Três grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...
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Sentia como se minha cabeça fosse explodir.
Eu estava prevendo que em algum momento eu teria que me explicar para as pessoas ao meu redor sobre me casar com Christopher, mas nunca imaginei que esse desgraçado faria um anúncio sem nem sequer me avisar. SEM NEM AVISAR A DATA DESSA LOUCURA!
Estava completamente nervosa, porque em breve teria que dar explicações para os meus pais, que não pareceram muito felizes quando falei com eles no telefone. Mas antes, sinto que preciso conversar com Alfonso.
Nós sempre fomos grandes amigos, desde sempre, por isso achei que isso que diziam sobre ele ter sentimentos a mais por mim, era coisa da cabeça das outras pessoas. Mas, ultimamente andei sentindo que não era, e que sim, tem algo a mais ali que faz ele agir sem pensar.
Interfonei e avisei que era eu. Logo o portão se abriu, e senti um frio na barriga esquisito. Para ser sincera, eu odiava mentir para as pessoas e a única vez que eu realmente fiz isso, foi há anos atrás, exatamente por causa da mesma pessoa.
Poncho estava parado na porta com uma cara péssima, enquanto me esperava entrar na sua casa. Ele me cumprimentou com beijo na bochecha e fechou a porta atrás de nós dois.
— Agora você pode me contar como foi que ele te convenceu dessa merda? — Virei o rosto para olhá-lo. Seus olhos estavam tristes, mas seu rosto parecia se contorcer de raiva.
— Como assim? — Franzi a testa enquanto ele se aproximava um pouco mais.
Ok, essa conversa definitivamente vai acontecer no meio do corredor.
— Quero saber como foi que ele te convenceu a casar com ele, Dulce, porque isso não faz um caralho de sentido. — Sua voz estava em uma altura normal, mas seu tom não parecia nada tranquilo.
— Poncho, ele não me convenceu de nada, nós dois decidimos isso juntos. — Suspirei profundamente. Isso tudo era mesmo uma merda!
— Sério. — Ele disse colocando as mãos na cintura e desviando o olhar do meu. — Não consigo engolir essa maluquice. — Ele voltou a me olhar. — Quando foi que isso começou, Dulce? Quando que vocês decidiram que era uma boa ideia cometer uma loucura?
— Christopher me consolou depois do que aconteceu entre eu e Esteban. — Olhei para baixo, estava ficando difícil encará-lo e mentir na cara dura. — Eu não sei como ele soube, mas ele abaixou completamente a guarda e me ajudou. Nós dois nos aproximamos e acabou acontecendo. — Dei de ombros e com toda a coragem que ainda tinha dentro do peito, levantei o rosto para encará-lo. Poncho ainda parecia incrédulo.
— Vocês se odeiam! — Ele disse num tom mais alto e com muita indignação.
— Percebemos que talvez nossas implicâncias tivessem a ver com o que sentimos um pelo outro. — Óbvio que não, porque eu realmente o odeio com todas as minhas forças. E agora mais ainda por me fazer mentir para pessoas boas.
