𝑶 𝑨𝒎𝒐𝒓 𝒏𝒂̃𝒐 𝒆́ 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒐𝒔 𝑭𝒓𝒂𝒄𝒐𝒔

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VITOR

Em seu olhar reconhecia o amor, algo surpreendente para alguém como eu.

Uma decisão difícil é pior do que não escolher nada, de não lutar ou até mesmo se defender, seu sentimento não era maior que sua dor, a dor que te causei durante quase um ano inteiro, suas feridas que não cicatrizaram, seu olhar perdido e culpado, culpa por amar alguém como eu.

Eu tinha libertado Alice da boate, agora ela era uma mulher livre, ela foi embora do apartamento por um pedido meu, não tinha mais necessidade da sua presença alí.

Laura estava estranha nesses dias, seu olhar sempre triste e vazio, me culpava por ter tirado toda sua pureza e brilho, ela já não era mais aquela menina que conheci, sua alegria se dissipava todos os dias, o vício contido na bebida e em remédios a deixavam histérica, todas as vezes que chegava em casa era assim que a encontrava, bêbada ou dopada.

Brigávamos e depois tudo se resolvia com um sexo com raiva e violência, nossos dias eram assim, tóxicos um para o outro.

Estava a caminho de um restaurante no centro, Ana Liz tinha me ligado e pedido para almoçar com ela, tentei até negar o convite, mas ela disse que era algo importante e do meu interesse.

Estaciono em frente e entrego a chave para um rapaz que trabalha no local, entrando no estabelecimento passo os olhos rapidamente no lugar e vejo Ana Liz sentada um pouco mais afastada, me aproximo da mesma que tem um olhar triste e confuso.

— Está tudo bem?

Ela abre um pequeno sorriso para mim.

— Que bom que veio, fratello...

Pedimos algo para comer e beber, o silêncio de Ana Liz já está me deixando irritado, bebo um pouco do vinho e olho para ela.

— Qual foi o motivo do convite?

Ela me olha com confusão aparente.

— Não me chamou aqui apenas para um almoço...

— Não...

Ela abaixa os olhos e começa a chorar baixinho.

— Tenho medo do que vou dizer para você...

— Onde você quer chegar, Ana Liz?

— Eu sei da volta da Laura... Você deveria ter deixado aquela mulher longe de nossas vidas.

Reviro os olhos com tamanha baboseira que saí de sua boca.

— Laura é minha mulher e logo será a Primeira Dama da máfia, sabe o respeito que deve a ela.

— Eu estou indo embora para Rússia com Gustavo, Heitor anda deprimido pela casa e Dimitri matando sem parar.

— Não quero saber, o que Heitor fez não tem perdão.

— Ele é o nosso irmão, sei que disse que viu uma filmagem dele abusando da Laura...

— Não vou ficar ouvindo isso...

Me levanto irritado, Ana Liz segura minhas mãos me fazendo se sentar novamente.

— Ela não é a mulher que imagina, eu adorava ela antes, mas aí descobri sua verdadeira face...

— Para de enrolação!

— A Laura e o Gustavo tinham um caso... - lágrimas caem dos seus olhos.

Por um instante tudo a minha volta some, não consigo ouvir ou ver nada, me levanto fazendo a cadeira cair para trás, caminho para fora escutando uma voz me chamar.

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora