Capítulo 14

30.9K 1.8K 233
                                    

                 Amélia Ferrari

Lurdes parece irredutível quando peço para ela ir para casa que eu dei o dia de folga para ela.

— Não sei se o senhor Renzo vai gostar disso, tenho que fazer o almoço para vocês ainda.

Do que adianta me casar se não tenho moral alguma nessa casa? Renzo é ditador de tudo e as pessoas têm medo de desobedecê-lo, não sei por que esse medo todo. A razão pela qual quero dar folga para Lurdes é que, como esposa, quero preparar o "almoço" para o meu querido marido, não apenas uma comida qualquer, mas uma que seja incomível. Se Renzo quer uma esposa, então terá uma. Vou fazer o meu papel.

— Eu vou fazer o almoço — argumento, ela me olha sem graça coçando a cabeça.

— Você sabe ao menos cozinhar? — Franzo o rosto.

— Não deve ser tão difícil. Lurdes, por favor, eu só quero surpreender o Renzo, então pode tirar o dia de folga.

Ela ainda não parece convencida.

— E se ele me demitir por isso? Eu preciso desse emprego. O senhor Renzo não gosta quando faço as coisas sem consultá-lo.

— Eu me responsabilizo. Se ele não gostar, ele não vai te demitir.

— Ok... Mas se precisar de ajuda, é só me ligar — assinto e a levo até a porta e, quando ela sai, suspiro aliviada por finalmente ter saído.

Vamos ao trabalho então.

Começo a fazer a comida, faço um macarrão e coloco muito sal, pimenta e um monte de ingredientes que nem sei o nome. Faço um suco e, ao invés de açúcar, coloco sal. Isso tem que funcionar para Renzo querer se separar de mim o quanto antes. Arrumo a mesa e espero até ele chegar na sala.

Renzo entra pela porta 1 hora depois. Me cumprimenta e entra no seu quarto e depois volta sem as roupas formais de trabalho, mas com roupas casuais. Afinal, hoje é sábado e ele não vai voltar para a empresa hoje, vai trabalhar em casa como sempre ou então vai encher a cara em um bar noturno e dormir com qualquer mulher.

— Cadê a Lurdes? — pergunta, sentando em sua cadeira.

— Dei o dia de folga para ela — respondo, pegando o prato para nós dois.

Renzo estreita os olhos para mim.

— Você deu folga a ela com autorização de quem exatamente?

— Minha? Eu sou sua esposa, não é marido? — Finjo de tonta.

Ele revira os olhos, sirvo o macarrão para ele e o encaro com expectativa.

— Saiba que não gosto quando fazem coisas sem me consultar antes, prefiro ser avisado antes.

Me seguro para não retrucar e ser o mais gentil que posso.

— E eu queria fazer o almoço hoje, não faço nada nessa casa e eu queria ser útil em algo.

Ele me encara por um momento e desce o olhar para o prato de macarrão em sua frente.

— Você que fez?

— Sim.

— Dessa vez vou deixar passar, Amélia, mas é melhor me avisar da próxima vez — sua voz é gélida. Sento na cadeira depois de me servir e espero ele dar a primeira colherada, porque nem doida que eu vou comer isso aqui, está ruim demais.

Renzo coloca o macarrão na boca, mastiga e no mesmo instante cospe a comida com uma cara de nojo.

— Que merda é essa?! — ele torce, entrego o suco para ele tomar. Renzo bebe o suco e cospe por causa do sal que coloquei.

Uma Aliança De ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora