CAPÍTULO 8

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Aurora Martins

Desde que meu chefe falou, as suas palavras não saiam da minha cabeça, eu não era dele e também nunca dei a entender que estava interessada nele. Sempre escondi muito bem as minhas emoções, mas o formigamento entre as minhas pernas continuava, o que fazia a minha mente a pensar loucuras.

"Eu deveria ser exorcizada, por querer o próprio diabo em minha cama, isso não é algo de Deus".

Porém a minha atenção é tirada com ligação, atendendo o telefone:

-- Olá, bom dia! Aqui é da empresa Technology.-- Mas a minha fala é interrompida:

--Larga de informalidade e vem para a minha sala logo.-- esse homem era mula empacada, ele se achava só por que é rico e bonito?

E assim ele desliga o celular na minha cara, homem sem educação, e extremamente sem noção. Ele se achava a última bolacha do pacote, como ele já tinha deixado para entrar na sua sala, eu apenas entro e me sento na cadeira. Eu estava com os pés doloridos de tanto andar de salto, digo sem emoção alguma:

-- O que seria senhor? -- ele me encara como um caçador, que estava prestes a mim pegar, essa ideia me intrigava.

-- Não me chame de senhor, apenas Hector.-- ele ordena com a sua voz grave, me fazendo apertar as pernas uma contra a outra.

-- Claro senhor... Hector. Me desculpe, não estou acostumada com tamanha informalidade.-- digo sem jeito, ele me encara como se soubesse todos os meus pecados. O meu corpo se arrepia com seu olhar, como se meu corpo soubesse o que veria a seguir.

-- Mas você está acostumada a sonhar comigo te tocando?-- Como assim? Que isso, mona? As minhas bochechas ficam vermelhas rapidamente e respondo ríspida:

-- Não sonhei com você, e ter sonhado seria um pesadelo. Por quê não posso me envolver com você de jeito nenhum, preciso deste emprego para manter a minha família. Então espero que você me trate como a sua funcionária!--

Ele me encara, em busca de algo e fala:

-- Certo, e me desculpe se passei do ponto?-- se ele havia passado do ponto? Ele passou de todos os limites existentes, Mas sabia que essa desculpas eram mais falsas que as minhas sobrancelhas de micro.

-- Desculpado!-- Eu sabia que, no fundo, que isso teria impacto na minha vida, mas não tinha decidido se seria algo bom ou ruim, isso só o tempo me diria!

(...)

Mas, tarde saio para fazer a minha hora de almoço, Alana estava em reunião. Então caminho para o restaurante sozinha, e peço uma macarronada e um suco de maracujá. Eu almoçava tranquilamente, quando uma voz masculina fala perto de mim:

-- Boa tarde, posso me sentar com você? --Olho para os lados em busca de algum perigo, mas não vejo nada demais, só via áurea de um homem bondoso e respondo:

-- Pode sim!-- Então ele se senta e fala calmo:

-- Desculpa te pedir para dividir a mesa, mas o restaurante está lotado e só tinha essa mesa com cadeira sobrando.--Ele era um homem ruivo e muito fofo, suas sardas destacavam no seu rosto como as estrelas do anoitecer

-- Sem problemas, fique à vontade-- Então ele pede a sua comida, a gente conversava e ria. Ele era bastante engraçado, contava piadas eu ria muito, mas em algum momento eu me senti vigiada com um olhar de grande impacto na minha direção.

Mas deve ser coisa da minha cabeça, então ignoro. Essa questão de pânico surgiu devido a um ex, paranoico. E até hoje, isso me afetava de alguma forma. Perguntei a ele o seu nome e ele falou que era Nathan...

Pago a minha conta e volto para o meu trabalho e o Nathan faz o mesmo, eu esperava ver aquele ruivo novamente, nós dois seríamos grandes amigos e de combo eu juntaria ele com Alana, dariam filhos ruivos e eu seria uma tia babona.

Então me despeço dele de maneira brasileira, com dois beijinhos no rosto. Isso era tão involuntário, que eu não via maldade alguma. Assim que chegou na minha sala, a cara do meu chefe não era nada boa. Como tive um almoço bastante alegre, resolvi ignorar. Cada um com seus problemas.

Parece que a minha atitude o deixa mais furioso. Ele parece uma criancinha mimada que não sabe se dialogar. Isso, a minha mãe resolveria com um cinto rapidamente.

DOCE OBSESSÃO - LIVRO I - Obsessões da Família Johnson.Onde histórias criam vida. Descubra agora