Capítulo 36

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Renzo Santoro

— Me solta, Renzo! — Amélia grita, enquanto eu a puxo para fora do restaurante.
Não estou nem aí para os olhares que recebo em nossa direção. Estou furioso e morrendo de ciúmes. A situação em que peguei Amélia junto com o idiota do Leonardo não é para menos. Não acredito que ela estava tão íntima do meu pior inimigo. Não posso acreditar que ela teve tanta ousadia para isso. Quando estava passando de carro indo para uma reunião de negócios e meu tio apontou para um restaurante, dizendo que a mulher no restaurante parecia a Amélia, freiei na hora e nem pude acreditar que era ela e ainda por cima com esse cretino.

— Que porra você está fazendo com esse cretino?! — vocifero e paro na frente do restaurante, ainda com minhas mãos segurando seu braço firmemente. Amélia me fulmina com os olhos, puxando seu braço bruscamente. Nunca senti ciúmes por nenhuma mulher, mas só de imaginar que Amélia pode estar tendo alguma coisa com esse cara, me dá ódio. Nem consigo descrever as coisas que passam pela minha cabeça.

— Você é louco?! O que pensa que está fazendo me puxando assim desse jeito e ainda bateu nele! — ranjo os dentes. Ela só pode estar brincando, né? Como pode estar preocupada com esse cretino? Devia ter batido mais nele, mas se eu fizesse isso, é capaz de sair preso daqui. Só de imaginar ele colocando o dedo na boca dela... argh.

— Eu sou louco?! A única coisa que quero saber é se você tem alguma coisa com aquele idiota!

— O que você tem a ver com isso?! Não te devo explicações nenhuma da minha vida! — diz raivosa. Bufo, contraindo a mandíbula ainda mais irritado e confuso. Nós estávamos juntos há dois dias atrás e de repente ele está com ele assim do nada?!

— Você está em um encontro com o meu rival! O cara que quer destruir a minha carreira!

Ela parece confusa, mas ainda chateada.

— Eu não sabia disso! De qualquer forma, ele é seu inimigo e não meu. E eu não tenho nada com ele, e se eu tivesse, não seria problema seu. Afinal, não temos nada!

Aproximo meu rosto do dela, sentindo a raiva se repercutir no meu corpo.

— Que merda você acha que está fazendo?! Ele é o meu inimigo, e você não pensou duas vezes antes de dormir com ele, não é isso?! Com certeza vocês dois estão juntos no roubo do meu projeto! Eu deveria saber que você é mesmo uma qualquer. Afinal, no dia que nos conhecemos, você estava em uma boate e me beijou sem nem saber nada sobre mim! — Amélia dá um tapa no meu rosto, seu rosto se contorce de dor. Ela me encara sem acreditar no que eu disse. Na verdade, nem eu acredito que disse isso. Estou com tanta raiva e ciúme que não medi minhas palavras. Eu sei que mereci esse tapa.

— Que hipócrita você é? Quando, na verdade, você seria o menos indicado para me julgar, quando tem um filho fora do casamento e fica com qualquer mulher que abre as pernas pra você. E vem me dizer que eu sou uma qualquer? Deveria olhar no espelho, seu hipócrita. — Seus olhos estão marejados, meu rosto se suaviza um pouco. Eu a magoei. — E só para você saber, eu não sei nada sobre a merda desse projeto idiota!

Parabéns, Renzo, de novo você a magoou.

Sinto um aperto no peito. Eu não deveria ser tão irracional, mas por que eu não consigo me controlar? Por que eu tenho que ser tão quebrado? Por que eu sempre tenho que ser assim tão rude com todos? Por que não posso acreditar na única pessoa que tira algo bom de mim?

Eu a vejo se virar e andar.

—Onde você vai? — ela se vira para mim e meu Deus, nunca pensei que me doeria tanto ver as lágrimas correndo pelo seu rosto perfeito. Mas que merda eu fiz?

Uma Aliança De ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora