Capítulo 4

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                  Amélia Ferrari

As costureiras ficam me espetando o tempo todo para ajustar o vestido no meu corpo e deixá-lo perfeito. Minha mãe comprou esse vestido para o grande casamento hoje. Eu não quero usar esse vestido, mas ela insistiu tanto que acabei cedendo. Visto que isso nem é um casamento normal, não sei por que usar um branco e longo que será apenas no civil, mas parece que vai ter fotógrafos tirando fotos para publicar ao mundo. Minha cabeça já está doendo, meu coração está apertado, as mãos suadas de ansiedade. Ainda não sei como é o homem com quem vou me casar, porque o cretino nem teve a decência de vir ao menos aqui para eu não ficar tão apreensiva como estou agora.

As costureiras finalmente param e me viram para o grande espelho à minha frente. Se fosse um casamento que eu quisesse toda essa arrumação valeria a pena, uma pena tudo estar sendo desperdiçado assim. O vestido branco cai bem no meu corpo, realçando minhas curvas. As mangas são longas, há uma abertura do meu lado direito que deixa minha perna à mostra. Ele não é volumoso, é simplesmente elegante ao mesmo tempo. O cabelo está escovado com leves ondas soltas e apenas algumas mechas presas para trás com um grampo de uma flor azul que minha mãe me deu. A maquiagem é delicada, perfeita para uma noiva. Eu realmente pareço alguém que vai se casar daqui a poucas horas.

Ao meu lado, minha mãe me olha emocionada. Tudo isso me deixa irritada demais. Saio de frente do espelho, arrastando o vestido, e me sento no sofá do quarto.

— Tome cuidado para não amassar o vestido — minha mãe diz.

— Eu não quero usar esse vestido, isso nem é um casamento de verdade! — digo irritada.

Minha mãe dispensa as costureiras, que saem do quarto, e então se volta para mim.

— É sim, você estará se casando. Vai ser difícil no começo, mas você vai se acostumar, minha querida Amélia.

Bufo.

— Você nem sabe para que tipo de homem está forçando a sua própria filha a se casar.

— Filha, eu o conheci e ele parece ser um bom homem. De qualquer forma, é melhor para você ficar com esse homem do que aqui.

— Para você, todos são bons, inclusive seu marido, o homem com quem você dorme à noite, que te trai. E você quer que meu destino seja igual ao seu.

Minha mãe cerrou os dentes, irritada.

— Já está passando dos limites!

Ela sai do quarto, batendo a porta com força, me deixando sozinha finalmente.

O carro do meu pai aguarda na frente de casa. Meu pai abre a porta do carro para eu entrar. Minha irmã já está dentro do quarto, trajada com um vestido branco que ficou muito bem nela. Sorrio para ela e seguro sua mão entre as minhas para me dar força até eu chegar no cartório e não pular desse carro.

Depois de alguns minutos, o carro para no nosso destino. Meu pai sai do carro para abrir a porta para mim. Eu respiro fundo antes de colocar os pés no chão.
Entramos no cartório juntos. Assim que chegamos, avisto mais à frente duas pessoas: uma mulher elegante com um vestido vermelho e um homem ao lado dela, que deve ter a mesma idade. Os cabelos são loiros e espalhados, os olhos escuros.
Será esse o meu noivo? Já começo a ficar nervosa enquanto nos aproximamos deles.

A mulher elegante sorri para mim como se fôssemos amigas.

— Você está linda! — exclama ela, puxando a minha mão e rodopiando comigo, e então para, vendo a confusão em meu rosto.

— Me desculpa! Eu sou a Natalie, irmã do Renzo, seu noivo.

Esse casamento é tão estranho que nem sei o nome do meu próprio noivo.

Uma Aliança De ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora