𝑰𝒏𝒇𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆

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GUSTAVO

Levanto da cama e vejo que já são exatamente três e meia, ainda não consegui pregar os olhos, toda vez que fecho os olhos me lembro que aquele maldito está do seu lado.

Sei que fui um covarde, mas não posso desistir disso, preciso acabar com essa família, mas também não quero ficar sem ela.

Olho para a cama e vejo Ana Liz dormindo tranquilamente, ela é uma garota bonita e não merecia isso, mas infelizmente faz parte dessa família.

Ela se mexe e abre os olhos.

— O que faz acordado? - pergunta sonolenta.

— Estou sem sono, volte a dormir. - acendo um cigarro e me sento em uma poltrona.

Ela se levanta e caminha até mim.

— Aconteceu algo? - pergunta se sentando no meu colo.

— Não aconteceu nada.

— Por que agi assim comigo? - pergunta irritada se levantando.

— Como? Estou normal, Ana Liz. - digo ficando cheio daquela conversa.

Só escuto ela bufando e se deitando na cama.

Termino de fumar meu cigarro e me deito também.

(…)

Sinto um braço ao redor da minha cintura, abro os olhos e constato ser Ana Liz, me levanto com cuidado para não acorda-lá, vou para o banheiro e tomo um banho rápido, escovo os dentes em seguida.

Vejo minha aliança em cima da pia, um misto de sensações passam por meu corpo, simplesmente deveria pegar Laura e as crianças e ir embora, mas não consigo, algo me prende aqui.

Pego a porra da aliança e coloco no dedo, saio do banheiro e Ana Liz está sentada na cama.

— Bom dia! - digo indo para o closet.

Pego um terno mais casual, hoje tenho algumas coisas para resolver sobre minha ida para Rússia.

Penso nela e em como é injusto tudo isso.

Saio do closet e Ana Liz não está mais na cama, escuto o barulho do chuveiro.

Abro a porta do banheiro e vejo pelo box embaçado sua silhueta, ela é uma mulher extremamente atraente, obediente e submissa, o tipo de mulher que nunca desejei.

Fecho a porta e saio do quarto, por obra do maldito destino me encontro com aquele ser no corredor.

— Bom dia, cunhado! - diz com puro deboche.

— Bom dia, Greco! - respondo secamente.

— Acordou de mau humor? Acho que vou ter que conversar com Ana Liz para acalmar o maridinho dela. - diz sorridente.

— Idiota! - digo baixo passando pelo mesmo.

— O que disse? - perguntou irritado e puxou meu braço.

— O que ouviu! - respondo no mesmo tom.

— Você é muito abusado mesmo, né... mas vou tirar essa sua marra, agora! - fala vindo para cima de mim.

De repente a porta do seu quarto se abre e Laura saí de dentro.

— Vitor?! O que está acontecendo aqui? - pergunta olhando para nós.

— Não é nada, piccolo. Apenas estava conversando com meu cunhado. - diz abraçando Laura por trás.

Automaticamente meu corpo fica rígido e parece que o mesmo acontece com ela.

— Ok... acho melhor descemos para o café da manhã. - diz tentando quebrar o clima ruim.

Não falo nada e desço as escadas.

Não vou aguentar esse idiota perto dela.

(…)

STEFANE

Meu corpo inteiro dói, se quer consigo me mexer sem sentir algo doendo, as vezes me pergunto o que fiz de errado para ter que passar por tudo isso.

Tudo por culpa do homem que deveria me proteger, meu pai.

E agora estou aqui, casada com esse maldito. Eu o odeio com todas as minhas forças.

— Não vai se levantar, sua idiota? - pergunta arrumando a camisa.

— Não consigo... meu corpo está doendo... - falo segurando as lágrimas.

— Você é mesmo fraca, não aguenta uma transa besta.

Uma transa besta?

A noite inteira me estuprando, usado meu corpo como queria, me fazendo fazer coisas horríveis.

Sem perceber começo a chorar, Dimitri me olha revirando os olhos e saí do quarto.

Lembranças da noite mais feliz da minha vida me voltam a memória.

Flashback on

Ele beijava meu corpo nu em sua cama, admirava cada parte dele, e eu admirava seus belíssimos olhos.

Ele é lindo...

— Você é maravilhosa... - diz beijando minha barriga.

— Eu amo você! - falo de repente.

Ele me olha e seus olhos brilham com intensidade.

— Eu também amo vocês...

Flashback off

Meu coração se aperta por não saber se meu bebê está bem, tenho medo de ter acontecido algo com ele, minha barriga dói um pouco.

Evitando tudo que estou sentindo, me levanto e vou para o banheiro, tomo um banho rápido e me arrumo, vejo algumas manchas em meu rosto e tento esconder com maquiagem.

Laura me ensinou a fazer isso bem.

Saio do quarto e desço para o café da manhã, um clima pesado paira no ar.

— Bom dia! - digo me sentando do lado de Dimitri.

— Bom dia! - as mulheres dizem em uníssono.

Os homens estão em um completo silêncio, Gustavo e Vitor se encaram, Dimitri mexe no celular, Henrique continua lendo o seu jornal e Heitor novamente não está conosco.

Quando me sirvo de um pouco de suco de melancia, sinto um leve enjoo se aproximar, tento de todas as formas me controlar.

— Está tudo bem? - Ana Liz pergunta me olhando.

— Sim... estou... é só cansaço. - bebo um pouco d'água.

Laura percebendo que algo está errado se pronuncia.

— Ste... queria te mostrar algo, pode vir comigo? - pergunta me olhando.

— Sim, é claro! - me levanto.

— Você nem comeu nada. Está bem pálida também. - Estela diz me olhando.

— Estou b...

Mal tenho tempo de terminar de falar e vômito em Dimitri.

Todos estão horrorizados e olham a cena assustados, coloco minha mão na boca em completo choque.

— Você está louca? Olha o que você fez! - diz irritado.

— Eu...

Antes que eu consiga falar, ele me acerta um tapa, Laura tenta vim até mim, mas Vitor segura seu braço.

Começo a chorar e corro para o jardim.

Onde você está, meu amor?

Salve-me, Lucas. Salve nós dois.

Sinto meus olhos pesarem e vejo tudo escurecer, a última coisa que me lembro é de cair no chão.

Votem no final.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora