Capítulo 13

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Renzo Santoro

- Já consegui conter os rumores. Dei uma entrevista desmentindo tudo o que Giulia falou a seu respeito - informa Natalie.

Tenho que arrumar um jeito de fazer essas alegações falsas sobre mim pararem, e não acho que uma simples entrevista desmentindo irá fazer isso. Semana passada, no meu aniversário, meu pai propôs que eu desse um jeito de fazer com que Giulia abortasse o bebê, oferecendo dinheiro. É claro que recusei, não sou louco de fazer uma coisa dessas. Meu pai, por outro lado, é um homem sem escrúpulos. Ele até me propôs engravidar Amélia o mais rápido possível e anunciar a chegada do herdeiro da empresa, assim todo o foco estaria em Amélia e nosso futuro herdeiro.

- Amélia e eu não temos esse tipo de intimidade, como bem sabe. Estamos fingindo um casamento e duvido muito que ela queira um filho comigo - eu disse, tentando manter a calma. Filhos só me fariam ficar preso a ela, e não consigo me imaginar sendo pai. Duvido que Amélia deixe eu chegar a um centímetro dela para isso.

- E com quem você vai ter, se não com a sua esposa? - respondeu, seu olhar frio se intensificou enquanto franzia a testa - Eu quero que tenha um filho logo e acabe com esses rumores de um filho bastardo seu!

- Eu irei resolver tudo. Não preciso ter filhos para isso.

- Se eles forem tão incompetentes quanto você, não deve ter mesmo.

Cerrei os punhos. Como um pai pode ser tão ruim para o filho? Parece que meu pai me odeia desde que minha mãe fugiu com o amante, deixando-o. Tenho sido o alvo de sua fúria, de sua raiva, as lições constantes para não ser fraco e covarde, de estar sempre no topo. Tudo isso deve a ele, que nunca me deixa sequer respirar sem seu ar sufocante.

- Eu não vou obrigá-la a ficar comigo, não sou sem escrúpulos.

- É melhor colocar essa mulherzinha na linha, Renzo. Afinal, você casou para ter uma reputação de homem sério e de família, e ter filhos é uma delas. Então espero que faça o que eu mando.

- Certo, mais alguma coisa? - pergunto a ela, voltando à realidade.

- Não, mas Amélia, como está lidando com tudo isso com essa gravidez dessa mulher?

Arqueio as sobrancelhas.

- Ela não liga para isso, Natalie.

É estranho, mas Amélia realmente não sente nada por mim. Para ela, tanto faz se tenho 1 ou 10 amantes por aí. Para ela, o que importa é a reputação dela.

- Bom, é melhor eu ir - Natalie sai do escritório, me deixando sozinho novamente.

Meu assistente entra pela porta, parece nervoso. Sinal de mais um problema para mim.

- Diga, que problemas temos agora?

- Senhor, alguns clientes disseram que não querem mais fazer negócios conosco e até cancelaram a reunião que teríamos com eles. Disseram que não querem fazer projetos com alguém como... - ele não termina de falar, nervoso demais.

Olho para ele furioso. Como isso pode acontecer? Como posso deixar esses bandos de incompetentes na empresa que não conseguem resolver um problema?

- Marque uma reunião com eles imediatamente!

O assistente engole em seco, dando um passo para trás.

- Senhor, eu já tentei, mas eles não querem me ouvir...

Bato os punhos na mesa, irritado. Vinicius dá um pulo para trás, com medo. Tiro uma ampulheta de uma gaveta e coloco sobre a minha mesa, virando-a para medir o tempo.

- É melhor você fazer com que esses clientes queiram uma reunião comigo antes que a areia dessa ampulheta desça tudo para baixo, porque se não, você não vai conseguir nem precisa aparecer aqui, porque já estará demitido! - brando.

- Sim, senhor - Vinicius sai do meu escritório quase correndo.

Aperto os olhos, tentando pensar em uma solução para sair desses problemas que estão afetando a minha vida. Desde que Amélia apareceu na minha vida, não tenho tido um dia de paz. Parece que essa mulher é a causadora dos meus problemas. Ultimamente, tenho pensado muito nela e não estou gostando disso. O jeito que ela me irrita a cada dia. Ainda me lembro da vergonha que me fez passar na frente dos investidores com aquela roupa, ou falta de roupa. Ela fez aquilo para me tirar do sério, como sempre. Devo admitir que foi difícil não ficar olhando para ela com aquela roupa. Amélia estava muito gata e foi difícil me segurar para não flertar com ela e seduzi-la.

O que estou pensando? Minha empresa está um caos e eu estou aqui pensando nessa maldita mulher que me tira do sério.

Saio do meu escritório e ando pela empresa, ligando para o investigador que contratei para seguir Giulia. Enquanto caminho, noto os funcionários se enrijecerem e até ficarem pálidos enquanto passo por eles. Esse é o efeito que causo, medo. Estão todos trabalhando feito loucos para colocar tudo em ordem.

Paolo atende.

- Olá, Renzo.

- Alguma novidade?

- Sim, notei que a Giulia tem ido todos os dias a um endereço, um apartamento de luxo. Vou te enviar as fotos, mas vou continuar investigando para descobrir quem é essa pessoa.

- Certo, preciso disso rápido.

- Pode deixar. - Ele encerra a ligação.

Dou uma olhada nas fotos que ele me mandou. Não há muito o que se ver na foto além dela em frente a um prédio.

Espero que ele descubra mais coisas.
Saio da empresa para encontrar um cliente importante e fechar um contrato de um projeto de uma clínica. Não posso perder esse cliente de jeito nenhum. Vinicius conseguiu marcar com os clientes que quase perdemos antes que a areia da ampulheta descesse toda. Quase perdemos esses clientes, mas tenho certeza de que vou conseguir reverter essa situação.

Volto para casa tarde da noite e noto que Amélia chega junto comigo. Já passou das dez horas da noite, onde ela estava a essa hora? Não que eu me importe, só é estranho. Amélia tem agido de modo estranho ultimamente. A semana passada toda ficou escutando a TV no volume alto de madrugada, o que me fez acordar, e tive que me conter para não ir na sala e tomar o controle dela para abaixar o volume. A mulher está tentando a todo custo tirar a minha paz. Antes, nesse apartamento, reinava o silêncio, mas nem isso tenho mais.

- Boa noite. - Ela diz me olhando de relance enquanto abro a porta.

- Boa noite. - Respondo seco.
Quero muito perguntar onde ela estava, mas isso não é da minha conta.
Entramos no apartamento e seguimos para os nossos quartos.

- Ah, Renzo, amanhã posso trazer minha irmãzinha para dormir aqui comigo? - Pergunta ela antes de entrar no quarto.

A ideia de ter uma criança nessa casa fuçando nas minhas coisas não agrada nem um pouco, mas não sei por que acabo cedendo.

- Contanto que ela não me irrite igual você.

- Ela não vai. Faz tempo que não a vejo, só quero passar um tempo com ela.

- Você pode visitá-la sempre que quiser, afinal, não estou te prendendo aqui.

Ela suspira.

- Quem dera fosse tão fácil.

- Era só isso? - pergunto. Ela faz que sim com a cabeça e entra no quarto, e eu entro no meu, rodeado dos meus próprios pensamentos.

Uma Aliança De ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora