Eu sentia minha boca ficando seca a cada segundo em que espero Dulce entrar.
Não, obviamente o nervosismo não tem nada a ver com o casamento e sim com o medo de a qualquer momento alguma coisa dar errado.
A marcha nupcial começou a tocar e senti meu coração disparar. Puxei meu terno levemente para baixo, tentando parecer o menos desconfortável possível naquele momento. Por mais que o foco seja a noiva em sua entrada, eu sei que tem gente me encarando, inclusive fotógrafos.
Quando Dulce apareceu no meu campo de visão, o mundo ao meu redor pareceu congelar por completo. Era como se eu estivesse naqueles filmes em que a cena fica em câmera lenta.
Meu olhar desceu e subiu admirando toda a beleza que se aproximava de mim. O vestido branco tinha realçado a cor dos seus cabelos, meio presos e meio soltos. Os fios ondulados caiam por seus ombros e balançavam conforme ela caminhava na minha direção.
Dulce sempre teve um brilho incomum, somente dela, e aquele vestido realçava ainda mais toda essa vivacidade. Ela definitivamente parecia uma obra de arte.
Seu olhar se encontrou com o meu e eu senti algo que há muito tempo não sentia. Um coração acelerado e um frio na barriga, mas não daqueles ruins, e sim os que pareciam borboletas voando dentro de você.
Merda! Por que não consigo tirar os olhos dela? Por que simplesmente não consigo controlar toda essa idiotice dentro de mim?
Desviei meu olhar para Fernando quando ambos por fim chegaram ao altar. Apertei sua mão e lhe dei um sorriso sem mostrar os dentes, enquanto o mesmo tinha um brilho de orgulho no olhar.
De fato eu odiava mentir para o cara que cuidou de mim como um pai depois que o meu me deixou.
Olhei para Dulce novamente. Seu olhar estava perdido, e eu não conseguia decifrar se ela estava triste ou com medo. Talvez aquilo tinha a ver com o fato de ela estar tão apavorada quanto eu com tudo isso que está acontecendo.
Beijei sua mão, sem tirar os olhos dela, tentando transmitir o máximo de confiança para que ela não surtasse ou pensasse em fugir e estragar tudo o que combinamos.
Soltei sua mão quando viramos em direção ao juiz de paz que estava celebrando o casamento. Dulce pareceu se agarrar com força em seu buquê novamente, parecia tão nervosa quanto eu.
Trocamos um olhar ou outro durante a cerimônia, precisava entregar algum tipo de conteúdo, pelo menos, para as fotos.
Virei quando a música da entrada das alianças começou a tocar, e Dulce fez o mesmo. Santiago entrou com um sorriso gigante no rosto, segurando uma cestinha com as alianças com o braço que não estava engessado. Seu olhar tinha um brilho de felicidade, o que me fez entender o porque tudo aquilo estava acontecendo.
Nunca imaginei que me casaria. Desde criança eu tinha em mente que nunca deixaria mulher alguma entrar na minha vida a ponto de me deixar tonto o suficiente para fazer qualquer coisa por ela. A ponto de ter poder sobre meu coração, pois eu sabia que isso acabaria comigo.
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Nossa maior mentira
RomanceTrês grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...