No dia seguinte, fiz um café da manhã bem reforçado em casa mesmo. A ideia era levar para Poncho, já que ele não estava bem e precisava que estivéssemos a sua volta para lhe dar forças.
Passei em sua casa e verifiquei se estava tudo em ordem. Anahí tinha estado aqui no dia anterior e limpado tudo, então a casa estava brilhando.
Ele ficou feliz em me ver, e até mesmo se levantou para tomar café na mesa, me convidando para ficar um pouco. Tentei negar, mas ele insistiu e eu acabei cedendo.
Depois de jogarmos conversa fora e de comermos juntos, eu acabei me despedindo para ir ao hospital ver Santiago. A parte mais estranha disso tudo foi quando ele disse que sou a única pessoa capaz de deixá-lo bem.
Sinceramente? Não quero acreditar que ele esteja me olhando de outra forma, pois me sentiria péssima se tivesse que lhe dar um fora por não sentir o mesmo.
Entrei no elevador do hospital ansiosa. Minha mãe havia me dito que Santiago estava perguntando por mim e que ganharia alta ainda esta manhã. Ele ainda chora bastante, mas não o tempo todo, o que é já é um bom sinal.
Eu havia aproveitado para fazer os cookies favoritos dele. Queria que ele ficasse feliz, e que entendesse que sair do hospital é algo muito bom. Queria que ele soubesse que, mesmo não voltando para sua casa, ele não estava sozinho.
Me aproximei do quarto e franzi a testa quando escutei algum tipo de discussão lá dentro. Entrei e vi o mesmo com o semblante irritado, não deixando que as enfermeiras lhe tocassem.
— Eu já disse que não quero. Minha mãe me ensinou que quando dizemos não, a pessoa não pode nos tocar. — Ele disse cruzando os bracinhos. Christopher suspirou, parecendo impaciente.
— Campeão, você precisa tomar esse soro para que possamos ir para casa.
— O que está acontecendo por aqui? — Eu disse com um tom de voz suave. Santiago me olhou e abriu um sorriso de orelha a orelha.
— Tia Dul! — Ele disse, mas logo puxou o braço quando a enfermeira tentou tocá-lo.
— Eu não quero! — Ele disse escondendo seu bracinho de novo por dentro do que estava engessado.
— Ele não quer deixar as enfermeiras trocarem o soro com a medicação. Ele precisa tomar antes de receber alta. — Christopher disse cansado. Seus olhos realmente revelavam que ele não havia dormido nada pela noite.
— Porque você não quer tomar soro, Santi? Você não quer ir pra casa? — Me aproximei, sentando-me na beirada da maca do hospital, o olhando.
— É que não vou para minha casa. — Ele disse chateado, seus olhos encheram-se de lágrimas.
— Você vai pra casa do tio Christopher, você não ama a casa dele? Não adora dormir lá? — Falei arrumando seu cabelo. Ele assentiu. — E olha só o que eu trouxe pra você. — Falei tirando o pote de dentro da sacola de papel. — Seu cookie favorito. — Ele abriu um sorriso e agora o brilho dos seus olhos era de alegria.
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Nossa maior mentira
RomansaTrês grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...