Passamos o dia todo em função de Santiago. E por incrível que pareça, isso fez com que trocássemos menos farpas do que o normal.
Nosso foco era realmente aquele garotinho, que conseguiu praticamente tudo o que queria naquele domingo, quase como o dia do "sim". E ele amou, mesmo que algumas ordens fossem dadas.
Arrumamos seus brinquedos e seu quarto depois de brincarmos no jardim. Estava chegando a hora de levá-lo para casa e sabíamos que não seria fácil. Talvez mais para nós, do que para ele.
Mas, o dia foi completamente leve, e por incrível que pareça, eu e Christopher diminuímos a troca de farpas e até mesmo rimos um com o outro testando os brinquedos e jogos de Santiago.
Foi difícil convencer Santi de que precisávamos voltar para a casa de Carla. Ele disse que gostava de lá e da sua nova tia, mas que não era a mesma coisa que ficar com a gente e que aqui pelo menos ele sabia que podia correr pro nosso quarto se tivesse pesadelos.
Meu coração apertou em todo o momento daquele diálogo, até conseguirmos convencê-lo de que, por enquanto, ele ainda precisava ficar com Carla. E eu odiava esse fato, com todas as minhas forças.
Durante o trajeto, fomos distraindo ele com músicas e piadas ruins que faziam ele gargalhar de uma forma que fazia o coração ficar quentinho. Era triste que no momento em que estacionássemos na frente da casa de Carla, aquela alegria toda iria acabar.
— Porque eu preciso ficar mesmo na casa da tia Carla? — Ele resmungou depois de ficar pensativo. — Ela é legal, mas eu me sinto melhor com vocês. — Ele disse olhando para suas pequenas mãozinhas. Era nítida a sua chateação.
— É por causa do processo de guarda, campeão. Eu e Dulce já explicamos para você, lembra? — Ele assentiu, ainda chateado. Christopher e eu trocamos um olhar antes de ele estacionar na frente da casa de Carla.
— Brinque bastante, obedeça e seja um bom garoto, que o tempo vai pensar mais rápido do que você imagina e em breve você estará com a gente. — Eu disse olhando para trás e Santiago me olhou, assentindo. — Falta pouco, ok?
Ele assentiu ainda chateado, e pegou o carrinho que estava em suas mãos, esperando que seu tio o tirasse da cadeirinha.
Santiago era inteligente, e não aceitou vir até que fossemos honestos com ele e por isso acabamos contando sobre sua guarda. Ele já sabia que havia algo acontecendo, mas fizemos com que ele entendesse, sem que colocássemos Carla como algum tipo de vilã, apesar de ela parecer uma.
Peguei sua mochilinha e avistei Carla na porta de casa, apenas aguardando seu sobrinho com a cara fechada e o nariz empinado, sempre com seu ar superior. Sério, eu me controlo muito para não voar no pescoço dessa mulher toda a vez que olho para essa cara de metida.
Santiago deu uma mão para Christopher e a outra para mim, e caminhamos em direção a porta de entrada, onde Carla e uma outra mulher nos aguardavam.
— Oi meu amor! Que bom que você voltou, eu estava com saudades, sabia? — Ela disse com um sorriso no rosto, olhando para Santiago que apenas sorriu para ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossa maior mentira
RomanceTrês grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...