𝑨𝒕𝒂𝒒𝒖𝒆 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 1

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LAURA

— Por quê você saiu assim? - chega irritado no quarto.

— Só não estou bem, Vitor. - digo limpando as lágrimas.

Me levanto indo para o banheiro.

— Está se sentindo bem? - pergunta preocupado.

Sério mesmo?

— Estou... - falo tirando a roupa - Quero falar com minha família.

— Não. - diz curto.

— Por quê? - questiono.

— Porque disse não. - diz simples.

— Eu quero contar sobre a gravidez.

Ele me analisa por um tempo, ele sabe que mesmo que meu pai quisesse não poderia fazer nada, estou casada e agora espero um filho.

— Ok, vou permitir. - diz - Agora sem gracinhas, não quero seu pai ou o idiota do seu irmão me enchendo o saco.

— Não fala do meu irmão, Vitor. - digo irritada.

— Tá defendendo ele por quê? - pergunta se aproximando e segurando meu queixo - Por acaso queria dar para ele? - diz irritado.

— Você está louco? - falo espantada - Ele é meu irmão...

— Isso não impede ele de comer sua boceta! - diz de forma nojenta.

Fiquei cega nessa hora e acabei acertando um tapa em seu rosto.

Ele olhou sem acreditar.

— Vadia! - segura meu cabelo.

Ele me acerta um tapa tão forte que caio no chão do banheiro.

— P-p-para, Vitor. - digo com medo - Desculpa...

— Parar? Só estou começando. - bate minha cabeça no chão do banheiro.

Sinto uma dor absurda e coloco a mão na cabeça vendo sangue.

Tento me afastar dele, que me puxa pelos cabelos.

— Aí... para seu louco! - falo chorando - Vitor... o bebê...

Coloco minha mão automaticamente na barriga.

Ele não está me escutando, está cego pela raiva.

Assim que termino de falar, um chute acerta minha barriga.

— Aaaa... O b-b-be-bebê... - começo a chorar - Está doendo muito...

Sinto sangue escorrendo entre minhas pernas.

Parece que só aí ele volta a realidade.

Ele me enrola em um roupão e me pega nos braços saindo do quarto.

— Aí... tá doendo muito... meu bebê... - falo chorando.

Ele me olha desesperado descendo as escadas.

— O que aconteceu? - pergunta.

— Aí meu Deus, ela tá sangrando... - fala espantada.

— ELA TÁ GRÁVIDA! - grita - MANDEM TRAZER O CARRO...

— Grávida? Você bateu nela grávida? - pergunta com raiva e tristeza.

— Não é hora para isso, Estela. - diz encarando Vitor.

Sinto meus olhos pesarem e acabo desmaiando.

As vozes ficam distantes.

— Mamãe? - uma menina com cabelos pretos me chama.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora