𝑻𝒓𝒂𝒈𝒆́𝒅𝒊𝒂

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LAURA

O quanto precisamos provar para alguém que amamos?

Será mesmo que o amor machuca e destrói?

Acho que aprendi a amar de um jeito meio torto.

— AHHHH! - grito assustada.

Parada no meio dessa sala, estou em choque. Meus olhos não conseguem acreditar no que vejo.

Apenas um disparo, só um e já roubou tanto de mim.

Quando olho para trás e vejo seu corpo caindo no chão, arregalo os olhos, uma família histérica chega na sala, mas é tarde demais para impedir uma tragédia.

— VITOR... NÃO... MEU FILHO! - grita e corre até ele.

Vitor caí no chão e sangra muito.

— PEGUEM UM DOS CARROS, AGORA! - Henrique grita para um dos soldados.

Todos olham para a porta e sigo os olhares, percebendo pela primeira vez meu pai em pé, com uma arma na mão.

— Agora vai acabar seu sofrimento, filha... - diz com a voz triste.

— Pai... O que você fez? - lágrimas começam a sair dos meus olhos.

— VOCÊ FEZ ISSO? VOCÊ ERA MEU IRMÃO E ATIROU NO MEU FILHO? MEU FILHO! - diz gritando e se aproximando do meu pai.

— E ela é minha filha... A filha que vendi para o diabo.

— Nunca imaginei que você seria capaz disso, quando foi você quem me procurou anos atrás. - diz quase em um sussurro desacreditado.

— O quê? - pergunto saindo de um transe.

— Seu pai me procurou... VENDEU VOCÊ NA VERDADE... Ele estava passando por dificuldades e precisava de uma aliança forte e fez uma.

— CALA A BOCA!

— Ah, ela precisa saber! Seu pai te ofereceu para se casar com Vitor em troca de uma aliança das máfias.

Nem tenho tempo de falar nada e o soldado entra.

— Está pronto, senhor!

— Levem meu filho para o carro. Liguem para o Heitor voltar agora mesmo de viagem.

Saem carregando Vitor desmaiado, Estela e Ana Liz vão juntas desesperadas, do meu lado está um Gustavo silencioso e um Dimitri que quase comemora o que aconteceu.

— Levem ele para o Galpão! Henrique diz saindo e Dimitri acompanha.

Um soldado segura meu pai e fico desesperada.

— SOLTA ELE! Anda... - falo chorando.

Outro Soldado me segura e saem arrastando meu pai.

— Tire suas mãos dela. - ordena e assim o soldado faz.

Todos os outros saem da sala e ficamos apenas nós dois.

— Ei... eu vou dar um jeito nisso, vou tirar seu pai daqui. - diz segurando minha mão.

Só consigo chorar e pela primeira vez rezar para que Vitor esteja vivo, se não meu pai morre.

— Você precisa ir... - falo criando coragem.

— O quê? Não vou embora e deixar vocês aqui.

— Para, Gustavo! Olha tudo isso... eu não quero que nada aconteça com você também... vai embora! - falo em meio a um choro agonizante.

Ele me olha e abaixa a cabeça.

— Eu não posso te deixar... Eu te amo.

Olho dentro de seus olhos e vejo amor, uma palavra tão doce e venenosa.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora