𝑪𝒖𝒍𝒑𝒂

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RICARDO

O arrependimento me corrói, não consigo olhar para minha filha sem me sentir um lixo, estou tentando de todas as maneiras tirar ela daqui, mas parece tão impossível, será que condenei minha filha a morte?

— Henrique, vou levá-la! - digo irritado.

— Sabe que não funciona assim, temos um contrato.

— Se pudesse voltar no tempo... - abaixo a cabeça.

— Sinto muito meu amigo, porém daqui dois meses Vitor ocupará meu lugar, ele precisa da esposa e dos filhos ao seu lado. E você sabe qual é a consequência para isso...

— Laura não merece sofrer assim... aceito os termos do contrato.

Faço qualquer coisa para livrar minha filha do abismo que lhe joguei.

— Você está maluco? - pergunta sem acreditar.

— Já tomei minha decisão. - digo saindo do escritório.

Vejo minha filha sentada no sofá da sala lendo um livro.

— Fille! - digo sorrindo.

— Papai... - diz docemente.

Minha menina sempre foi assim.

— Quero conversar com você. - falo com um nó na garganta.

— Certo, papai...

— Você vai embora com seus filhos... vai cuidar deles e ser muito feliz. - digo emocionado.

— Não entendo, papai... Vitor jamais permitiria isso. - diz tristemente.

— Só confie em mim... nunca mais olhe para trás. - seguro sua mão - Eu te amo, filha.

— Também te amo... você está me assustando. - diz chorando.

— Cuide bem dos meus netos. E cuide-se...

Beijo sua cabeça e saio.

Subo as escadas e vou direto para o quarto de Lucas, bato na porta e ele abre rapidamente.

— Pai? O que você quer?

Lucas não me perdoou por causa do acordo de casamento.

Entro para dentro.

— Precisamos conversar. - digo firmemente.

— Se for por causa desse casamento nem começa.

— É sobre sua família!

Ele fica em alerta.

— Quero que você tire sua mãe e sua irmã da Itália.

— O quê? - pergunta sem entender - E os gêmeos?

— Eles ficarão seguros...

— Duvido que ela vá embora sem os filhos... - ele fala pensativo.

— Eu sei! Eles estarão com ela logo depois, mas você precisa dar um jeito de ela ir.

— O que está acontecendo, pai? Você parece aflito... - diz preocupado.

— Não se preocupe, estou bem. Quero que vão embora daqui dois dias.

— Ok... mas daqui dois dias é a celebração do Vitor para se tornar Don.

— Exatamente! A casa vai está quase sem nenhum segurança e vocês conseguirão sair sem problemas.

— Vou fazer isso...

— Obrigado, meu filho. - beijo sua cabeça e saio.

Sei que vai ser difícil para Laura ficar longe de seus filhos, porém é preciso.

Que meus filhos sejam sempre felizes...

Votem no final.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora