Uma Aliança De Contrato

Capítulo 12

                  Amélia Ferrari

A primeira parte do plano de Renzo para conseguir o divórcio está em andamento exatamente agora. Escolhi uma roupa o menos apresentável possível para essa reunião de hoje. Tenho certeza de que Renzo vai ter um infarto quando ver sua esposa vestida com um short curto e um top preto para uma reunião de negócios. Já imagino a expressão no rostos deles ao ver como a esposa do CEO se veste para estar na alta sociedade. O sorriso não sai do meu rosto enquanto me maquio. Fui legal com ele hoje, dei bom dia e até ofereci ajuda para esconder o roxo do rosto, mas isso também faz parte do plano.

Termino de me maquiar e coloco meus sapatos bem chamativos, um brilhante e tão brega que é perfeito para a ocasião. Saio do quarto já pronta e Renzo está na sala no celular, como sempre. Pigarreio chamando sua atenção. Renzo se vira para mim, seus olhos ficam em choque e ele franze o rosto.

— Que roupas são essas? — pergunta, me olhando de cima a baixo.

Dou de ombros, fingindo não entender.

— Minhas roupas? — Ele passa a mão na boca, contendo um grunhido de raiva.

— Você está sem roupas, é isso? Porque podemos ir agora mesmo em uma loja comprar roupas decentes para você usar.

Arquejo as sobrancelhas.

— Qual o problema com a minha roupa? Estou bem com elas e isso é o que importa. — Renzo aperta os olhos, perdendo a paciência.

— Isso não é roupa adequada para ir a uma reunião de negócios. Vista algo mais adequado agora mesmo. — Ordena com voz autoritária.

— Não, não tenho motivo para trocar de roupa.

— Você está doida para me irritar hoje, não é? Pelo amor de Deus, vai se trocar, Amélia!

— Eu já disse que não vou. — Continuo firme. Ele se aproxima de mim e puxa o meu braço, me empurrando em direção ao meu quarto.

— Me solta! — tento me desvencilhar do seu aperto no meu braço, mas ele só para quando estamos de frente ao meu quarto.

— Se troque agora.

Cruzo os braços ao redor do peito, desafiando-o, encarando-o provocativamente.

— Eu já disse que não vou me trocar. Essa roupa só vai sair de mim se você tiver coragem de tirá-la, porque do contrário, eu vou assim.

— Para de me provocar, Amélia, e vai vestir outra roupa.

Passo por ele, caminhando em direção à porta.

— Te espero no carro, amorzinho — aviso a ele.

Renzo entra no carro com ódio puro estampado no rosto e nem me dirige um olhar. É engraçado vê-lo assim.

— Você realmente vai mesmo com essa roupa? — pergunta mais uma vez, um pouco mais calmo.

— Eu já disse que não vou trocar — respondo.

Ele suspira e liga o carro.

— Ok, se é assim que você quer — vou irritá-lo tanto que tenho certeza de que ele vai pedir o divórcio fácil, fácil.
O caminho até o local é silencioso e desconfortável, mas estou feliz por tirá-lo do sério. Chegamos a um restaurante chique antes de entrar, Renzo me para.

— Vamos fingir, pelo menos, que nos suportamos quando estivermos lá — pede.

— Mas nós não nos suportamos — argumento.

— Eu sei disso, mas para os outros nós somos marido e mulher.

— Certo — ele segura minha mão para entrarmos, sua mão é quente e confortável. Andamos em direção à mesa onde todos nos aguardam. Noto os olhos de todos me encarando de cima a baixo, o pai de Renzo faz uma carranca, mas logo disfarça. Causei o efeito que queria.