspira.

— Tá, melhor eu voltar para casa e tentar descobrir algo com aquela filmagem de novo.

Saímos do hospital e voltamos para casa, Renzo pensativo como sempre em seu mundo. Entramos para dentro de casa e os dois seguranças que agora ele contratou ficam ao lado de fora da casa vigiando a entrada. Como já está tarde, não encontramos ninguém da imprensa na porta, o que é um alívio. Lurdes ainda trabalha aqui, Renzo disse que seria melhor ficar de olho nela mais de perto e por isso ela está na cozinha arrumando as coisas. Entramos para o quarto dele, que agora é o nosso quarto. Isso soa tão bom, pena que é um momento tão complicado. Parece que quanto mais afundamos, menos respostas para nossas perguntas temos.

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