Três grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...
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Cheguei cedo no trabalho e foquei completamente em acertar o conjunto químico do nosso próximo lançamento que ainda estava em fase de testes.
Minha equipe chegou logo em seguida, se instalando em suas mesas e começando seu dia. Cumprimentei a todos e logo voltei para a minha sala, vendo por cima do ombro Mariana logo atrás de mim.
— Lali? — Virei e franzi a testa, surpresa ao vê-la. — Falei pra você que não precisava vir hoje.
— Eu não consegui, Dul. — Ela disse suspirando. — O trabalho tira um pouco meus pensamentos tristes da cabeça. — Ela disse dando de ombros e eu fiz bico, logo a abraçando.
— Você poderia fazer alguma outra coisa se quisesse, pra se distrair. — Falei e Mariana suspirou. — Ou até chamar alguém, tipo meu irmão pra fazer algo. — Me afastei um pouco dela, colocando as mãos em seus braços apenas para ver sua reação.
— Ah... — Ela disse desviando o olhar e ficando um pouco sem jeito. Eu sabia que tinha algo acontecendo!
— Você e Peter...? — Sugeri e a mesma arregalou os olhos no mesmo instante, balançando a cabeça freneticamente.
— Claro que não, Dul. Isso é coisa da sua cabeça. — Ela disse estalando a língua e eu me segurei para não rir. Ela mentia muito mal. — Eu e Peter somos apenas amigos.
— Sei. — Falei semicerrando os olhos, desconfiada.
Mariana e Peter sempre foram amigos, principalmente por serem os mais novos do nosso grupo. Eram da mesma geração e sempre tiveram muita coisa em comum, mas nunca foram do toque. Não daquela forma como vinha acontecendo.
Ambos nasceram no mesmo ano, quando eu tinha 5 anos. Tinham alguns meses de diferença apenas, mas faziam tudo junto desde pequenos. Nossas famílias sempre tinham filhos próximos, o que sempre facilitou nas amizades e na união também.
Mariana riu nervosa, e abriu a boca para falar mais alguma coisa, com certeza para mudar de assunto, mas foi interrompida por um grito infantil estridente que entrou na minha sala.
— Titia Lali! — Santiago disse correndo para os braços de Mariana, que o pegou no colo, o abraçando fortemente.
Ela se virou para mim, deixando ele de costas e vi seus olhos se enchendo de lágrimas e ela engolindo seco, com certeza tentando se controlar para não chorar.
Mariana aspirou o cheiro do seu sobrinho, beijando seu rosto e em seguida o largando no chão.
— Que surpresa boa é essa? — Falo me abaixando e abrindo os braços. Santiago sorri e corre em minha direção, me abraçando.
— Quer dizer que sou uma boa surpresa? — Christopher diz ao entrar na sala também.
— Quem disse que isso inclui você? — Respondo ácida, fazendo uma careta assim que me levanto. Christopher sorri convencido, o suficiente para eu sentir meu sangue ferver um pouco.