Renzo Santoro
Abro os olhos e minha mente fica um pouco confusa ao ver Amélia na minha cama, dormindo. Meu braço está ao redor dela, abraçando seu corpo. Minha mente trabalha para lembrar das coisas que fiz ontem e do porquê ela está aqui no meu quarto. Acho que bebi demais ontem. Depois que saí da empresa do Leonardo, lembro que fui para a casa do meu pai porque ele ficou sabendo de tudo e me puniu como sempre. Depois disso, fui para o bar e vim para cá, e Amélia me ajudou, assim como da última vez. Acho que falei coisas que, em sã consciência, nunca falaria. Merda de álcool. Tiro o braço com cuidado para não acordá-la. Ela parece estar em um sono profundo. Sinto uma vontade imensa de tirar uns fios de cabelo que estão jogando em seu rosto. Cuidadosamente, eu coloco os fios para trás, admirando sua beleza. Nunca tinha percebido antes, mas ela tem uma pinta próxima ao lábio inferior. Seu rosto tem leves sardas, os cílios grandes emolduram seu rosto perfeito. Algo em mim se contorce e não sei bem o que é essa sensação no meu peito. É como se ficar aqui o dia inteiro encarando-a não fosse o bastante. Com medo desses novos sentimentos que aparentemente essa mulher desperta em mim, saio da cama e entro no banheiro para lavar o meu rosto e voltar a mim.
Eu sou Renzo Santoro, não posso me deixar levar por sentimentos. Ninguém jamais vai entrar no meu coração. Tenho que voltar a mim e esmagar isso que estou sentindo.
Olho para o espelho onde o meu reflexo inunda o espelho. Tiro a gaze que ela colocou em mim e jogo fora. Preciso tomar banho e tomar um analgésico para passar essa dor no estômago e na minha cabeça, que está latejando de dor.
Depois de tomar banho, saio do banheiro para ir para o closet pegar outras roupas. Amélia já está acordada e se levanta da cama assim que me vê. Ela fica desconcertada e envergonhada, seus olhos descem para a toalha que está enrolada em meu quadril. Não sei o que dizer a ela, tendo em vista que implorei para que ela ficasse comigo ontem à noite, no meu estado bêbado. Maldita bebida, mais uma vez. As mulheres com quem acordo são porque fiquei com elas, e não apenas dormi, como fiz com Amélia. Portanto, não posso tratá-la como uma das mulheres com quem fiquei. Não posso simplesmente dizer que ela deveria ir embora e que ligarei quando quiser vê-las. Então, não sei o que fazer nessa situação.
— Você está melhor? — ela pergunta, suas bochechas ganham um tom de vermelho e é até fofo sua timidez.
— Estou sim.
Ela assente.
— Que bom. E-eu vou indo — ela diz nervosa e passa por mim. Como estou um pouco próximo da porta, acaba esbarrando em mim. Eu seguro seu braço antes que ela saia do quarto.
— Obrigada por me ajudar — digo as palavras que não estou acostumada a dizer a ninguém. Amélia, meio atordoada, assente.
— Não há de quê. Então, você lembra de ontem? — não sei se é uma pergunta ou afirmação.
— Sim, me lembro — minha voz sai um pouco seca. Quero deixar claro que as coisas que falei ontem foram apenas um delírio meu e que ela não leve nada do que eu disse a sério. Sua expressão se endurece de repente, ela toma uma postura rígida e puxa seu braço de volta.
— Vou me vestir para ir para a empresa — ela avisa e sai do quarto.
Por que sinto que a magoei? Não importa de qualquer forma. Terminando de me arrumar, tomo o analgésico e caminho para a cozinha. Lurdes já está aqui e está preparando o café da manhã.
— Bom dia, senhor Renzo — cumprimenta.
— Bom dia — sento-me na minha cadeira enquanto ela coloca uma xícara de café para mim. Amélia aparece e se acomoda sem me dirigir um olhar.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...