Renzo Santoro
Natalie está furiosa comigo, e com razão. Até eu estou furioso comigo mesmo. Como pude deixar as coisas chegarem a esse ponto, onde uma mulher afirma em rede nacional que a engravidei e, ainda por cima, diz que mandei tirar o bebê? Ela sabe muito bem que eu não disse nada disso, e não sei por que está mentindo. Mas está mais claro do que nunca que aí tem coisa, e que está trabalhando com alguém para me ferrar.
— Tem algum plano para isso? Porque no momento em que saí do apartamento, havia repórteres saindo de todo lado. Mal consegui entrar no carro e em frente à empresa tem outros — indago para Natalie. Ela anda de um lado para o outro, pensando com uma caneta entre os lábios.
— Primeiro de tudo, não fale com a imprensa ainda, e segundo, vai ter que conversar com a mulher e tentar resolver de forma civilizada, ao menos — ela diz virando-se para mim.
— Ainda acho que isso é uma armação dela para manchar a minha imagem. Não sei por que ela faria isso, além de dinheiro, é claro.
Natalie suspira.
— Sabemos que ela quer reconhecimento, isso é certo, mas de qualquer forma, é melhor você fazer esse teste de DNA logo. Primeiro, temos que saber de quantos meses ela está para começar ainda hoje. Então, ligue para ela e marque para conversarem hoje. E, por favor, não ofereça dinheiro.
— Eu realmente tenho que falar com ela?
— Sim, eu vou cuidar de algumas coisas. Enquanto isso, faça o que te pedi.
Natalie sai da sala. Pego o celular e digito o número de Giulia e ligo, mas só cai na caixa postal. É óbvio que não vai me atender. Vou ter que ir até a casa dela agora mesmo.
Saio da empresa com destino à casa dela. Assim que chego, bato na porta. Ela abre a porta e não parece surpresa por eu estar aqui. É como se presumisse que eu viria. Entro em sua casa sem pedir permissão e vou direto ao ponto.
— Por que você está fazendo tudo isso, hein? Falar que eu ofereci dinheiro para tirar o seu filho. Você sabe que é mentira.
Ela arqueia as sobrancelhas e dá de ombros.
— Eu tenho provas e está em rede nacional, só para constar.
Me aproximo dela e seguro seu braço sem delicadeza alguma.
— Não teste a minha paciência, eu tenho problemas demais para ficar lidando com você e suas mentiras. — Ela puxa meu braço com força. — Seu filho é um problema para você?
Cerrei os dentes, irritado.
— Você está gravando a nossa conversa nesse momento?
Ela sorri com desdém.
— Não.
— O que você quer, Giulia? Me diz logo, está trabalhando com alguém por isso está fazendo isso?
— Você sempre acha que as pessoas estão conspirando contra você, por favor, Renzo? A única coisa que quero é que o nosso filho tenha um pai, e se você está em rede nacional é porque provocou isso. Eu falei que você ia se arrepender.
— Até parece que vou acreditar em você. E está grávida de quantos meses, afinal? Porque se eu me lembro, a última vez que fiquei com você...
— Um dia antes do seu casamento — interrompe ela, lembrando-me da noite que passamos juntos. — Estou grávida de aproximadamente 3 semanas, mais ou menos, e coincide com a noite que tivemos.
— Vamos fazer o teste de DNA amanhã mesmo e resolver isso logo, mas eu juro que se isso der negativo, você vai se arrepender amargamente por isso — uso um tom de voz frio.
— Não pode fazer o teste de DNA ainda, amor. Só quando tiver com 3 meses, ou seja, faltam 2 meses ainda. Antes disso, não se pode fazer o teste.
Pelo jeito, vou ter que viver com essa incerteza por dois meses ainda.
— Que seja, acho bom você desmentir as coisas que disse sobre mim.
— Não vou fazer isso porque é verdade tudo o que eu disse. Você não quer o bebê, ou estou enganada?
— Eu sou casado e tenho uma esposa, e com ela que pretendo ter meus filhos de verdade, não com você.
Minto um pouco só para deixar claro que não quero nada com ela. Giulia não sabe como Amélia e eu somos dentro de quatro paredes, e posso inventar que quero filhos e amor duradouro quando não quero nada disso. Vejo o olhar dela vacilar.
— Tenho certeza de que não a amo tanto assim.
— E daí se eu não a amo? Estou casado com ela e vou ter meus filhos.
— Sai daqui! — vocifera.
— Vou indo então, e nos vemos daqui a 2 meses para fazer o teste de DNA. E nem pense que vai escapar — ralho e caminho em direção à porta, indo embora.
No caminho para a empresa, recebo uma ligação do meu pai. Todo o meu corpo se enrijece. Meu pai nunca me liga por acaso, e sei muito bem que é porque viu as notícias sobre mim e como isso vai afetar sua amada empresa. E claro que ele não vai deixar isso barato. Penso em jogar o celular pelo carro só para não atendê-lo, mas eu sei que se não fizer isso, ele vai atrás de mim.
Atendo sua ligação depois do quinto toque.
— Vem para casa agora!
Então ele desliga na minha cara.
Faço o caminho até a casa do meu pai. É difícil dizer o quanto a sua presença é notável quando finalmente chego lá. As empregadas me recebem como sempre, e eu aguardo por ele em seu escritório.Ele entra pelo escritório, a raiva estampada no rosto enrugado. Ele não espera eu dar uma explicação sobre o que aconteceu quando me puxa pelo colarinho da camisa e me empurra contra a parede, disparando socos em mim. Eu fico estático porque não posso revidar. Eu nunca revido, deixo ele descontar sua raiva, sentindo o gosto de sangue em meus lábios. Eu mereci, eu sei que sim.
— Sabe como está a imagem da empresa por sua culpa?! Seu idiota! — sinto a dor quando ele dispara outro soco.
— Garoto idiota! Como pode engravidar uma mulher enquanto está em um casamento?!
Ele finalmente me solta, jogando-me no chão. Uma mistura de raiva e dor invade meu corpo.
— Pai, é tudo mentira...
Meu pai me olha furioso.
— Não me chame de pai, você nem é digno de ser meu filho! Erros são imperdoáveis, Renzo, e você é um erro. Erros são eliminados para alcançar a perfeição — ele se aproxima, apertando meu colarinho. — É melhor você consertar esse erro, está escutando?!
Assinto, e sua mão solta minha camisa.
— Não haverá mais erros, eu prometo.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...