Renzo Santoro
Meses se passaram e ainda não resolvi nada do que tinha pendente. O carro que quase me atropelou sumiu do mapa e até agora também não consegui resolver toda a questão do DNA com Giulia, que continua relutante em fazer o teste de paternidade. Minha vida ainda está uma bagunça, mas ao menos tenho Amélia ao meu lado. Finalmente estamos juntos de fato. Depois que ela me deu a chance de ficarmos juntos de novo, tenho me esforçado bastante para ser bom o suficiente para ela. Tenho mudado meu jeito de ser, sendo menos ranzinza com todos e menos autoritário, embora algumas coisas não irei mudar de um dia para o outro. Mas estou me esforçando porque a amo. Às vezes nem acredito que falei isso para ela, mas foi tão natural e tão bom de dizer, como se fosse a coisa certa a dizer. Não canso de falar o quanto a amo quando tenho vontade. Com Amélia, posso ser diferente do que eu sou: menos frio, mais humano. Ela sempre traz o melhor de mim.
— Ligo para você depois — digo a Paolo, meu detetive, encerrando a ligação. Suspiro, andando pelo escritório meio ansioso. Às vezes, nem durmo direito pensando nos próximos passos.
Recebo uma mensagem de Giulia. Penso em não abrir e ignorá-la, mas pode ser algo relacionado ao DNA. Talvez ela esteja cedendo e finalmente concordando em fazer o teste. Abro a mensagem.
Giulia: Preciso que venha aqui imediatamente!
A mensagem parece desesperada demais. Será que ela está aprontando mais uma das suas brincadeiras?
Eu: O que você quer, Giulia? Não tenho tempo para suas brincadeiras.
Espero alguns minutos e não há resposta dela. Sinto que algo está errado e que não se trata de uma armação dela. Ela já está com quase 7 meses de gestação e mora sozinha.
Saio do escritório e aviso a Amélia que terei que ir à casa de Giulia. Explico os detalhes, caso ela esteja planejando algo e eu precise de um álibi.
Pego o elevador e caminho para fora da empresa, onde encontro o segurança de Amélia vigiando do lado de fora.
— Fique de olho na Amélia e a leve para casa — aviso a ele, que faz que sim. Apesar de Amélia odiar esse excesso de proteção, não posso deixá-la andar sozinha por aí, sabendo que tem um louco por aí querendo nos pegar de surpresa.
Entro no carro e vou em direção à casa de Giulia. Ela não me mandou mais nenhuma mensagem. Sinto uma apreensão, como se algo tivesse acontecido. Chego à sua casa e nem preciso bater na porta, porque ela já está entreaberta. Entro e observo que o lugar está uma zona, todas as suas coisas jogadas no chão, coisas quebradas. Ando à procura de Giulia imediatamente. Chamo por ela, mas não obtenho resposta. Caminho em direção ao seu quarto e a encontro desmaiada no chão. Mas não é só isso, parece que ela foi espancada e está sangrando muito. Corro até ela, apreensivo.
— Giulia — Puxo-a para mim, tentando acordá-la. Checo seus sinais vitais, que estão fracos demais. Não sei o que diabos eu tenho que fazer! Pensa em algo!
Pego meu celular, meio trêmulo, e ligo para uma ambulância para informar sobre o estado dela, nervosa e embaralhando as palavras.
Giulia está sangrando muito, estou com medo de que tenha perdido o bebê. Não sei o que diabos aconteceu aqui.
Antes que eu possa desligar a ligação com a ambulância, ouço sirenes altas muito perto da casa, o que seria impossível em tão pouco tempo. A ambulância chega agora, mal liguei. O que acontece a seguir é muito estranho: dois policiais aparecem de repente entrando no quarto, eles me olham com uma expressão indecifrável.
— O que aconteceu aqui, senhor? — um dos policiais pergunta, e o outro vem até Giulia, tirando-a dos meus braços e examinando-a.
— Eu não sei, cheguei aqui há poucos minutos, mas ela está muito mal!
O policial me olha desconfiado.
— Recebemos uma denúncia de que havia um homem dentro da casa agredindo uma mulher.
Ele está tentando me acusar? Nada disso está certo, está estranho demais.
— Você terá que ir conosco para a delegacia — o policial vem até mim com uma algema.
— Eu não fiz nada, senhor!
Mesmo assim, o policial põe as algemas nos meus braços, me prendendo.
— Você poderá explicar isso na delegacia.
Ele me conduz para fora da casa e percebo que finalmente a ambulância chegou. Não sei o que acontece depois, porque sou obrigado a entrar dentro do carro da polícia.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...