Amélia Ferrari
Ainda não posso acreditar que quase beijei o Renzo, quase caí naquela teia de aranha sedutora dele. Se Lara não tivesse aparecido, tenho certeza de que teríamos nos beijado. Parecia que eu estava hipnotizada por ele, nem me importei quando ele segurou minha cintura possessivamente ou quando roçou seus lábios nos meus. Estávamos tão próximos e a raiva se transformou em desejo em segundos, era como se eu não pudesse raciocinar direito, sentindo seu cheiro de perfume caro, o intenso olhar verde sobre os meus. Aquele homem definitivamente mexe comigo. Toquei meus lábios várias vezes enquanto voltava para o escritório da Lara.
— Ei, você aí! — os saltos altos inconfundíveis de Lara estrondam o chão. Não tinha percebido que ela estava andando atrás de mim, viro-me para ela e paro, esperando minha chefe.
— Sim?
— Eu te dei uma oportunidade de ficar no meu departamento e espero que você não esteja abusando por ser esposa do Renzo e fazer o que quiser aqui. Você está em uma empresa séria, então aja como uma profissional em vez de ficar no escritório do Renzo fazendo outras coisas — fico confusa com seu jeito autoritário de falar.
— Eu apenas fui levar o papel para o Renzo, que você pediu — rebato.
— Eu pedi para levar o papel, não para entrelaçar a boca na dele — dá para ver que a mulher está furiosa e com ciúmes, está óbvio que gosta do Renzo.
— Eu não estava fazendo isso.
— Não foi o que pareceu — sibila — se não quiser ser demitida, é melhor voltar e arrumar as toneladas de papéis que tem na sua mesa — dito isso, ela passa por mim quase levando meu ombro junto. Contenho a raiva e a sigo para a sala para fazer o meu trabalho.
Vaca.
Como todos os outros dias, ela me faz trabalhar incansavelmente, preenchendo formulários, fazendo ligações, marcando reuniões e fazendo impressões. Tenho certeza de que está me dando muito trabalho de propósito.
— Faça xerox de todos esses papéis — manda. Pego os papéis da sua mesa, um monte, e levo à impressora, mas de tanto tirar xerox, a máquina deu problema.
— Tem uma sala de impressão no final do corredor, tire as xerox lá — instrui ela sem me olhar.
Pego os papéis e vou até a sala de impressão, colocando-os para tirar xerox. Enquanto aguardo, o assistente de Renzo entra com papéis na mão. Assim que me vê, fica meio nervoso.
— E aí, espero que Renzo não tenha brigado com você de novo — puxo assunto.
— Não seria ele se não brigasse. — Franzo o cenho.
— Renzo fala sempre com você assim? — Ele dá de ombros, não querendo dedurar o CEO. Afinal, ele trabalha para ele e, aos olhos de todos, sou a esposa, e é claro que ele não vai confiar em mim para falar mal dele.
— Enfim, só tenho que torcer para não ser demitido sem que haja provas. Sempre foi meu sonho trabalhar em uma empresa como essa.
Ele não deve ser tão mais velho que Renzo, talvez tenha 27 ou 28 anos. Parece ser uma boa pessoa, também não alguém que trabalharia para prejudicá-lo. Não sei nada sobre esse projeto, até porque não tenho acesso a essas coisas, mas quando ouvi Renzo acusá-lo quando fui entregar os papéis a ele, não pude deixar de me intrometer. Renzo tem um problema enorme de confiança e entendo que, pelo mundo de luxo e riqueza em que vivem, sempre há inimigos. Mas não dá para ficar acusando todo mundo como se todos fossem seus inimigos. Até me acusou e, na hora da raiva, dei um tapa nele. Ele mereceu.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...