Capítulo 29

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                 Renzo Santoro

Acordo com Amélia deitada em meu peito, acaricio seus cabelos sentindo seu suave cheiro. As lembranças de ontem invadem minha mente. O jeito como nos entregamos um ao outro sem pensar em nada, como não consegui me controlar e a beijei e fui além. Nossos corpos nus em sintonia, tudo foi diferente do que foi com outras mulheres. Amélia é diferente das outras. Sinto algo por ela que não consigo controlar. Ela me deixa louco. Ao mesmo tempo que discutimos, há sempre uma atração inabalável. Sentir ela finalmente foi uma experiência única e memorável.

Amélia se mexe, acordando. Ela ergue o queixo para me olhar. Noto suas bochechas ficarem vermelhas e seus lábios se esticarem em um sorriso pequeno. Passo a mão em sua bochecha, acariciando-a, e inclino a cabeça, roçando meus lábios nos dela. Logo sua boca se abre para mim. Beijo-a lentamente, entrelaçando nossas línguas, sentindo seu gosto, saboreando seus lábios macios e doces. Inclino o corpo para ficar por cima dela e intensifico o beijo, enquanto minha mão segura sua coxa com desejo. Ouço ela soltar arfadas de prazer e me deleito com isso. Minhas mãos passam por cada parte do seu corpo , provocando-a de mil maneiras. Sinto ela estremecer. Meu corpo a quer agora mesmo. Quero senti-la de novo, ouvi-la chamando meu nome outra vez. Estou enlouquecendo. Preciso de Amélia. Nossa respiração se sincroniza, me sinto inebriado.

Então o despertador toca, avisando que tenho que me levantar para me arrumar para ir à empresa. Paro o beijo e encosto minha testa na dela.

— Acho que temos que nos arrumar para ir trabalhar — ela comenta, dando um risinho. Afasto meu rosto do dela e ergo uma sobrancelha com um sorriso presunçoso no rosto.

— Infelizmente, quer tomar banho comigo?

Ela me olha pensativa. Noto que, apesar de sempre me enfrentar e me fazer perder a cabeça muitas vezes, ela não é imune a mostrar certa timidez. Amélia com certeza não é tímida, mas é quase encantador ver esse lado dela. Eu devo estar enfeitiçado por essa mulher. Nunca imaginaria que me sentiria tão atraído por alguém assim. O jeito que ela me olha faz eu estremecer. Eu não sei o que é ainda... mas acho que gosto.

— Claro — diz por fim.

Deixo ela entrar no banheiro primeiro e logo depois entro. Tomamos banho juntos, nossos olhos se cruzando a cada momento. A beijo várias vezes enquanto a água cai sobre nós. Enlaço suas pernas no meu quadril e nos entregamos um ao outro de corpo e alma. Ela enfia as mãos no meu cabelo e sussurra meu nome. É tão bom ouvi-la gritar meu nome em puro prazer. Puxo seu cabelo para olhar em seus olhos enquanto intensifico. Ela me encara com seus olhos avelã com um brilho ardente. Ela amolece, deitando a cabeça em meu ombro e abraçando meu corpo.

Saímos do banheiro depois de tomar banho de verdade. Amélia enrola-se em uma toalha e vem até mim, tocando meu rosto, mais precisamente no corte que meu pai me deu de presente ontem em seu ataque de raiva. Eu poderia dizer que fiquei surpreso com a atitude dele, mas não é novidade alguma o comportamento dele comigo, muito menos para minha família. Mas sei que Amélia ficou muito assustada ontem.

Queria que ela não presenciasse aquilo. Pensei que meu pai poderia fingir, pelo menos na frente dela, que é civilizado, mas infelizmente para ele, não existe essa palavra. E ainda quer me obrigar a ter um filho... Droga, acabei de lembrar que não usei preservativos com Amélia. Estava tão louco para tê-la em meus braços, enfeitiçado por ela, que acabei esquecendo.

— Você toma anticoncepcional? — pergunto a ela, mas logo sinto que não deveria. Ela retira a mão rapidamente e cruza os braços, ficando na defensiva. Ótimo jeito de estragar o clima, Renzo.

— Está com medo que eu engravide ou talvez queira que eu tenha um herdeiro para abafar as coisas que você faz, me diz, Renzo, que só ficou comigo para fazer um filho? — sua voz é dura, seus olhos estão como fogo agora.

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